Ali estava, parado à chuva que caía enquanto nascia um novo dia, perdido nesses sonhos, nessas suas fantasias. Uma mão tocou-lhe o ombro molhado, por momentos tinha-se esquecido de que o seu companheiro também ali estava e que este lhe perguntara se tudo estava bem. Não respondeu, como se as palavras não quisessem existir pela sua voz, mantendo-se na sua inquieta mudez.
Virou-se, dos seus olhos provinha uma água diferente, esta mais salgada, mais brilhante que a da chuva, e com estas lágrimas vinham mil palavras, de dor e alegria, de companhia e solidão, todas resumindo um simples sentimento... acabou!
A mão outrora no seu ombro retraiu-se, caiu como se a morte lhe houvesse roubado o seu bem mais precioso... e virou-se, sem conseguir dizer palavra a mão lentamente se afastou, sem possibilidade de regressar, de renascer.
Ali estava, parado à chuva com um novo dia que nascera, mais uma vez sem saber o que fazer...
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