quinta-feira, abril 29, 2004

Problemas

O que fazemos quando finalmente, após tanto esforço, percebemos qual é o nosso problema? Que fazer quando temos a chave mas não encontramos a fechadura? Pode parecer um pouco estúpido mas o facto de ter percebido novas coisas sobre mim apenas me pôs ainda mais impotente. Toda a minha vida tive uma resolução de conflitos muito eficaz, ou seja, eu não existo e assim não chateio ninguém. Não me obriguem a decidir porque eu detesto isso, não me perguntem que filme vamos ver porque por mim é qualquer um. Sabem o significado em psicologia de uma pessoa passiva? olá, mt prazer. Mas não é este o meu problema, chama-se mais pomposamente, falta de assertividade! Não, não é acertar em nada ou em ninguém, é tão simplesmente a capacidade de, respeitanto os direitos dos outros, nos conseguirmos impor, de fazer valer tb os nosso direitos, de uma forma reduccionista, de termos direito à nossa opinião e de a sabermos afirmar perante os outros. Por vezes é a simples capacidade de conseguir dizer não...
E aqui nasce o meu dilema, ok, agora sei qual é o problema, e faço o kê? Meto-me numa terapia que me ajude a desenvolver esta competência em falta? Condiciono-me que tenho que começar a dizer que não e a impôr um pouco as minhas vontades? Ou simplesmente espero, passivamente, que melhores dias cheguem?
Não tenho resposta a todas estas questões como não tenho tido a tantas mais que surgem ultimamente na minha vida. Começo a sentir um terrivel anúncio de uma depressão da qual quero fugir a sete pés, sinto que a minha vida tem sido um vazio demasiado grande ultimamente, sim, entendam-se anos... Não amei ninguém realmente e as pessoas que tive foram preenchimentos de espaços em aberto que cresceram ainda mais. Não quer dizer que não tenha amado, amei! Demasiado se calhar, pois parece que não restou em mim nem mais uma gota para dar... ou talvez nenhuma pessoa mais para me receber...
Amo hoje apenas os amigos, na minha estranha, mt estranha, forma de amar...

terça-feira, abril 27, 2004

Sentimentos

Um sentimento de desintegração
percorre o meu ser tão levemente,
como uma pena solta na agitação
de asas que se abrem amplamente.
Sinto-me longe deste mundo
a cada instante,
a cada dia que avança,
como se nunca dele tivesse feito parte.
E talvez não faça, porque me corrói,
mata-me um pouco mais a cada evento
sem possibilidade de retornar.
Mas nem aqui a raiva vem ver o seu triunfo,
apenas a tristeza invade um pouco mais
este reino há tanto perdido na maldade...
Humanidade que avanças em leves sobressaltos,
em fins marcados, aguardando pela morte
de ti vão-se os justos para ficarem os pecadores
de quem será um dia todo o mundo...
Perdidos, não eles mas nós, que não soubemos
avançar com a corrente, que não ousámos arriscar!
O sono invade-me, como se um sonifero aplicado
por uma seringa no meu sangue, e domina-me,
as palpebras pesam demasiado para as aguentar
e no fim de mais um dia sem aviso,
o mundo pára por umas horas a repousar.
Adormeço para não mais vir a acordar...

quinta-feira, abril 22, 2004

palavras

sinto-me perdido nesta nossa batalha
em que te ganho e perco a cada dia.
Cresce em mim um lento desespero
e fico impotente sem saber o que fazer.
Espero, avanço, canso-me mais que tudo
para obter resposta apenas quando te convém
Não percebes o que levas com os silêncios,
não entendes o que destróis com as palavras
e fico num impasse onde nunca quis ficar...
Dias vão e dias vêm sem que te perceba,
sem que te consiga conhecer um pouco mais.
Lanças frases que parecem ameaças,
que parecem pedidos de socorro
mas tantas vezes te salvei que já me cansa
e não encontro mais em mim essa energia...
Quero deixar-te mas não consigo!
quero amar-te e não sei como!
E, é talvez por não saber mais o que fazer,
que registo por palavras o meu abandono
foi neste dia que desisti de ti...

quinta-feira, abril 15, 2004

Saudades

Voltou, talvez ao seu verdadeiro ser, após tantas coisas que correram mal nos últimos tempos teve a sensação de estar em casa, de ter crescido, de ter paz. Em tão pouco tempo perdera duas pessoas, mesmo que não fossem muito chegadas eram alguém a quem já se habituara, que faziam parte da sua vida.
Acendeu um cigarro, já se esquecera deste sabor que o acalmava e ao mesmo tempo o levava a viajar... Quanto tempo teria passado desde que acabara o seu namoro com Pedro? Não se conseguia lembrar. Mais facilmente lhe ocorria o seu cheiro, o seu toque, saboreava agora em sonhos aqueles momentos em que ficavam juntos na cama ao acordar. O telefone tocou, aquele som frio e metálico retirou-o do seu sonho e sem se aperceber ficou aborrecido. Sim? Quem fala? do outro lado um silêncio, uma respiração pesada, em breves instantes ouviu a voz que conhecia tão bem... Sou eu, o Pedro.

quinta-feira, abril 08, 2004

........Lost.........

Sinto-me perdido, sinto-me triste, afinal que faço eu neste curso? A minha paciência falha-me quando mais deveria actuar e simplesmente já nem consigo insistir ou lutar. Não estás bem? Mas que se passa? pergunto eu demasiadas vezes, a demasiadas pessoas. Raios parta a mania de me preocupar... Nada, nada de especial, ou então, eu estou bem, até tenho andando bem, são normalmente as respostas que recebo e nem mais um virgula, nem mais um sentimento revelado. E pergunto-me o que fazer? Deixo andar porque as pessoas tb têm de se "resolver" por si próprias? Insisto para que falem, desabafem porque esta negação não é mais do que um pedido de atenção?
Desisto, maldita hora em que se lembraram de inventar o Homem sem se lembrarem de um manual de instruções... (e nem precisava de estar traduzido para português!).

Sinto-me triste porque nem aqueles que me conhecem, meus amigos e conhecidos, conseguem confiar-me os seus problemas. Nem estes conseguem sentir empatia para falar comigo... Serei demasiado critico? demasiado destruturador? Se ao menos eu tivesse uma luz do que faço mal... enfim, parvoíces! Tudo o que consigo escrever nos últimos tempos são parvoíces e acho que se não vou de férias ainda faço uma visita pormenorizada a alguma instituição de sanidade mental...

segunda-feira, abril 05, 2004

A tristeza dos dias

Sinto a tristeza dos dias que querem simplesmente afogar-nos, torna-se complicado resistir a um sentimento tão geral, tão forte! A solidão que a si trás associada é como um ópio do qual alguns não conseguem mais libertar-se. Tento, grito, berro mesmo de forma descontrolada, mas nem mesmo à chapada consigo trazer alguma razão. Paro, fico triste não só por aquilo que leio saido dos corações de quem mais amo (sim, de facto pode ser estranho que um geminiano assim o admita, mas amo), mas porque me sinto impotente, sem a alegria que tinha em outros tempos para contrariar esta corrente.
E cada dia mais me perco eu também, não neste sentimento, nesta tormenta tão viciante mas num desejo imenso, intenso, de simplicidade, de liberdade. Quero ser assim, senhor das minhas vontades e dono de mim... quero dizer a todos os que tanto se lamentam que não sabem realmente do que se queixam, que fazem do amor dos outros uma tábua de salvação que não existe... nunca existiu!
Never knew, i could feel like this, like i've never seen the sky before! Porque nunca antes consegui ver o que vejo agora?
Parem, por favor apenas parem, de me fazer sentir pequeno, limitado, ridiculo, por sentir que após 4 ou 5 anos de algum esforço para fazer um curso que supostamente me daria "armas" para saber como lidar com as situações, não tenho nada! Bem vindos a um circo onde já morreram os leões...
Mas sabem que mais? Estou feliz, sou feliz assim, sem armas, sem vicios destrutivos como esses em que vocês tão alegremente se envolvem... gastassem o tempo em que se queixam noutras coisas e talvez soubessem um pouco melhor o que fazer à vossa vida... Eu digo chega, basta de tanta tristeza, de tanta falsa infelicidade quando se tem a barriga cheia e algumas notas pelo bolso.