sábado, agosto 27, 2005

Situações

Neste momento a vida continua como sempre, porque nada pára se nós pararmos e o mundo, mesmo que por vezes não nos dê jeito, continua a girar sempre! Seria quase desnecessário dizer que estou a precisar de férias porque isso é quase um estado permanente em mim, não fosse eu talvez o viciado de viagens e afins (para o ano tenho de ir a qualquer sítio, nem que passe fome, lol). Embora esteja de facto cansado e a mudança para a minha irmã ainda tenha aumentado esta sensação, já que associou ao muito cansaço psicológico bastante cansaço físico, não posso dizer que me sinto mal. Ando mais leve, menos zangado e revoltado com algumas situações (é bom quando pensamos em coisas que nos magoaram e agora não nos fazem danos...), de alguma forma mais feliz. Cumpri um dos objectivos principais da minha vida que era completar o meu curso e já comecei a enviar currículos para concursos públicos (e esta? ser funcionário público até é fashion lol), ando a pensar seriamente qual o próximo passo, Pós-graduação? Cá? no estrangeiro? Mestrado? outro curso?? Enfim, eu não consigo ficar quieto e tenho este terrível defeito que se chama gostar de aprender... Mas para já estabilizar a minha vida! As perspectivas não são más para já e com alguma sorte para o ano até posso estar já numa casinha alugada por mim, é tudo uma questão de paciência!
Existe contudo uma coisa que tenho mesmo de corrigir e que é uma das minhas prioridades para o novo mês que entra já para a semana, estar com os amigos! As férias acabam (embora eu vá de férias nas últimas duas semanas de Setembro, mas isso agora não interessa nada), o pessoal começa a estar mais por Lisboa (sim Marisa, tinhas de ser a excepção, raios parta à gaja! LOL, estou a brincar amori, na realidade isto é tudo cíumes!! Desejo que corra tudo HiPeR BeM!!) e portanto é a altura ideal para juntar a maralha e fofocar. Tenho saudades de todos!
E pronto, para infelicidade minha estou no trabalho, entrei às 8h30 e estou podre de sono, mas que importa isso se quando chegar a casa me espera uma mudança para casa da minha irmã?? Como gosto de dizer, são apenas pormenores...

sábado, agosto 20, 2005

Num outro ponto qualquer

Ao fundo uma parede laranja limitava a sua existência e esse sentimento era estranho. Que seria que o prendia áquele lugar se na realidade não existia mais nada ali para explorar, nenhuma novidade, nenhuma progressão? Sentia medo, mas esse medo era também irracional, como se fosse sentido por coisas irreais, inexistentes. Nos últimos dias existia uma ansiedade crescente em si, algo que não tinha causa aparente, que se limitava a estar ali no seu interior. Claro que havia também o vazio, mas esse não era perceptível pela sua habituação à existência deste elemento na sua alma, tornara-se rotineiro o imenso espaço em branco que sentia todos os dias desde que existia enquanto ser. Se lhe perguntassem acerca os seus sonhos não saberia responder, há muito que os sabia mortos mas isso era algo que simplesmente não se podia afirmar, estava errado! Errado? Tantas vezes se questionara sobre esta simples palavra para nunca perceber a sua aplicabilidade. Inútil para si o seu significado. E assim, mantinha o dia a dia aborrecido da sua vida, sabendo que esperava sempre um milagre por acontecer (que nunca aconteceria), por pessoas que há muito se extiguiram (e que também já pouco lhe diziam), por todas as coisas pelas quais sempre lutou mas nunca alcançou. Cumprira quase todos os objectivos propostos, sem nunca se aperceber que estes nunca tinham sido impostos por si... aguarda pelo dia de acordar do sonho em que, por breves instantes que fosse, controlasse um pouco mais o seu destino e tudo aquilo que acontecia à sua volta. Fora abandonado muito antes de nascer enquanto ser individual, apenas amado até ao dia em que, por motivos inexplicáveis, decidira usar a mente para pensar sem se subjugar aos desejos daqueles que diziam amá-lo tanto quanto à sua própria vida...

sábado, agosto 13, 2005

pedaços

Já tinha esperado o amor de tantas formas. Quase tantas como as formas com que tentara iniciar as relações. Nunca conhecera o sucesso neste campo, embora de resto não se pudesse queixar. Esperava talvez por um sinal, uma diferença qualquer, sabendo que isso não aconteceria assim. Os dias passavam iguais, sem diferenças, sem sinais. Afirmava ser indiferente ao amor, que não necessitava disso para nada, afinal "antes só que mal acompanhado". Por dentro sofria, doíam-lhe os vários fracassos, a falta de esperança que se começava a instalar. As dores talvez nem fossem profunda, talvez nem fossem fortes, mas eram moínhas que todos os dias cresciam, que todos os dias o consumiam. Parou. Gritou para si próprio que chegava de tantas lamúrias, que ninguém merecia o seu sofrimento. Foi no dia em que se matou, não fisicamente, mas no seu interior, o dia em que decidiu abandonar o amor...
Assim, aprendeu a amar como se cada início fosse a sua primeira vez. Talvez se não se entregasse não sofresse, mas sabia no seu interior que no dia em que assim o fizesse, deixaria de sentir, de ser capaz de amar... atirou-se de cabeça ao mar esperando chegar a uma praia qualquer onde, por fim, encontrasse o seu sonho, atingindo o paraíso...