sábado, novembro 08, 2003

Aqui estou eu também

Bem, acho que é importante uma pessoa seguir o que de importante se passa, por isso decidi criar um blog meu. Não espero que ninguém na realidade se interesse por ele, digamos que é o meu cantinho de criatividade (se tal existe em mim), mas que não fecho só para mim. De qq forma, quem se aventurar pelo que aqui for escrito espero que goste, ou pelo menos, não deteste demasiado :P
Fica aqui a minha primeira noite fria...

Hoje sinto-me... bem torna-se difícil descrever o que corre dentro de mim. Farto-me das mesma situações em que se cede ao capricho, à birra, ao prazer de quem convém. Farto-me de se fugir dos amuos que se tornam mais constantes à força de serem tão reforçados pelos outros... Mas isto não é o pior, canso-me de não sentir já qualquer réstia da esperança que outrora tive na bondade humana, já que se passeia pela rua o desejo da maldade que cegamente nos consome, nos destrói.
Vejo pela facilidade do que acontece nestas rua, em que num abraço inesperado se rouba um telemóvel topo de gama e se deixa alguém no seu desespero angustiante da impotência de poder mudar as coisas, o que quer que seja. Sofre que vive, sofre quem vê. Mas a maioria nem vê, são realidades cegas em que vivemos, às quais tentamos passar ao lado para que não nos afecte, sem nunca percebermos que na realidade nos afecta a todos. Fale-se do reforço dado a quem assalta, que perante a indiferença avança na sua vida de marginalidade sem grande previsões de punição.
Canso-me, sim será esta a melhor maneira de o dizer, canso-me de ver quem já vi por tantas vezes, canso-me de ouvir as crises e as faltas de dinheiro (este que move o mundo), canso-me simplesmente... Na realidade apercebo-me que não é a fé na bondade humana que perdi, perdi algo maior do que isso, perdi uma crença infantil que faz de todos nós seres muito mais felizes, com objectivos muito mais definidos. Perdi então a esperança que tinha de poder mudar alguma coisa, por mais pequenina que fosse, estúpida esta minha crença de que o mundo deseja tal desígnio. Não! Jamais foi essa a sua intenção! Afinal o homem controla tanta coisa, sabe tanta coisa... e nunca controlou ou soube do mais importante, a sua maldade, o seu desespero de não saber o que o espera. Todos nos adaptamos, ainda que por vezes mal, ao simples facto de não percebermos patavina do que vimos cá fazer, para que servimos e qual é, afinal, o nosso grande objectivo... Mantenha-se a esperança viva, mas para quê...

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