sábado, setembro 22, 2007

Inverno


Não sou fã do Inverno mas continuo a gostar de vestir a roupa típica da altura. De alguma forma sinto-me mais aconchegado...
Nas cores escuras que são a tua marca
eu escondo o mais frio dos sentimentos.
E enquanto sigo o meu caminho vou deixando traços,
imprimindo marcas na neve que te cobre.
E de alguma forma sei que te admiro
vivo as tuas tonalidades mais sombrias
e sinto o vento frio com que contrarias os meus passos.
Os dias que passam devagar escurecem mais depressa
e na minha alma adormecem muitas emoções.
Emoções deixadas pelas outras estações,
por outros acontecimentos já passados.
Guardo todos e carrego-os comigo
fazem parte do que sou e do que serei
e juntamente com a tua tristeza
eu construirei a minha solidão...

segunda-feira, setembro 17, 2007

Li, Gostei e Plagiei

(não sei o autor e peço desculpa à pessoa de quem o roubei... lol)

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu para sempre."

domingo, setembro 16, 2007

Horas...



A noite vai tomando conta do meu ser que adormece,

ser que devia ter repousado há tanto tempo!

Mas dos segundos vieram minutos

e dos minutos se fizeram horas...

Horas em que recordo o que não devia e não durmo

um tempo infinito contabilizado num leve tic-tac


E vou-me afundando.


Vivo nesta ambiguidade terrível que me consome,

preso no que devia ter feito e não fiz

preso no que deixei de viver e destruí.

Num caminho que estava traçado e eu não vi!


E vou seguindo.


Um pouco sem destino, sem rumo

numa rota quem nem sempre sei se escolhi.

Adormeço, ou pelo menos sei que o corpo sucumbiu.

A alma, essa vagueia pelas brumas

na esperança de talvez um dia encontrar uma nova luz.

E aqui fico eu, aguardando que chegue esse novo dia...




É assim que me sinto por dentro...


Sinto-me num mundo infindável de obras interiores que não acabam. Que avançam e recuam e nem sempre a níveis equivalentes. Lembra-me aquelas obras que nos dizem que vão demorar um mês e acabam por se arrastar por seis ou sete... será preciso tanto tempo?
Sei que não devia expôr tanto aqui de mim. Sei que de alguma forma me fragiliza. Sei que já afastou de mim pessoas (a elas peço desculpa, mas por vezes esta é a única forma que sei). Continuo a conseguir trabalhar melhor a minha comunicação e a minha emotividade por palavras escritas. Não sinto medo. Talvez eu apenas seja timido, talvez seja medroso e não goste de enfrentar as pessoas, talvez simplesmente me custe demais.
Faltam-me coisas na minha vida e nem sempre sinto ter realizado as coisas que sonhei. Talvez não seja tarde, mas sinto-me dorido. Magoado. Sim, talvez eu não devesse expor aqui tanto de mim (não deveria nunca ter falado de nós, talvez...), mas eu não consigo não falar dos meus sentimentos. Não os consigo calar e eles não passam só porque sim. E sim, acima de tudo magoa-me que tenhas deixado de acreditar em nós quando eu, apesar de toda a valorização que não sentia (fosse ela real ou apenas falha minha na sua percepção), continuei a acreditar...
Existe algum local onde se possa esconder um alma? Existe algum local onde simplesmente possamos desaparecer? Existe alguma forma de não ser tão sensível a tanta coisa? Um local banal onde eu possa simplesmente ouvir a tua voz...

sábado, setembro 15, 2007

Amanhã Talvez

Uma música que me habituei a ouvir de pequenino por causa da minha mãe. Deixo-vos um bocadinho da letra:

"... É, quando se ama a gente finge que não vê
Que o tempo passa e mais um pouco de você
Melhor assim, bom pra você, melhor pra mim
E amanhã quem sabe a gente outra vez..."

quarta-feira, setembro 05, 2007

...

Peguei no livro e sentei-me para o ler calma e confortavelmente recostado no sofá. Sei que lá fora o mundo avançava pelos barulhos que me chegavam pela janela aberta mas não os via devido à persiana corrida até abaixo, apenas com os buraquinhos para "respirar". Estava numa pernumbra agradável, apenas com a luz suficiente para me embrenhar no livro aberto à minha frente, pronto para me deixar levar na história e viver cada momento como um acontecimento real da minha vida. E de repente apareceste tu. Vindo não se sabe bem de onde nem porquê. Entraste sem pedir licença e por mais que desejasse sabia que não partirias facilmente. E então fui invadido pela melancolia, pela saudade. É realmente curioso que tenhamos saudades de momentos em que não eramos felizes, nem sequer nos sentiamos completos. Mas cá estou eu novamente preso a ti. Faço um esforço, já que invadiste o meu espaço, para me lembrar de coisas boas, de bons momentos que passámos juntos. Temos alguns, reconheço finalmente. Não muitos, mas alguns. E sorrio. Tento imaginar como estarás agora, mais magro, mais gordo? com melhor ou pior aspecto? mais feliz, mais triste? Não importa. Pelo menos não agora. Lembro-me das noites deitado ao teu lado e olhar para os buracos da persiana através do cortinado, imaginando que não desejava que começasse um novo dia porque assim não teria de sair do teu lado. Lembro-me do teu braço por cima do meu corpo, do teu cheiro. Lembro-me de te fazer festas no cabelo, de te beijar as costas. Lembro-me do meu amor por ti! Olho a capa do livro e pouso-o na mesa da sala, passou-me a disposição para a leitura. Pego no leitor de mp3 e oiço música. Estendo-me novamente no sofá de onde tinha saído e estico-me até encostar a cabeça num dos braços. Perco-me no espaço e no tempo. Viajo. Sinto que algo quente desce pelas minhas faces mas ignoro. Continuo a minha viagem. E volto então ao ponto de partida. Abro os olhos e descubro que já é noite, evaporou-se a luz que anteriormente cubria a sala de sombras. Penso um pouco mais em tudo o que aconteceu no tempo em que vivi por ti e para ti. De forma geral aprendi a minha lição e não me arrependo. Volto a sorrir porque no final chego sempre a uma única conclusão: é uma pena que não tenhas sabido aproveitar o meu amor...
Voce desperdiçou o amor
partiu e nunca mais ligou
Voce me complicou, usou
fugiu com a minha paz
é assim, so ilusão
a sina de quem ama e se entrega á paixao
destinos que se atraem
pra desencontrar
segredos que se escondem
pra tudo acabar
Voce desperdiçou
a sua indiferenca calou a paixão
(Excerto de Desperdiçou - Sandy & Junior)