domingo, dezembro 14, 2003

Evanescence - Anywhere

Para aqueles que não conhecem esta música digo-vos, que vergonha, lol. É linda, mas qual será a música deles que não o é... enfim. Espero que gostem, aqui fica a letra:

"Anywhere"

Dear my love, haven't you wanted to be with me
And dear my love, haven't you longed to be free
I can't keep pretending that I don't even know you
And at sweet night, you are my own
Take my hand

[CHORUS:]
We're leaving here tonight
There's no need to tell anyone
They'd only hold us down
So by the morning light
We'll be half way to anywhere
Where love is more than just your name

I have dreamt of a place for you and I
No one knows who we are there
All I want is to give my life only to you
I've dreamt so long I cannot dream anymore
Let's run away, I'll take you there

We're leaving here tonight
There's no need to tell anyone
They'd only hold us down
So by the mornings light
We'll be half way to anywhere
Where no one needs a reason

Forget this life
Come with me
Don't look back you're safe now
Unlock your heart
Drop your guard
No one's left to stop you

Forget this life
Come with me
Don't look back you're safe now
Unlock your heart
Drop your guard
No one's left to stop you now

[Chorus]

coisas banais

Há tanto tempo não sentia este calor
este sentimento de criança, esta crença no amor.
E bastou-me ver-te, sentir-te pela mão gelada,
e todo eu estremeci, desejei esse sabor...
As palavras que voavam entre nós
levavam a esperança desses dias
que pela amizade nos chegarão,
dias de cor, dias de saudade, dias de companhia.
E trazes-me tanta alegria,
saber que não morri pelo caminho,
que não me afoguei nesta corrente...
que estou vivo e continuo a ser eu, o verdadeiro.
Agradeço então o dia em que contigo me meti,
que pela brincadeira de uma cor
aconteceu a magia de te conhecer,
Agradeço mais que tudo esta possibilidade,
de poder dar-te toda a minha amizade,
estar lá para tudo o que acontecer.
Não partas nunca deste lugar que te reservei
neste lugar de cor laranja onde a música nos envolve.
E será sempre ao som desta nova melodia,
que espero conhecer-te a cada dia um pouco melhor...

Para um novo amigo especial...

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Pequenas Lições

Hoje aprendi mais uma pequena lição para a minha vida. Poderia falar da habitual lição da impossibilidade de controlar e prever as coisas, mas tudo isso seria demasiado banal. Podia dizer-vos que o meu dia começou com chuva, com perder um comboio às 8:30, por não conseguir entrar no comboio das 8:40 por ir tão cheio, de chegar a entrecampos e não haver metro entre entrecampos e o campo grande, de cair um dilúvio que nos impedia de ir a pé para as aulas (umas das quais a minha favorita), de termos discutido com o sr. da cp que não nos deixou passar pela estação, entretanto fechada, e nos obrigou a ir à chuva, de levarmos com as varetas dos chapéus dos outros que não sabem ter cuidado... mas nada disto é o que vos quero aqui contar. A lição que aprendi ocorreu muitas horas depois, no regresso a casa depois do trabalho. Eu já estava sentado no comboio, a ler um artigo até por sinal, quando um casal se sentou ao meu lado. Não era um casal qualquer, não sei se já repararam num grupo de jovens que costuma estar pela baixa a pedir esmola, mas que estão sempre a fazer malabarismo ou truques com o fogo? Pois bem, era um casal desse grupo que se sentava ao meu lado, começando o rapaz por me pedir desculpa de terem escolhido sentar-se ali. Terei eu feito alguma cara de incomodo da qual não tenha tido consciência? ou será apenas que ele pressentiu que poderia não me agradar a sua companhia? fiquei sem perceber, a verdade é que isso me descontraiu, de certa forma senti uma simpatia por aquele jovem casal. Mas a lição não vem daqui, vem do estar eu a ler o meu artigo em inglês, pensado na minha estúpida importância de quem consegue ler tal coisa, quando o rapaz pede a rapariga que lhe passe o jornal. Não vos consigo descrever, a alegria da sua cara ao pegar no jornal, abrir a página que desejava e começar a fazer as palavras cruzadas como todas as outras pessoas que conhecemos e amamos... a rapariga com igual satisfação a ler um livro (que não percebi sobre o que era, mas me parecia de foro técnico)... e senti-me ridiculo, minúsculo, por na minha estereotipada convicção não lhes atribuir tais feitos, por achar extraordinário que fossem capazes de tal coisa... imagine-se, ler, resolver palavras cruzadas.
Não sei se percebem o que quero dizer, mas por baixo de um aspecto que deixa tanto a desejar, descobri dois seres humanos que me neguei a ver de inicio e com os quais provavelmente teria tanto a aprender... a lição que daqui tirei é que não conseguimos desligar-nos das nossas crenças estúpidas, que não somos tão isentos quanto por vezes pensamos ser, que na realidade temos mtas palavras cruzadas e livros para ler....

terça-feira, dezembro 02, 2003

Batalhas

Venci-te, finalmente, ganhei-te!
Das mil voltas que dei por esta vida
percebi por fim o meu caminho.
Deixo-te aqui, ó infelicidade comedida
que outrora em mim vivias,
que lentamente por dentro consumias,
toda a alegria do meu ser.
Volto enfim aos tempos de criança,
à simplicidade alegre das coisas banais,
aos segredos escondidos em coisas simples
que nós adultos nos impedimos de ver, de viver.
Mas foi tão bom ter-te conhecido,
perceber a importância desses teus sentimentos,
do que provocas, do quanto doís.
Hoje não há em mim espaço para ti,
abandono-te a essa tua sorte
de habitares os espíritos que quiseres.
Tranco-te a porta à minha vida
e agarro uma nova luz mais forte!
Abro uma nova porta a uma nova companheira
ao fim de tanto tempo descobri
onde ficava escondida essa fechadura diferente
e ao abrir este novo caminho
dou as boas vindas à minha nova amiga,
sê bem vinda felicidade...

poema antigo

Palavras escritas pelo tempo
que nos marcam na memória,
que nos abrem o desejo de voltar.
Dias escritos a mil cores
sem desejo de partir.
A alegria de reler
cartas vindas d'outros dias.
E bate forte a nostalgia,
das pessoas que partiram,
das que ficaram mas não vejo.
Memórias! Esta doce tentação
de me perder nos seus longos braços,
de adormecer para não mais me encontrar...
Sei agora da felicidade que vivi,
que em tempos muitos me amaram,
mas nunca antes o senti tanto como agora
em que conheço um pouco mais do mundo,
e talvez até, um pouco mais de mim!

quinta-feira, novembro 27, 2003

Desespero

Ali estava, parado à chuva que caía enquanto nascia um novo dia, perdido nesses sonhos, nessas suas fantasias. Uma mão tocou-lhe o ombro molhado, por momentos tinha-se esquecido de que o seu companheiro também ali estava e que este lhe perguntara se tudo estava bem. Não respondeu, como se as palavras não quisessem existir pela sua voz, mantendo-se na sua inquieta mudez.
Virou-se, dos seus olhos provinha uma água diferente, esta mais salgada, mais brilhante que a da chuva, e com estas lágrimas vinham mil palavras, de dor e alegria, de companhia e solidão, todas resumindo um simples sentimento... acabou!
A mão outrora no seu ombro retraiu-se, caiu como se a morte lhe houvesse roubado o seu bem mais precioso... e virou-se, sem conseguir dizer palavra a mão lentamente se afastou, sem possibilidade de regressar, de renascer.
Ali estava, parado à chuva com um novo dia que nascera, mais uma vez sem saber o que fazer...

Focus - Ennio Morricone & Dulce Pontes

Apenas para vos dizer que está lindo, não deixem de ouvir esta obra prima. Porque afinal ainda se fazem coisas bonitas e com qualidade com um nome português. Oiçam já!

Dores...

Enervam-me as dores invisiveis
que sinto mas não se vêem.
O sentimento desta impotência
que não sei como ultrapassar.
E os teus olhos são tão doces,
promessas de outros dias que virão
e que não me são destinados...
que não serei eu a viver.
Sinto a injustiça deste sentimento
que não me foi perguntado
se desejava em minha vida.
E luto, luto por dentro
contra este desejo de mudança,
de normalidade patológica.
A raiva cresce, inunda
cria em mim esta revolta,
esta imensa mágoa que não suporto.
Tento ser o que não sou,
tento ser outra vida que não vivo,
tento, tento mas não alcanço,
não alcanço os teus olhos,
esse futuro prometido.
E aqui fico uma vez mais
sem fugir, sem saber onde ir,
vivo talvez na ilusão daqueles minutos
em que pela música te agarraste a mim,
vivo na ilusão desta simples alegria...

quinta-feira, novembro 20, 2003

Plágio

Olhou para as pessoas que passavam e notou que era sempre ali que acabava por ir ter. Como se aquele sítio fosse um tipo de refúgio à sua dor, como se a cor e o movimento, podessem diminuir o turbilhão que crescia em si. Olhou para o relógio na tentativa de ter preenchido parte do seu tempo, mas constatou que este pouco tinha avançado desde que ali chegara e começou a passear. Olhava para as montras mas nada nelas lhe chamava à atenção, perdia-se aos poucos naqueles dolorosos pensamentos que tantas vezes tentara esquecer, que tantas vezes tentara evitar... e ali estava, parado à porta do café onde em tempos conhecera aquele que seria o seu maior amor e, também, a sua maior dor. De repente era como se todo o mundo tivesse deixado de existir, como se o chão lhe fugisse e nada mais tivesse importância, tantos meses passados do fim desta relação e o sentimento de destruição interior parecia não querer diminuir. Parou, não no movimento que há muito se houvera extinguido, mas no pensamento. Quando regressou, sentiu a chuva que caia e pela qual nem tinha dado conta, soube-lhe bem o peso grave contido em cada nova gota que batia no seu cabelo e suavemente escorria pela sua face, parecia que estas gotas levavam consigo parte do seu sofrimento, que o deixavam mais leve, rejuvenescido. Continuou o seu caminho, certamente não seria o mesmo ser que ali chegara há quase uma hora atrás, havia em si uma nova leveza, uma esperança escondida de que tudo acabaria por passar... quem sabe o desejo de que houvessem novos dias de chuva enquanto não chegasse a primavera.

segunda-feira, novembro 17, 2003

My Immortal (Evanescence)

Esta é sem dúvida umas das suas músicas mais bonitas, aconselho-vos a verem tb o novo clip deles que é exactamente desta música, está mm mt bonito. Para verem vão ao site oficial da banda: www.evanescence.com, e escolham a zona das músicas.
Já agora fica tb a letra da música:
"My Immortal"

I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
And if you have to leave
I wish that you would just leave
'Cause your presence still lingers here
And it won't leave me alone

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

[CHORUS:]
When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
I held your hand through all of these years
But you still have
All of me

You used to captivate me
By your resonating light
Now I'm bound by the life you left behind
Your face it haunts
My once pleasant dreams
Your voice it chased away
All the sanity in me

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

[Chorus]

I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me
I've been alone all along

[Chorus]

domingo, novembro 16, 2003

Coisa dificeis.

Cada vez mais me parece que com o passar dos anos me agradam as coisas difíceis. Parece que são aquelas que no final trazem a vitória interior que mais nos agrada, que tanto lutamos para obter nas restantes partes da nossa vida. Começo a pensar que também assim será com o amor, se tudo fosse fácil acho que perderia a graça, o encanto. Talvez por isso me dificulte tanto a vida, me ponha tantos obstáculos, de certa forma é como se me desafiasse mentalmente para não cair na monotonia, que para mim seria sinónimo de morte.
Mas se por um lado isto me parece possitivo, por outro suscita-me muitas dúvidas. Sinto que caí num ciclo que já não consigo controlar, que não consigo quebrar para tentar amenizar este sofrimento que acaba por me causar... como se tivesse lançado os dados de um jogo que "just keep going...on and on".
Mas não pensem que isto me assusta, que sequer faz de mim uma pessoa triste, na realidade se assim não fosse, há mt que não aguentaria estar aqui, neste mundo que prefiro não apelidar... talvez no fundo tudo se resuma ao que chamamos de "instinto de sobrevivência"... de qualquer forma, o amor há-de chegar e cá tem o seu lugar à espera. E a vida continua...

quarta-feira, novembro 12, 2003

Um dia feliz...

Hoje, dia 12, é um dia feliz para mim. É um dia em que uma pessoa que adoro faz anos e sinto-me feliz por ela ter nascido há exactamente 21 anos atrás.
Agradeço-lhe por tudo aquilo que passámos juntos, agradeço-lhe mais pelo que ainda havemos de passar. Agradeço-lhe porque me permitiu chorar quando necessário e porque me retribuiu todo o amor que por ela sinto... Desejo-lhe toda a felicidade do mundo, sabendo que ela será pouca para expressar este meu desejo...

Fugindo à bebé do dia e à minha pequenina dedicatória, volto aos temas do costume.
Hoje (dia 11) foi um bom dia, um dia em que me senti em paz com o mundo, que me senti calmo, bem disposto, eléctrico pelas poucas horas de sono, mas no geral, bem! Penso que começo a retornar a uma fase já esquecida por onde já passei há algum tempo, ou seja, o sentir-me bem com a solidão, o sentir-me de certa forma felizardo por ser esta minha condição. Não, por muito que pareça não virei costas ao amor, nem perdi a esperança de ainda voltar a berber do seu sumo, talvez porque na minha personalidade não há mt espaço para esse tipo de desistências (de forma real, no verdadeiro sentido de desistir, embora o ânimo por vezes se quebre). Contudo, voltei a uma fase que gosto em mim, que acho que traduz a minha forma de ser, a minha calma natural, não só de estar, mas também de sentir. Espero que esta seja uma fase que dure até chegar o tal... porque nela me sinto bem e porque acho que é tb o estado de espirito que me permite melhor estar lá para aqueles que me importam, aqueles que amo, os meus amigos e, já agora, a minha familia.
Espero que tenham tido um bom dia de São Martinho, e viva às castanhas!

segunda-feira, novembro 10, 2003

Espaços Infinitos

As pessoas perguntam-me o que tenho, o que se passa comigo, e fico sem saber o que responder. Acho que não consigo passar o sentimento que vive em mim, como responder simplesmente que não sei?!!! Sinto que quando estou com algumas pessoas sou diferente, fico distante como se tivesse ainda que mostrar que vale a pena gostarem de mim! Fica somente um sentimento de frustração por saber que nada disto é necessário e que, por mais que queira, acabo sempre por fazer o mesmo. É aqui que fico então, neste sentimento de saber que afasto as pessoas sem querer e que não consigo combater com o meu adversário mais dificil de enfrentar, eu! O mais estúpido é a crença intrinseca que tenho de que até sou boa pessoa, que não me integro neste mundo que se parte aos bocados, sei que isto pode parecer falta de modéstia, mas juro que não é. Além de meu inimigo sou tb o meu maior crí­tico, tenho consciência disso. Mas como gostar de mim? Como mostrar que afinal não é aos outros que tenho de mostrar que vale a pena gostar de mim, mas sim, mostra-lo a mim mesmo...
Resumindo, estou cansado de estar sozinho, das conversas fiadas de todas as minhas qualidades e belezas sem que nunca apareça aquele que me diga, hoje quero partilha-las contigo, hoje esquece tudo por um momento e vem, vem ficar comigo como se tudo acabasse num novo raiar do sol...

Fica uma parte de uma música que gosto mt e que diz um pouco do que sinto: "I don't care, i have no luck, i don't miss it all that much, there's just so many things that i can touch i'm torn, i'm all out of faith, this is how i feel..." e de outra música que tb gosto "we try so many arms when we are lonely to find the one and only, one day you turn and it's there..."

E viva a mais uma semana que começou...

domingo, novembro 09, 2003

Just Another Raining Day

Oiço a chuva que cai lá fora,
que leva consigo as lágrimas
choradas por tantos anos...

Tento procurar nestas águas cristalinas
a esperança afogada de outros tempos
em que me era permitido amar.

E a noite caí, fugindo com todos estes sonhos,
parando as buscas que fazia no meu ser,
levando consigo a luz que me cobria...

Procuro-te mas não te encontro....

Eclipse

Muitas vezes penso que peças grandes deste puzzle me escapam, mas não compreendo totalmente se tal é verdade ou não... Vejo castelos que rapidamente se destroem, enquanto outros bravamente se constroem e a dúvida surge sempre no meu ser.
Na solidão que por aqui se vive, sinto uma nova felicidade de promessas não cumpridas, coisas que a subtil distância afasta de mim, que me passam pelas mãos como simples grãos de areia doirada pelo sol... Restam-me as palavras que não esquecem a tristeza destas coisas que vivi, que me mostram um caminho diferente do que deseja o coração.
Desejo, palavra ardente enquanto penso no teu ser, nesses olhos nos quais me perco, nesse teu mundo de fantasia em que desejo habitar! Bate a luz de um novo dia, o raiar esperançoso e amarelo que se ergue num horizonte tão longínquo que o meu olhar anseia alcançar... Mas nele vêm também palavras mortas, estes sonhos que me atingem e chegou, por fim, a hora de acordar...

sábado, novembro 08, 2003

Viagem

Hoje estou aqui novamente,
neste sitio escuro onde em tempos me perdi.
Procuro compreender algo que me ultrapassa,
mas não desisto de lutar...
Perco pelo caminho os sonhos infantis
que me faziam percorrer mundos diferentes,
onde na ignorância vivia uma felicidade dolorosa,
dolorosa pelo que havia de revelar...
Sei hoje tudo aquilo que preferia esconder,
mas que insistente o mundo tende a desfendar.
Amo tudo de uma forma diferente,
de forma mais madura, contudo nada muda!
A superficialidade das coisas mantém-se
pelo tempo em que me arrasto sem querer,
esperando pelo que resta conhecer.
E, nesse momento, em que o sono bater à porta
em que não possa mais continuar,
sei que vou ter mudado muitas coisas,
muitas mais do que alguma vez pude acreditar...
Talvez por isso valha a pena continuar!

Aqui estou eu também

Bem, acho que é importante uma pessoa seguir o que de importante se passa, por isso decidi criar um blog meu. Não espero que ninguém na realidade se interesse por ele, digamos que é o meu cantinho de criatividade (se tal existe em mim), mas que não fecho só para mim. De qq forma, quem se aventurar pelo que aqui for escrito espero que goste, ou pelo menos, não deteste demasiado :P
Fica aqui a minha primeira noite fria...

Hoje sinto-me... bem torna-se difícil descrever o que corre dentro de mim. Farto-me das mesma situações em que se cede ao capricho, à birra, ao prazer de quem convém. Farto-me de se fugir dos amuos que se tornam mais constantes à força de serem tão reforçados pelos outros... Mas isto não é o pior, canso-me de não sentir já qualquer réstia da esperança que outrora tive na bondade humana, já que se passeia pela rua o desejo da maldade que cegamente nos consome, nos destrói.
Vejo pela facilidade do que acontece nestas rua, em que num abraço inesperado se rouba um telemóvel topo de gama e se deixa alguém no seu desespero angustiante da impotência de poder mudar as coisas, o que quer que seja. Sofre que vive, sofre quem vê. Mas a maioria nem vê, são realidades cegas em que vivemos, às quais tentamos passar ao lado para que não nos afecte, sem nunca percebermos que na realidade nos afecta a todos. Fale-se do reforço dado a quem assalta, que perante a indiferença avança na sua vida de marginalidade sem grande previsões de punição.
Canso-me, sim será esta a melhor maneira de o dizer, canso-me de ver quem já vi por tantas vezes, canso-me de ouvir as crises e as faltas de dinheiro (este que move o mundo), canso-me simplesmente... Na realidade apercebo-me que não é a fé na bondade humana que perdi, perdi algo maior do que isso, perdi uma crença infantil que faz de todos nós seres muito mais felizes, com objectivos muito mais definidos. Perdi então a esperança que tinha de poder mudar alguma coisa, por mais pequenina que fosse, estúpida esta minha crença de que o mundo deseja tal desígnio. Não! Jamais foi essa a sua intenção! Afinal o homem controla tanta coisa, sabe tanta coisa... e nunca controlou ou soube do mais importante, a sua maldade, o seu desespero de não saber o que o espera. Todos nos adaptamos, ainda que por vezes mal, ao simples facto de não percebermos patavina do que vimos cá fazer, para que servimos e qual é, afinal, o nosso grande objectivo... Mantenha-se a esperança viva, mas para quê...