quarta-feira, dezembro 15, 2004

Viver na escuridão

Existem alturas em que parece que por mais que uma pessoa queira as coisas não correm de forma diferente, não é obrigatório que estejam a correr mal, mas não se alteram. Nos últimos tempos é um pouco assim que me tenho sentido, dá-me uma imensa vontade de me isolar, de dormir, de estar comigo mesmo, mas no entanto acabo por não responder às necessidades dos outros também e eles queixam-se, lol. Para ajudar à festa tenho um abcesso desde segunda no dente do siso que decidiu nascer há uns tempos e só me tem moído o juízo... tou tão contenti e pimba de antibiótico em cima dele. De qualquer forma penso que talvez as coisas se alterem agora devagarinho, que volte tudo ao normal de antigamente ou talvez não, talvez sejam melhores do que antigamente.
De qualquer forma queiro deixar uma mensagem importante: mesmo nos momentos em que ando assim mais aparvalhado (e bem tento evitá-los mas não consigo) eu não deixo de gostar das pessoas como sempre e peço que compreendam a minha necessidade de me isolar um pouco mais. Eu mudo muito, internamente, e às vezes preciso de espaço para essas mudanças, mesmo que exteriormente elas, na sua maioria, não se notem muito.
De qualquer forma obrigado a todos por estarem na minha vida e espero que compreendam que são muito importantes para mim, tanto como antes, mas mais ainda no futuro.
Ando viciado numa música que me foi enviada pelo Leo (thanks gajo) e aconselho a todos: Ivete Sangalo e Sandy: Se eu não te amasse tanto assim... (é linda, mesmo a versão a solo da Ivete já é bonita mas este dueto ao vivo bate tudo)
Beijos e abraços a todos!

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Plágio de mim

Deixo-vos aqui um poema que escrevi num outro blog, espero que gostem (e sim, já sei que é triste e bla bla bla, notícia: eu sou assim!)

Dias de Cinza e de Prata

Dias de Cinza e de Prata
em que colorias a minha vida
em que afastavas a cinza e banhavas a prata.
Eram os dias antigos da tua presença
com conversas longíquas e demoradas
com sorrisos e lágrimas por vezes tão ansiadas
eram assim, mas deixaram a sua marca.
Hoje são dias escuros,de uma prata já gasta, cobertos de cinza.
São dias de silêncios mantidos, de conversas quebradas
São tudo aquilo que nunca sonhamos.
Voltamos esporadicamente aos dias de brilho
quase de ouro em vez de prata
mas rapidamente caimos no pó deixado pelo caminho
um trilho traçado de vidas cruzadas
de acontecimentos que não desejávamos...
Hoje somos a sombra das saudades que nos ficaram
por todos os momentos em que banhamos
ambas a vidas de oiro mais do que prata.

Been Used

Por vezes temos alturas da vida em que sentimos que fomos usados. Recentemente senti-me assim, mas depois comecei a racionalizar as coisas todas, a pesar prós e contras e cheguei à conclusão que pelo menos foi uma utilização semi-permitida e que me trouxe algum proveito próprio.
Volto assim à rotina da solidão (alegre solidão devo dizer), em que nada depende de mais ninguém se não de mim. Cada vez mais gosto desta sensação de controlo que ganho a cada dia da minha vida, mas sobretudo, das minhas emoções.
Continuo alegremente com as minhas obrigações académicas e com uma, cada vez maior, vontade de me pirar daqui pro ano quando estiver tudo terminado. Estágio profissionalizante no estrangeiro aí vou eu... me aguarde!!!
Beijos e abraços para todos os que visitam e peço desculpa pelas actualizações pouco frequentes, mas tudo tem as suas prioridades ;)

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Sons Silenciosos

Era ainda de madrugada, a chuva caía tão suavemente que parecia embalar o meu sono, os lençois quentinhos convidavam a manter-me na cama e, felizmente, era feriado. Neste estado de graça os sonhos entravam e saiam do meu sono como convidados sem experiência, umas vezes agradáveis outras vezes imperceptíveis. Procurei-te, estiquei o meu braço para te encontrar mas encontrei apenas o vazio quente deixado pelo teu corpo. Terias ido à casa de banho? À cozinha comer qualquer coisa? Sentia também um ratinho no estômago, tinha fome, mas só agora me apercebera disso. Contudo, a preguiça era maior do que eu e não me mexi. Adormeci rapidamente. Sem me aperceber bem como tinhas voltado, mas algo estava diferente! Não tinhas o teu sorriso encantador com que todas as manhãs me brindavas e a tua forma de falar estava bastante agressiva. Disseste-me para me levantar, tinhamos coisas muito sérias para discutir. Alarmei-me. Não espera uma notícia assim logo pela manhã, ainda por cima uma manhã que tinha amenamente começado com chuva, com tanta calma à nossa volta. Sentei-me na cama expectante do que irias dizer, por dentro parecia que todo o corpo tremia como se antecipasse uma notícia desagradável. Que me irias dizer? Que teria acontecido de tão mau assim para que me tirasses do quentinho da cama em que sabias tão bem que gostava de preguiçar. A tua cara continuava dura, com uma expressão tão rude que me fazia sentir com algum medo. Medo? Como poderia sentir medo de ti se não tinhas sido outra coisa se não um principe encantado para mim ao longo de todos estes anos? Algo não poderia estar certo! Foi então que finalmente falaste. Acabou! No meio dos meus balbúcios quase incompreensiveis saiu-me um o quê? Mas acabou o quê? Nós, foi a resposta que tive. De repente parecia que o meu coração não conseguia mais bater, um vazio sentido por dentro que me fazia sentir com uma estranha vontade de explodir. Perguntei: mas o que aconteceu? Nada, nem mais uma palavra saiu da tua boca para me explicar fosse o que fosse! Estava sozinho, perdido, misturado numa indefinição que não sentia como se fosse minha. Acorda, vá lá acorda. Uma voz entrou-me carinhosamente no ouvido. Então, que raio estavas tu a sonhar? Parecia que te estavam a bater! Um sonho, meu Deus, tinha sido apenas um sonho. As cores voltaram rapidamente à minha vida quando ao abrir os olhos te vi, com o mesmo sorriso com que sempre me brindavas pela manhã...