quinta-feira, novembro 27, 2003

Dores...

Enervam-me as dores invisiveis
que sinto mas não se vêem.
O sentimento desta impotência
que não sei como ultrapassar.
E os teus olhos são tão doces,
promessas de outros dias que virão
e que não me são destinados...
que não serei eu a viver.
Sinto a injustiça deste sentimento
que não me foi perguntado
se desejava em minha vida.
E luto, luto por dentro
contra este desejo de mudança,
de normalidade patológica.
A raiva cresce, inunda
cria em mim esta revolta,
esta imensa mágoa que não suporto.
Tento ser o que não sou,
tento ser outra vida que não vivo,
tento, tento mas não alcanço,
não alcanço os teus olhos,
esse futuro prometido.
E aqui fico uma vez mais
sem fugir, sem saber onde ir,
vivo talvez na ilusão daqueles minutos
em que pela música te agarraste a mim,
vivo na ilusão desta simples alegria...

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