quarta-feira, dezembro 20, 2006

Christmas time

Talvez a neve caisse lá fora se as temperaturas mantivessem as baixas que vinham a sofrer há já alguns dias. Na realidade não dava muita importância a este factor, mesmo sabendo que a neve seria sem dúvida uma ajuda para aumentar o espírito natalício da época, não sentia muito a sua falta. Sentia o calor vindo da lareira enquanto olhava pela janela. Na realidade não olhava para fora mas para dentro de si. Gostava deste ritual de junto de uma vista para o exterior partir numa viagem de instrospecção, uma tentativa de maior auto-conhecimento. Estava assim perdido no seu interior. Crescera naquele ano, disso tinha certeza. Mudara. As suas dúvidas mantinham-se apenas no aspecto deste crescimento, desta mudança. Teria sido para melhor? Não sabia responder. O processo de amuderecimento parecia-lhe algo mais penoso do que imaginara ser na realidade. Não que o processo fosse propriamente doloroso, mas levava a perder coisas que estimava, estados de espírito que pareciam tê-lo abandonado de forma definitiva. Suspirou. Agora um pouco mais presente na imagem exterior via as luzes nas janelas dos vizinhos. O cintilar alegre das luzes coloridas. Quase conseguia imaginar as músicas natalícias que acompanhavam o seu frenesim. Era quase natal! Mas pouco, muito pouco, parecia manter-se num espírito igual aos seus tempos de infância... crescera, mas dentro de si não queria matar a criança que um dia fora, a criança encantada com as luzes e músicas, a criança que ansiava pela noite de natal!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Novo display

Porque achei que podia melhorar um pouco fiz esta alteração no template do meu blog. Espero que gostem. Se quiserem deixem a vossa opinião quanto à mudança...

segunda-feira, dezembro 11, 2006

quarta-feira, novembro 22, 2006

PARABÉNS... ainda que atrasados


Como sou completamente desnaturado deixei passar a data de aniversário do meu blog. Pois que diz que dia 8 de Novembro deste ano o meu blog fez três anitos... os meus parabéns!!!

Chuva...

Olhava pela janela. Lá fora pequenas gotas de água iam batendo contra o mundo, lavando-o dos outros componentes da natureza. Desejava sentir a chuva no rosto como quando era criança, reviver a sensação de liberdade que isso causava, relembrar os tempos em que saía à rua pelo simples prazer de se molhar. O duche quente, quase a ferver, que seguia o ritual, o relaxar dos músculos, a alegria de parecer maluco com este comportamento aos olhos alheios. Regressou ao tempo actual. Continuava de pé, junto à janela, apenas com as calças de pijama vestidas. Sentiu de repente duas mãos que subiam pelo seu peito na forma de um abraço, o calor e o cheiro da pessoa que tantas noite ali partilhara consigo. Sentiu o conforto, o apoio, a cumplicidade gerada pelo tempo. Virou-se. Olhou-o nos olhos, viu nele a mesma pessoa por quem se apaixonara há uma década atrás, o mesmo rapaz meio assustado, timido e introvertido. Não que estas características se mantivessem exactamente iguais, mas o amâgo continuava ali. A sua bondade infinita, a sua preocupação pelos outros, o amor que quase parecia impossível existir concentrado num único ser. Beijou-o. Invadido por uma onda de incrível ternura quis prender aquele momento para sempre. Ele abraçou-o, encostando a sua cabeça contra o seu ombro e sussurou-lhe ao ouviu: hei, calma... eu estou aqui!
Lá fora a chuva continuava a cair e agora abraçados na cama ele dormia. Dormia um sono há muito esquecido...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Branco

Tento escrever mas no cursor as palavras teimam em não aparecer... I'm simply not in the mood

quarta-feira, outubro 04, 2006

Jornal da manhã...

Desço a rua em direcção à estação mas o meu pensamento, esse, fica preso a ti. Sinto-me bem, feliz, é quase inexplicável como estar contigo me faz tão bem. A tua presença durante a noite dá-me conforto e segurança, faz-me sentir como se o resto do mundo não existisse. Chego à estação com o meu livro como companhia e espero o comboio. Vou lendo o livro e pensando em ti. Sei-te irritado pela correria da manhã, do contra relógio habitual e da pouca vontade de continuar. Sinto que gostava de ter meios para ajudar, sinto que gostava de ter muito dinheiro só para poder fazer com que aproveitasses mais a tua vida, o momento, diminuindo o teu ritmo mas essa opção não me é por enquanto possível.
No comboio vou passando as estações e lendo o meu livro, as pessoas vão entrando e saindo e pouco mais existe naquela manhã. Penso que tenho de ir pagar a renda, não me posso esquecer. Penso em como gostava que algumas coisas já estivessem organizadas mas ao mesmo tempo sinto-me competente para as organizar, é tudo uma questão de tempo. Tempo... aquilo que teima em fugir. Disse um dia, em palavras apagadas, que talvez um dia perdesse a luta contra o tempo. Hoje penso de forma diferente. É uma batalha que simplesmente não posso perder.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Uma manhã...

Esta é uma manhã diferente. Porquê? Não sei dizer! Na realidade não existe nada que se possa dizer que tenha mudado radicalmente ou então talvez tenha mudado! Esta é uma manhã diferente! Estou acordado sem necessidade aparente e, estranhamente, a vida sabe-me bem. With time i'll get it right, that's something I didn't knew before...

domingo, setembro 24, 2006

E para finalizar:

No more talk of darkness
Forget these wide-eyed fears
I'm here
Nothing can harm you
My words will warm and calm you

Let me be your freedom
Let daylight dry your tears
I'm here
With you, beside you
To guard you and to guide you

Say you love me every winter morning
Turn my head with talk of summertime
Say you need me with you now and always
Promise me that all you say is true
That's all I ask of you

Let me be your shelter
Let me be your light
You're safe
No one will find you
Your fears are far behind you

All I want is freedom
A world with no more night
And you
Always beside me
To hold me and to hide me

Then say you'll share with me one love,
One lifetime
Let me lead you from your solitude
Say you need me with you,
Here beside you
Anywhere you go, let me go too

Christine that's all I ask of you

Say you'll share with me one love, one lifetime
Say the word and I will follow you
Share each day with me,
Each night, each morning
Say you love me (You know I do)

Love me
That's all I ask of you
Anywhere you go, let me go too
Love me
That'sall I ask of you

(All I Ask of You - The Phantom of the Opera)

O que mais gostava de dizer-te:

Nothing's gonna harm you, not while I'm around
Nothing's gonna harm you, no sir, not while I'm around

Demons are prowling everywhere nowadays
I'll send them howling
I don't care, I got ways
No one's gonna hurt you,
No one's gonna dare

Others can desert you,
Not to worry, whistle, I'll be there!
Demons'll charm you with a smile, for a while,
But in time...

Nothing can harm you
Not while I'm around...

Being close and being clever
Ain't like being true
I don't need to,
I would never hide a thing from you,
Like some...

No one's gonna hurt you, no one's gonna dare
Others can desert you,
Not to worry, whistle, I'll be there!
Demons'll charm you with a smile, for a while
But in time...

Nothing can harm you
Not while I'm around...

(Barbra Streisand - Not While I'm Around)

segunda-feira, setembro 18, 2006

Celine Dion - "That's The Way It Is"

I can read your mind and I know your story
I see what you're going through
It's an uphill climb, and I'm feeling sorry
But I know it will come to you

Don't surrender 'cause you can win
In this thing called love

When you want it the most there's no easy way out
When you're ready to go and your heart's left in doubt
Don't give up on your faith
Love comes to those who believe it
And that's the way it is

When you question me for a simple answer
I don't know what to say, no
But it's plain to see, if you stick together
You're gonna find a way, yeah

So don't surrender 'cause you can win
In this thing called love

When you want it the most there's no easy way out
When you're ready to go and your heart's left in doubt
Don't give up on your faith
Love comes to those who believe it
And that's the way it is

When life is empty with no tomorrow
And loneliness starts to call
Baby, don't worry, forget your sorrow
'Cause love's gonna conquer it all, all

When you want it the most there's no easy way out
When you're ready to go and your heart's left in doubt
Don't give up on your faith
Love comes to those who believe it
And that's the way it is

When you want it the most there's no easy way out
When you're ready to go and your heart's left in doubt
Don't give up on your faith
Love comes to those who believe it
And that's the way it is

That's the way it is
That's the way it is, babe
Don't give up on your faith
Love comes to those who believe it
And that's the way it is.
........................................

I believe it!

CASA - WEEEEEE

Ora bem, meus caros amigos e amigas, a razão finalmente de andar distante e pouco comunicativo (entre outras que não interessa para aqui): tenho casa!!! Pois é!! Aluguei casa!! E já comecei a mexer as palhinhas. O menino já tem contrato de eletricidade e gás e o da água vai já ser tratado na Quarta!
Depois quando as economias estiverem mais equilibradas tenciono convidar todos para um jantarinho ou algo assim, mas não pode ser para já :s
Peço desculpa pela ausência, mas tenciono voltar ao "activo" e em breve espero dar notícias a todos, preferencialmente de forma presencial.
Jokinhas e abraços a todos e não se esqueçam: sejam felizes.

BARBRA STREISAND "Comin' In And Out Of Your Life"

Still can remember
The last time I cried
I was holding you and loving you
Knowing it would end
I never felt so good
Yet felt so bad
You're the one I love
And what makes it sad
Is you don't belong to me

And I can remember
The last time I lied
I was holding you and telling you
We could still be friends
Tried to let you go
But I can't, you know
And even though I'm not with you
I need you so
But you don't belong to me

Comin' in and out of your life
Isn't easy,
When there's so many nights
I can't hold you and I've told you
These feelings are so hard to find

Comin' in and out of your life
Will never free me
'Cause I don't need to touch you
To feel you, it's real with you
I just can't get you out of my mind

But I can remember the last time we tried
Each needing more than we could give
And knowing all the time
A stronger love
Just can't be found
Even though at times this crazy world
Is turning up-side-down
You'll always belong to me

(Comin' in and out of your life)
Isn't easy,
When there's so many nights
I can't hold you and I've told you
These feelings are so hard to find

Comin' in and out of your life
Will never free me
I don't need to touch you
To feel you, it's so real with you
I can't get you out of my mind

But I can remember...

terça-feira, setembro 12, 2006

Música

Eu sei que não sou imparcial quando se trata de músicas da amiga Barbra Streisand e que tenho uma pancada pela senhora que não é muito normal, mas penso que existem músicas que não se devem perder. Recomendo, neste caso, um album inteiro para quem goste de músicas calmas e baseadas no tema Amor.
Se clicarem no nome do album vão ter à página da Amazon onde podem ver mais detalhes e ouvir excertos das músicas. Fica a sugestão...

quarta-feira, setembro 06, 2006

O destino de férias...

Se eu tivesse dinheiro e me fosse dado a escolher o destino de férias que eu quisesse este era o sitio que eu escolhia. Para quem não tenha percebido ainda trata-se de Bora Bora e dá mesmo vontade de dizer, Bora?

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
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Fernando Pessoa - Mensagem

terça-feira, setembro 05, 2006

Momentos

Há quem diga que com o tempo as pessoas mudam. Penso que às vezes não é preciso o tempo na sua expressão mais longa para mudar uma pessoa. Basta um simples momento, um afecto, uma situação. Ou talvez não mude nada, nada mais do que a percepção que temos das coisas que nos rodeiam, das pessoas, do mundo...
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Sentado na esplanada, de livro aberto no colo, olhou a paisagem. Há tanto tempo não sentia por dentro a calma de um bom momento relaxante. O verde à sua volta compunha uma paisagem intimista entre o homem e a natureza e embora fossem visíveis várias edificações humanas, nenhuma delas parecia chocar realmente com o seu contexto circundante. O sol batia-lhe no rosto e o céu de um azul brilhante, típico do mês de Agosto que chegava agora ao fim, fazia-o sentir-se confortável. Pensou que aquele era sem dúvida um momento especial, do tipo que mesmo sem nenhum acontecimento marcante, a memória seria capaz de recordar passados anos e anos a fio.
Em tão pouco tempo tanta coisa mudara no seu intimo, uma capa construída ao longo do tempo por mágoas e desilusões tinha sido destruída em coisa de meses. Meses só por si conhecidos, meses de um encantamento interno desde o primeiro minuto que nunca ousara revelar, talvez nem para si mesmo... Quando olhava agora para trás percebia como tinha construído uma imagem errada, uma imagem de alguma frieza, de um distanciamento nem sempre sentido. Vivia pelo lema "nada me afecta, nada me pode destruir se eu não permitir que chegue ao meu interior". Vivia uma ilusão que não merecia.
E bastou um dia, menos até, bastou um momento, para que tudo caísse por terra. A frieza transformou-se em dádiva e o distanciamento em afecto profundo. Há quem diga que caiu de quatro pelo amor que sentia crescer por dentro, há quem diga que simplesmente perdeu o controlo. Nenhuma das duas é totalmente mentira, mas também nenhuma delas totalmente verdade. Foi o seu amor interno por si que renasceu naquele dia, foi a capacidade de acreditar nos sentimentos mais elevados, que há tanto matara por dentro, que recuperou. Foi a sua humanidade, a sensibilidade, a partilha, que naquele momento crucial conseguiu erguer do mais fundo da sua anterior desilusão. Amar tornou-se uma possibilidade presente e foi isso que o destabilizou, foi isso que criou novos sentimentos anteriormente impossíveis, que criou a instabilidade e a necessidade urgente de um porto seguro. Quem esteve mais próximo pode aperceber-se do seu crescimento, uma evolução bastante marcante que o levou a atingir novas metas, a cumprir novos objectivos.
No seu intímo sentia-se bem. Sentia algum gozo por saber que as pessoas à sua volta não compreenderiam jamais o que se passava por dentro e nem tão pouco o que se passava por fora. O som de um passáro ao longe puxou-o de volta ao seu cenário actual, olhou a serra verde à sua frente e voltou a sentir o sol que lhe batia na cara. Olhou pro lado e sorriu. A felicidade simplesmente piscou-lhe o olho e desta vez ele soube como reagir e piscou-lho de volta.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Confrontos

Olhou-o nos olhos dando a entender a emergência do seu pedido, por dentro todas as emoções se debatiam em conjunto criando uma confusão fora do vulgar. Queria dizer tantas coisas e nunca nenhuma saía realmente como era sua intenção. Manteve-se calado, de olhos presos nos olhos dele. Por dentro sabia que não tinha por onde fugir e isso assustava-o, como se fosse uma faca cravada numa ferida aberta ainda a sangrar, morria um pouco a cada dia. Tinham-se passado anos e desses anos pouco restava, pouco mais do que uma leve nostalgia pelo tempo perdido em tantas discussões. - Nunca me amaste pois não? - Quase automaticamente arrependeu-se da pergunta. Para quê perguntar algo que já se sabe há tanto tempo a resposta? Mas tinha de ouvir as palavras proferidas pela sua voz, uma voz que ao longo do tempo amou tão intensamente. - Amei. Tu é que nunca soubeste compreender a minha forma de amar. - Olhou-o nos olhos uma vez mais. Os olhos anteriormente claros estavam agora escurecidos pela dor, pela passagem amarga do tempo. - Não, não me amas-te. Ficaste preso a outros tempos e eu não fui mais do que uma distracção. Eu soube compreender o teu "amor", como lhe chamas, agarrei-me a ele para tentar construir algo. Agarrei-me com demasiada força ao ponto de me cegar. Tu não me deste nada e é com esse nada que eu fico agora... - as lágrimas corriam-lhe pelas faces de forma descontrolada, urgente. Pegou na mala há tanto feita, andou um pouco em direcção à porta e olhou para trás. - Foste tu quem nunca compreendeu o meu amor, tu que não soubeste compreender tudo aquilo que eu te quis dar. Foste tu quem não soube aproveitar o coração aberto que pus nas tuas mãos. - voltou-se novamente para a porta, as lágrimas iam ficando marcadas no chão de pedra em pequenas marcas de água. Abriu a porta e olhou para trás, despediu-se daquele que fora o seu mundo durante tanto tempo e saiu. Saiu livre para amar.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Calma...

Sinto a calma que me faltou... olho o mar que vai e vem e absorvo um pouco da sua energia. Olhar o mar sempre me fez bem. Sei que demonstrei coisas que não devia, que me expus, tentei fugir à sinceridade do que sou, vestir a capa, mas não fui capaz. Estou calmo. A partir daqui sei que sabes como sou, talvez isso te possa vir a incomodar ou de alguma forma a aborrecer, mas não importa. Nunca soube viver de outra maneira. Sou assim. Tentei mudar, nunca consegui. Deixei simplesmente de tentar. Gostava de ter mais experiência, de saber lidar melhor com as situações, mas sinto-me feliz no papel de aprendiz. Esta é a minha fuga ao tempo. Enquanto estou a aprender sei que não estou ultrapassado, que o tempo simplesmente não me ganhou o jogo. Sei que tenho imenso a aprender e quero! Acima de tudo quero aprender, sabendo que também tenho algo a partilhar. Hoje estou diferente. Estou num dia de cada vez, estou no aproveitar de todos os momentos. Estou na convicção de viver o presente, deixar o passado onde deve ficar e não sofrer pelo futuro, porque hoje é o que importa, hoje estou aqui, hoje penso em ti com um carinho imenso e se no futuro não sentir assim não importa. O que sentir até lá ninguém me tira, é meu. Olho o mar. Sinto a espuma que bate suavemente trazida pelo vento. Adoro este sentimento que o mar me trás. Em mim a maré sobe e desce em ciclos, trazendo num conjunto o equilíbrio. Estou aqui... isso é tudo o que quero que sintas!

quarta-feira, agosto 02, 2006

Sincero

Sou sincero, tenho medo. E porque o medo também faz parte da vida, estou feliz. Sofro, sofro por não poder expressar tudo o que vai dentro de mim, mas também isso é bom. Mas sofro mais pela falta do teu toque, pela falta destes dias, e vou crescendo. Cresço neste meu controlo de não poder sentir-me assim, de não ser racional... mas será tudo sempre desse modo? Olho ansiosamente para todos os meios por onde pode surgir uma comunicação. Não chega. Sinto por dentro que se calhar devia ter a iniciativa mas perco-me nos receios de te passar uma imagem errada, de deixar de ser tudo tão natural. E vou esperando. Esperando novamente pelo toque das tuas mãos, pelo encostar da tua cabeça no meu colo, e relembro. Vivo novamente cada bocadinho que partilhei contigo, cada minuto, cada sentimento que por dentro se instalou. Sim, tenho medo, mas o meu maior medo foi sempre o de não conseguir viver, o de não arriscar, o de te perder antes de te conseguir achar. Pego no telefone e mando-te uma mensagem, um retalho de uma música qualquer, um fragmento do todo que vai cá dentro, e descanso. Como um guerreiro após uma batalha, sendo que venci a luta mais difícil de travar. E essa foi aquela em que me abandonei ao sabor do vento, só na expectativa de alcançar o teu amor...

sábado, julho 29, 2006

Mensagens

O telemóvel assinalou a recepção de uma mensagem. Por dentro todo o seu organismo estremeceu com o som emitido pelo aparelho de comunicação, criou-se em segundos uma expectativa. Olhou para o telemóvel tentando parecer desinteressado, como se fosse apenas mais uma mensagem... esperava que fosse muito mais que isso. Podia não dizer nada de especial, podia ser sobre o mais banal dos assuntos, mas seria dele? Seria mais uma mensagem para criar uma interpretação, um sentimento?
Agradava-lhe o jogo, a conquista sublime contida nas palavras, nos gestos e olhares. Nunca antes o tinha tido desta forma intensa, neste limbo entre o que é ou não permitido numa dança da qual não se conhecem todos os passos. Mas foi dançando, um dia de cada vez, devagar... Recordava o primeiro encontro, a primeira saída. Recordava o jantar com cada pormenor, com cada gesto, com a intensidade de vários olhares que por dizerem tanto eram mudos. Persistia nele a dúvida. Não a dúvida simples do que está a ser sentido pelo outro lado, mas sim sobre se o outro poderá alguma vez sentir da mesma forma.
Desbloqueou o telemóvel. Viu o envelope e a indicação de um nome surgiu normalmente no ecran. Sorriu. Sorriu interiormente mais do que o que foi visivel. Ficou contente, ficou feliz. A mensagem era da pessoa que desejava, da pessoa sobre a qual ficava na expectativa de poder ver e tocar todos os dias. Tinha dúvidas, demasiadas dúvidas e, embora o instinto se atira-se de cabeça, o coração já remendado e a consciência sempre resmungona mantinham-se mais racionais. A questão pairava pelo ar? Gostará ele de mim? E todas as tentativas para a responder pareciam falhar... nesta história era o tempo quem ditaria o fim, era uma história em que o tempo parecia avançar e recuar. Como numa dança, por cada passo em frente vários dão-se para os lados e alguns chegam mesmo a ir para trás. Cada dia era um pequeno avanço e, por vezes, um grande retrocesso. Mas estava feliz. Feliz porque mais do que ter medo de poder atirar-se contra a parede existia o medo de a parede nunca existir de todo...

quarta-feira, maio 24, 2006

Toque

Toco-te. No silêncio das palavras escritas como tantas vezes antes te toquei. Sei que o sentes, o imiscuir da minha mensagem em ti e nem sequer o evitas. Olho-te, percorro-te uma vez mais pela minha imaginação, sabendo que provavelmente já não serás como te penso. Tê-lo-ás sido alguma vez? Não importa! Não neste momento em que a tua imagem me pertence. Pensarás em mim da mesma forma que eu me perco em ti? Tantas vezes te sonhei que sinto conhecer-te ao mais infimo pormenor, quase decor. Todos os contornos, todos os gestos e odores. Acordo com a imagem desvanecida da tua presença em mim. Pensas-me, consigo senti-lo, sei que não me conseguiste vencer. Mas será tudo isto uma batalha? Terá sido alguma vez algo diferente? Silêncio. O silêncio que há muito me abarca, me acolhe. Tornou-se confortável com o passar do tempo e desejo hoje que não parta. Talvez sejamos actualmente muito mais do que antigamente, muito mais que simples seres que se cruzaram. Somos certamente diferentes dos restantes mortais com que nos cruzamos, porque crescemos, morremos e resnascemos... Hoje somos o que nunca antes houveramos sido, corações em silêncio falantes, um fogo vivo esbatido, dois seres em quietude expectantes. Somos os que acordaram o que o tempo há tanto tinha adormecido...

domingo, maio 07, 2006

Apetecia-me escrever algo... algo diferente, algo completamente genuíno. Mas o meu interior tem caído em silêncio e as palavras não fluem como antigamente. Estou diferente, mesmo que de alguma forma não se note, e isso assusta-me. Queria partir e nunca mais voltar!

terça-feira, abril 25, 2006

Curiosidades...

Acho que o dia de maior confronto que tive comigo mesmo foi no dia em que percebi ser uma pessoa igual a todas as outras. Não entendam mal, não que ache que somos todos iguais. Mas falo enquanto ser humano, sem poderes especiais ou qualquer capacidade desconhecida de salvar o mundo. Quando era novo acreditava nisso, em poderes. Talvez por isso as minhas séries favoritas fossem sempre aqueles em que eles entravam como estrela principal. Para dar-vos exemplos, era fã do He-man, dos ursinhos carinhosos e mais tarde da Sailor Moon. E contudo, em nenhuma destas séries estava presente o poder que eu gostava de ter, ele sempre esteve "escondido" numa outra área, uma que se revelou mais tarde para mim quando conheci os X-Men. Ali estava ele, na posse de uma personagem de cabelos brancos, feminina e, embora muito poderosa, também bastante "frágil". Falo da Storm, como já devem ter percebido. E sim, acho que esse foi o dia de maior confronto para mim. O dia em que percebi que não possuía, nem nunca iria possuir, o dom de controlar os elementos, que não tenho nada que me permita fazer justiça, que não sou mais do que outro ser humano mortal... e talvez isso até seja o melhor, e tudo faça mais sentido assim.

domingo, abril 09, 2006

Estes são tempos dificeis...

Estes são tempos dificeis. São tempos em que a vida passa e nós parecemos parar ao lado dela. São tempos em que vemos tanta coisa passar-nos ao lado sem possibilidade de as agarrar. São tempos de apatia, inertes. Tempos em que desejávamos que o tempo não existisse ou simplesmente parasse de correr. E no entanto são tempos de esperança. De fé. Aqueles em que nos parece que tudo é possível outra vez, em que esperamos que o que venha seja melhor do que o que passou. São portas abertas para janelas fechadas. São lufadas de ar fresco. São a consciencialização dos nossos próprios defeitos e feitios, das nossas forças e fraquezas, das nossas belezas e "monstruosidades". São o confronto com a realidade. E quanto estamos sozinhos, quem estará lá para nos salvar da nossa própria realidade? Quem nos protege do confronto com o que realmente somos? Where will we go? We can't escape the truth...

sábado, abril 01, 2006

News...

Apenas para dizer que passei no exame de condução e que conduzir carros a gasolina é totalmente diferente dos carros a gasóleo. Carros a gasóleos RULESSS!!! Sinto-me um ignorante a conduzir um carro a gasolina, mas enfim, vai lá com o tempo ;)
Oficialmente sou mais um perigo nas estradas portuguesas... logo agora que eles estavam a conseguir diminuir os acidentes... ihihih
Já agora, se virem alguém parado à entrada de uma rotunda com inclinação vertical, devo ser eu a tentar arrancar sem o carro ir a baixo, eu bem digo, carro a gasóleo é que é bom, mas ninguém me ouve. Raramente o carro ia abaixo, e agora... :S jesus...

domingo, março 12, 2006

James Blunt - Goodbye My Lover

Did I disappoint you or let you down?
Should I be feeling guilty or let the judges frown?
'Cause I saw the end before we'd begun,
Yes I saw you were blinded and I knew I had won.
So I took what's mine by eternal right.
Took your soul out into the night.
It may be over but it won't stop there,
I am here for you if you'd only care.
You touched my heart you touched my soul.
You changed my life and all my goals.
And love is blind and that I knew when,
My heart was blinded by you.
I've kissed your lips and held your head.
Shared your dreams and shared your bed.
I know you well, I know your smell.
I've been addicted to you.

(x2)
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

I am a dreamer but when I wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
And as you move on, remember me,
Remember us and all we used to be
I've seen you cry, I've seen you smile.
I've watched you sleeping for a while.
I'd be the father of your child.
I'd spend a lifetime with you.
I know your fears and you know mine.
We've had our doubts but now we're fine,
And I love you, I swear that's true.
I cannot live without you.

(x2)
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

And I still hold your hand in mine.
In mine when I'm asleep.
And I will bear my soul in time,
When I'm kneeling at your feet.

(x2)
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

(x2)
I'm so hollow, baby, I'm so hollow.
I'm so, I'm so, I'm so hollow.

quinta-feira, março 09, 2006

domingo, março 05, 2006

Os Outros

É conhecido por todos a teoria que defende que ocorre uma desilusão grande nas crianças quando se apercebem que os pais não são os "Herois" que elas pensavam. Até certo ponto consigo compreender e concordar com esta teoria. Porém, olho agora para os meus pais e para outras pessoas que foram, e são, marcos para mim, e vejo que não é uma questão de desilusão. Ou pelo menos, não de desilusão para com eles. Acho que o que acontece é muito mais profundo que isso e que se mantém por toda a nossa vida. É um processo bilateral, reciproco se quiserem. Alguma vez se questionaram se somos os filhos que os nossos pais sonharam e projectaram que seriamos? As suas próprias desilusões quanto a todo o processo de criar um descendente?
E tudo isto me parece irrelevante... porque não se trata de desilusão realmente. Acho que o que acontece está na forma como conseguimos assumir os papeis destas pessoas mais próximas, que nos são mais queridas. Para aqueles que têm formação em psicologia compreendem facilmente se disser que se trata da forma como nos pomos na "pele" daquela pessoa e também muito da nossa empatia com ela. Quem não sente que os pais não têm sexo? Que mesmo sabendo por A + B que eles são pessoas normais, que não sente que eles são especiais, como se tivessem um super poder qualquer... E não, não é desilusão. É a dificuldade que temos em aceitar que são realmente pessoas como nós, que podem ter as mesmas dificuldades, os mesmos sonhos, os mesmos desesperos. Que são fracos em determinadas ocasiões e que metem a pata na poça tal e qual como nós... Custa-nos a aceitar que um dia aquela pessoa não vai lá estar... Mas se a criarmos na nossa cabeça como um ser de alguma forma "superior", torna-se mais fácil. Porque os pais não têm problemas económicos, não tem dificuldade em ultrapassar as dificuldades e têm sempre, mesmo sempre, que saber orientar-nos na resolução de problemas e situações dificeis. E para eles é tudo tão dificil como para nós. Talvez ainda mais dificil pela frustração de não nos poderem proteger de tudo e todos, por nos afastarmos pela necessidade de sermos nós próprios, com opiniões e desejos próprios... E se lhes fosse dada a opção, como nós os manteriamos sempre como os nossos heróis imortais, eles manter-nos-iam como crianças pequenas que podessem mimar e proteger daquilo que se torna o desafio a que chamamos vida. E se calhar o que todos deveriamos perceber é que é exactamente esta nossa mortalidade que nos torna seres únicos e que faz com que cada marca que deixamos numa pessoa, pelo mundo, é realmente o maior de todos os nossos tesouros...

domingo, fevereiro 12, 2006

Amar

O que fazer quando se descobre o medo de amar? Quando se descobre as marcas profundas deixadas por paixões antigas? Paixões que não passaram disso mesmo, bons momento de completo consumismo que ao acabarem destruíram tudo o que tinham criado.
O que fazer quando se chora ao apercebermo-nos do quanto aquela pessoa abraçada a nós realmente significa e o quanto se a ama? O que fazer para deixar entrar o amor numa casa já queimada, sem que isso doa ou relembre situações antigas?
Calma, passos pequenos a cada dia... e o medo de que o outro se possa fartar de esperar e vá embora? Calma. Porque me parece que o mundo desaparece quando estou contigo? Porque me sinto tão bem a teu lado, seguro, amado?E as dúvias que surgem depois? Porque estás longe de mim a maior parte do tempo? Será algum tipo de prova ou tortura? Amo-te. E mesmo assim não te deixo entrar, tenho medo, perdoa-me. Vamos com calma está bem? Um dia de cada vez, um passo à frente do outro. Amo-te. Percebes o perigo que isso pode representar? Mas o pior de tudo é amar-te sem me querer entregar, sem te querer amar de verdade. Amo-te. É tarde demais.

sábado, janeiro 28, 2006

Novidades

Para que não digam que volto com texto deprimentes, embora já saiba que vou ouvir isso :P, deixo algumas novidades importantes para mim.
Neste momento já estou a trabalhar no MillenniumBcp e estou a gostar muito da experiência! Estou quase a fazer três meses de namoro e as coisas têm corrido bem (com os problemas comuns a qualquer relação, nada de extraordinário), estou a precisar de desporto mas já me vou inscrever num ginásio para a semana. Comprei um telemóvel novo e adoro-o (se mo roubarem mato-me, ou não...). E de repente não me ocorre mais nada...

Palavras

Faz tanto tempo que não escrevo aqui, tanto tempo que não sinto falta disso e apercebo-me agora que me tenho deixado perder. Sou gémeos, e cada vez mais me apercebo do que isso realmente significa, da capacidade quase inumana de me desprender das coisas, mas mais tristemente, das pessoas. E no entanto, elas fazem-me tanta falta. Se fosse ao contrário eu já não seria meu amigo, como ser amigo de alguém que não diz nada durante séculos? Mas eu sou assim, e por mais que o tente não consigo contrariar. Lamento. Mais do que posso explicar. Tempos houve em que pensei ser o melhor amigo que alguém poderia desejar, hoje tenho muitas dúvidas de que assim seja.
Amo todos e não me prendo a nenhum e isso é triste. Triste quando ouvimos da pessoa de quem gostamos "porquê essa necessidade de demonstrar independência, do que tens medo?". Triste por não saber o que responder. Eu sou assim!! Mas servirá isso como desculpa? ou simplesmente como refúgio? Tenho alturas em que me odeio profundamente. Odeio a minha incapacidade de dizer às pessoas importantes o quanto as amo, de não dizer às pessoas que se afastaram o quanto me fazem falta.
Lamento a minha vontade de desaparecer e nunca mais me encontrar...