segunda-feira, dezembro 26, 2005

Pós - Natal

E mais um natal se passou. Gostei deste natal apesar de tudo, gostei de ter estado a noite com poucas pessoas, mas pessoas muito importantes, talvez as mais importantes da minha vida, só faltou a minha prima que veio no dia de natal pro almoço.
Quanto a prendas também foram boas, recebi um conjunto de pequeno almoço (electrodoméstico: torradeira, máquina de café, tosteira e espremedor), dois livros (Praia Roubada de Joanne Harris e Anjos e Demónios do Dan Brown), chocolates, uma agenda, um cheque do meu pai para comprar um monitor novo (o meu está aos saltinhos, é um máximo), uns boxers para mostrar ao meu amor e um conjunto de dvds com o Samuel L Jackson). Fiquei contente com todas as minhas prendinhas!
No trabalho também me deram prendinhas, recebi mais chocolates e um conjunto para o banho da Body Shop. No jantar fantástico que tive com os amigos, onde a troca de prendas era a surpresa da noite, recebi um livro muito interessante chamado: Terapia do Chocolate, que promete várias horas de leitura gulosa, mas sempre informativa!
Aproxima-se agora o Ano Novo e não faço ideia do que vou fazer ou onde vou passar. No Sábado vou trabalhar até às 20h e depois não sei da minha vida... ando a pensar em cravar a casa a uma certa amiga minha que eu cá sei, ou largar os cordões à bolsa e ir até troia a um aldeamento muito engraçado com o meu amor... enfim, nunca fui bom para planos com tanta atecedência, quando chegar logo se vê.
FESTAS FELIZES PARA TODOS!!!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Natal

Recordo o entusiasmo infantil das luzes que brilhavam nas ruas, das músicas que tocavam nos centros comerciais e nas lojas, dos presentes ansiando serem abertos por debaixo de uma arvore de natal espectacularmente enfeitada, e o presépio. Milhares de figuras disposta ao longo de uma larga extensão de musgo e areia, (re)criando uma belém de há milhares de anos atrás. Recordo a minha avó, por vezes doente, mas numa alegria constante, imensa, por ter toda a família reunida e poder cozinhar para toda aquela gente. O seu rosto transparecendo satisfação, orgulho e, acima de tudo, um imenso amor. Recordo o meu tio Mario Nuno sempre brincalhão, sempre a "implicar"" connosco crianças, sempre disposto a mais uma gargalhada. "Então não me cumprimentas?" e quando tentavamos dar-lhe um beijo fugia com a cara para cima "então? vá salta e dá-me um beijo". Recordo e tenho saudades, cria-se um saudosismo das suas formas de ser, da capacidade de união familiar que a minha avó conseguia implementar, da boa disposição com que o meu tio contava anedotas. Sinto a sua falta, por vezes demasiado. Espero que se de facto existir algo após esta vida eles estejam felizes, que estejam bem e que olhem para nós com orgulho. Tenho certeza que o farão.
Mas mais do que saudosismo o Natal é uma época de felicidade, de reunião com todos, sejam amigos ou familiares. É o momento de dizermos aos outros o quanto os amamos e como nos fazem falta. E fazem-me falta, os vivos e os mortos, os próximos e os distantes. É por isso que deixo aqui os meus votos de um Feliz Natal a todos e o desejo que 2006 seja uma experiência totalmente diferente do que tiveram até aqui, sempre cheio de saúde, alegria e muita paz. A todos vocês que sabem quem são, amo-vos e sinto muito a vossa falta.
FELIZ NATAL. BOM ANO NOVO!!!

sábado, dezembro 17, 2005

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Porque um livro podia começar assim...

O relógio marcava uma hora que os seus sentidos não conseguiam assimilar, sabia que era tarde mas não porque realmente conseguisse saber com exactidão que horas eram naquele momento. A sua confusão não era de estranhar após tão poucas horas de sono, mas mesmo assim havia algo estranho na sua forma de estar. Levantou-se, desconhecendo por completo o tempo que fazia lá fora, mas sentia ainda a magia que lhe corria pelas veias. Por vezes sentia-se velho para aqueles rituais, a sua energia já não lhe permitia manter os feitiços e a magia presentes durante tanto tempo. Mas cada novo ritual era uma nova onda de energia, era um novo conhecimento do seu ser e das suas capacidades, era um pequeno renascer.
Quem olha-se para si via apenas umas ténues rugas que lhe marcavam o rosto, não deixando adivinhar a sua avançada idade, uma idade até agora impossível para qualquer outro ser, mesmo para os seus pares na magia. Nenhum outro mago tinha sobrevivido tanto tempo e, era esse um dos motivos, que fazia de si o mais respeitado de todos os mágicos do seu tempo. Mas havia outro motivo para que tivesse uma tão longa vida, Arianroth sabia que ao partir o seu segredo seria revelado, um segredo demasiado bem guardado para que não fosse transmitido correctamente para uma nova geração, um segredo que podia mudar toda a percepção que existia do mundo, um segredo que podia facilmente destruir tudo e todos... Arianroth não podia simplesmente morrer, se o fizesse o seu espirito ficaria preso neste planeta até que o mal que isso provocasse pudesse ser reparado ou até que todo o planeta ficasse completamente irreparável. Não, não podia morrer, mas era urgente procurar novas soluções...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Up Dates ou algo assim

Pois, faz tempo que ando desaparecido daqui e do mundo, mas também "what else is new...?". O desaparecimento deve-se sobretudo, a dois bons acontecimentos, pelo menos eu considero assim. O primeiro foram uma série de fases de selecção para ir para o Millennium BCP, as perspectivas são melhores do que as que tenho actualmente no meu trabalho e existe a possibilidade de progressão para algum departamento mais ligado à minha formação, como por exemplo, recursos humanos, qualidade ou formação. Foi uma aposta que fiz e aguardo apenas o parecer da Administração já que nos testes passei a todos (digamos que foi bom para a auto-estima, nunca tinha visto tantos psicotécnicos à minha frente, existem testes que nunca estudei e que acabaram para ser bons para a minha formação técnica). Apenas desejo que não demorem agora três meses a dizer-me mais qualquer coisa já que todo o processo de selecção decorreu num prazo recorde de uma semana e meia (uma entrevista inicial, psicotécnicos - durante 3h30 - uma prova telefónica e a entrevista final).
A segunda coisa que me fez andar mais desaparecido foi o facto de ter começado a namorar, fiz na Quarta-Feira passada um mês de namoro. Posso dizer que estou muito feliz e que as coisas têm corrido muito bem, espero que se mantenha tudo assim ou que melhore ainda mais. Sinto ter um amigo, um companheiro, um amor e isso é algo que nunca tive desta forma. Para aqueles que já me estão a chamar nomes por não ter contado nada fiquem apenas a saber que não contei porque queria ter certeza primeiro de que as coisas teriam pernas para caminhar, não foi por querer esconder ou não confiar em vocês.
E pronto, acho que não há mais novidade nenhuma, apenas sinto saudades de todos, mas os meus horários não me dão muita liberdade para estar convosco como antigamente, por muito que eu desejasse estar sempre com todos várias vezes por semana. Não sabem como sou, não consigo parar, ando sempre de um lado para o outro e estou sempre em três mil actividades ao mesmo tempo... espero ver-vos em breve.
Beijos e abraços a todos, até já ;)

segunda-feira, novembro 14, 2005

Dois momentos especiais!

Apenas para desejar os parabéns a duas pessoas que amo muito: Cristina e Marisa. A Cris fez aninhos no dia 12 e a Marisa faz hoje dia 14. Que a felicidade, a saúde e a sorte estejam sempre ao vosso lado como fieis companheiras. Felicidades!!!

Momentos como outros quaisquer

Havia no ar o cheiro a um sentimento onde nunca antes tinha caminhado. Era um cheiro adocicado, leve e reconfortante. Algo que sabia no seu intimo que havia sempre procurado, mas que até ali nunca encontrara na sua forma pura. E no meio do seu conforto havia medo, receio do que poderia acontecer se deixasse os seus sentidos serem inebriados por este aroma. A única vez que lá estivera perto tinha sofrido demais. Mas o sentimento era quase irresistivel, uma força demasiado grande para ser ignorada, deixada de lado.
Dormia agarrado ao ser que provocava todos estes estímulos, que transpirava no ar o aroma que tanto desejava inspirar e agarrar como seu. Seria possível alguém adorá-lo tanto como aquela pessoa ao seu lado? Nunca sentira ser alvo de tanto carinho e amor como era agora, mas seria isto algo sólido? Algo em que podia confiar? Descobrira ao longo dos anos que um dos seus problemas era pensar demais, antecipar e sofrer antes de tempo, chegara a matar relações por antecipar toda a dor que elas lhe trariam. Matava-se mesmo antes de poder viver. Havia motivo para continuar a fazê-lo? Pensava que não. Estar com aquela pessoa era o mesmo que estar com alguém que parecia conhecer há anos e, no entanto, decorrera tão pouco tempo. Mas tinha o amor um tempo definido? Ou seria possível amar alguém que se conhecera recentemente? Decidiu amar com o coração e esquecer um pouco o cérebro, porque ele nem sempre fora um bom conselheiro. E mantinha-se uma pergunta na sua mente, dando voltas e voltas... seria alguém que se tornara tão racional capaz de viver no limiar das suas emoções? Era algo que ficara para ver... Uma coisa, e talvez apenas essa, era certa, estava a viver um início de relação muito melhor do que as relações todas que tivera até então.
Olhava para a pessoa que estava ao seu lado a dormir ouvindo a chuva lá fora e acabara por adormecer, nos seus sonhos sabia que aguardava a felicidade do momento matinal em que abriria os olhos e diria à pessoa que amava, Bom dia meu amor.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Fantasia

Como se esquecera de dizer o que sentia? Como se fechara ao outros desta forma sem se aperceber sequer da mudança até ao ponto de lha atirarem à cara com todas as letras? Onde deixara esquecida a sua capacidade de expressão emocional... Havia apenas escuridão no local onde se encontrava e, no entanto, não sabia se desejava sair de lá. Tornara-se tudo aquilo que prometra a si e ao mundo nunca vir a ser, um fantoche que passeia entre a casa e o trabalho e não vive, alguém que se isola do mundo porque o seu próprio mundo nunca fez sentido. Como explicar a frustração de tudo aquilo que sentia? Como explicar que não se encontrava tão feliz como era suposto por ter cumprido um dos seus maiores objectivos? Acabara um curso, mas não mais do que isso, UM curso... como expor o seu desalento perante toda a excitação daqueles que o rodeavam? Recolhia-se ferido na sua própria amargura para que esta não perturbasse mais ninguém. Mantinha apenas aquilo a que se conseguia agarrar e sonhava que um dia, apenas um dia qualquer, as coisas poderiam vir a melhorar...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Dia de Chuva

Olhava o céu que estava carregado de nuvens com aparência de quem desejava chorar, sabendo que daí a pouco tempo a terra seria brindada com uma nova onda de frescas gotas que caíriam livremente até embaterem no chão. Mas nem o mau tempo alterava a sua boa disposição resultante do acontecimento do dia anterior. Tinha dormido pouco, algo que já acontecia há alguns dias e por isso sentia a sua cabeça pesada, como se tivesse dificuldade em pensar e, até mesmo, de reagir. O céu que se estendia por cima de si era cinzento, um cinzento demasiado carregado para quem se esquecera do chapéu em casa.Certamente ia apanhar uma molha, mas não parecia estar muito preocupado se tal acontecesse. Nunca percebera porque motivo os dias assim lhe davam uma terrível vontade de ficar em casa, sentado em frente à lareira a ler um bom livro ou a ver um filme no seu dvd. Claro que se a companhia fosse boa, poderia simplesmente ficar com a pessoa amada nos braços e não pensar em mais nada. Quando pensava no assunto não encontrava nenhuma situação desse género que tivesse ocorrido até ao momento, assim remetia a mesma para um local longíquo do seu pensamento, guardada na sua imaginação como algo a realizar quando aparecesse a pessoa ideal. A pessoa ideal. Mas existiria tal pessoa? No fundo mantinha a crença que sim.
Deambulava pelas ruas sem saber muito bem para onde se dirigir. Mantinha presente na cabeça o jantar do dia anterior, o suave encanto que ocorrera ao conhecer uma nova pessoa que em quase tudo correspondia a algo que poderíamos apelidar de "protótipo ideal". Mas, e se a pessoa tivesse mentido? Se na realidade todos os seus propósitos fossem diferentes daqueles que tão sabiamente tinha apresentado? Com que tinha encantando, enebriado os seus sentidos. Tinha medo. Pensava estar preparado para este tipo de relação e, no entanto... estaria? A ideia de partilhar a sua vida era estranhamente encantadora, sedutora mas principalmente assustadora. "Posso estar com a pessoa durante anos, para toda uma vida" tinha ouvido a pessoa dizer enquanto os seus olhos de uma cor mais brilhante que o mel fitavam os seus. O sentimento que percorreu o seu corpo era ambíguo, como se por um lado o deliciasse e por outro o ferisse de morte. Pensou então para se acalmar "estamos no início, há muito para conhcer... mas, e se me apaixonar?". Nesse preciso momento sentiu a primeira gota de chuva bater-lhe na cara, levando consigo todas as suas novas preocupações. Por um motivo qualquer foi como se sentisse estar a ser abençoado... mas tal como a chuva que agora caía tão densamente, só o tempo o poderia dizer!

sábado, outubro 08, 2005

Eternidades Pequenas

As férias já passaram, o trabalho recomeçou há uma semana e quase tudo está na mesma. Quase tudo porque vou rescindir contrato no final deste mês e procurar outra coisa qualquer (ou esperar lá bem para o fundo da minha esperança que me passem para a minha empresa, mas duvido). O prazo está posto e as cartas serão lançadas, a ver vamos como corre a jogada. O tempo esse escasseia tanto ou mais que antes das férias e chego à conclusão que não tenho vida própria, mas também isso já não me afecta. Menos uma forma de me magoar com coisas desnecessárias...
Tenho saudades daqueles que o merecem e, por vezes, até dos que não merecem, mas a vida é mesmo assim. Ando a precisar de sair e dançar até cair pro lado, se calhar ainda faço isso hoje... Durante as férias li dois livros que são engraçados, Vinho Mágico da Joanne Harris e Veronika decide Morrer do Paulo Coelho. Este último fez-me pensar em muitas coisas e conseguir desligar-me, finalmente, de algumas coisas do passado. Assim, uma nova resolução: arriscar ser diferente dos demais, arriscar ser cada vez mais eu e correr o risco de, se tudo correr bem, ser chamado de louco.
Confesso que me anda a passar pela cabeça, muito mais seriamente do que antes, sair de Lisboa para outro lugar qualquer. Já há pouco que me prenda aqui e as pessoas não deixam de existir por eu não estar aqui, há sempre formas de comunicar. Mas planos existem muitos, logo se vêem aqueles que conseguem, ou não sair, do simples projecto mental.
Durante as férias escrevi algumas coisas num cadernito pequenito que comprei, depois logo partilho convosco (se é que ainda alguém aqui vem depois do tempo que isto teve sem mudanças :P), não é nada de especial tb. Há mt tempo que não consigo escrever poesia, mas sinceramente tb não lhe sinto mt a falta. Talvez esteja a morrer o "poeta" que havia em mim...

sexta-feira, setembro 09, 2005

Férias, como vos quero...

Pois é, as minhas férias estão quase aí e eu bem preciso delas. Se tudo correr bem serão duas semanas em que tenciono ir à praia (porque será que olhando pela janela está a chover?? Enfim, isso agora não interessa nada...) e aproveitar para recarregar baterias ao máximo. Aproximam-se mudanças positivas, ou pelo menos, eu assim o espero. Tenho enviado currículos para tudo o que é lado e quem sabe até tenha sorte, é uma questão de esperança! E neste momento, contrariamente aquilo que me é normal, estou cheio de esperança.
Sei que não tenho actualizado muito o blog e peço desculpa, mas não tenho tido muita vontade de escrever... queria deixar aqui os meus desejos de boa sorte a quem está na batalha da construção do relatório de estágio e espero que tenham todos grandes notas, tenho certeza que sim ;)
Para ti Marisa, embora vá estar contigo amanhã, queria deixar aqui tb o meu desejo de uma óptima viagem e de que corra tudo o melhor possível (já agora tenho inveja, lol). Good Luck!! E vê lá se dás notícias ou mandas uns postais :P
E pronto, penso que de momento não tenho mais novidades, mantêm-se as saudades de todos vocês, mas isso é normal! Já agora desculpem lá qualquer coisinha que possa ter feito e que não tenham gostado (há que aproveitar os dias de bom humor para pedir desculpa, mesmo que não saibamos bem de quê lol).
Leo, se leres isto (o que duvido que aconteça neste momento mas pronto...), tenho saudades tuas, ou melhor, vossas. Espero que estejam bem.
E pronto, é desta que me vou. Jokinhas e abraços a todos

sábado, agosto 27, 2005

Situações

Neste momento a vida continua como sempre, porque nada pára se nós pararmos e o mundo, mesmo que por vezes não nos dê jeito, continua a girar sempre! Seria quase desnecessário dizer que estou a precisar de férias porque isso é quase um estado permanente em mim, não fosse eu talvez o viciado de viagens e afins (para o ano tenho de ir a qualquer sítio, nem que passe fome, lol). Embora esteja de facto cansado e a mudança para a minha irmã ainda tenha aumentado esta sensação, já que associou ao muito cansaço psicológico bastante cansaço físico, não posso dizer que me sinto mal. Ando mais leve, menos zangado e revoltado com algumas situações (é bom quando pensamos em coisas que nos magoaram e agora não nos fazem danos...), de alguma forma mais feliz. Cumpri um dos objectivos principais da minha vida que era completar o meu curso e já comecei a enviar currículos para concursos públicos (e esta? ser funcionário público até é fashion lol), ando a pensar seriamente qual o próximo passo, Pós-graduação? Cá? no estrangeiro? Mestrado? outro curso?? Enfim, eu não consigo ficar quieto e tenho este terrível defeito que se chama gostar de aprender... Mas para já estabilizar a minha vida! As perspectivas não são más para já e com alguma sorte para o ano até posso estar já numa casinha alugada por mim, é tudo uma questão de paciência!
Existe contudo uma coisa que tenho mesmo de corrigir e que é uma das minhas prioridades para o novo mês que entra já para a semana, estar com os amigos! As férias acabam (embora eu vá de férias nas últimas duas semanas de Setembro, mas isso agora não interessa nada), o pessoal começa a estar mais por Lisboa (sim Marisa, tinhas de ser a excepção, raios parta à gaja! LOL, estou a brincar amori, na realidade isto é tudo cíumes!! Desejo que corra tudo HiPeR BeM!!) e portanto é a altura ideal para juntar a maralha e fofocar. Tenho saudades de todos!
E pronto, para infelicidade minha estou no trabalho, entrei às 8h30 e estou podre de sono, mas que importa isso se quando chegar a casa me espera uma mudança para casa da minha irmã?? Como gosto de dizer, são apenas pormenores...

sábado, agosto 20, 2005

Num outro ponto qualquer

Ao fundo uma parede laranja limitava a sua existência e esse sentimento era estranho. Que seria que o prendia áquele lugar se na realidade não existia mais nada ali para explorar, nenhuma novidade, nenhuma progressão? Sentia medo, mas esse medo era também irracional, como se fosse sentido por coisas irreais, inexistentes. Nos últimos dias existia uma ansiedade crescente em si, algo que não tinha causa aparente, que se limitava a estar ali no seu interior. Claro que havia também o vazio, mas esse não era perceptível pela sua habituação à existência deste elemento na sua alma, tornara-se rotineiro o imenso espaço em branco que sentia todos os dias desde que existia enquanto ser. Se lhe perguntassem acerca os seus sonhos não saberia responder, há muito que os sabia mortos mas isso era algo que simplesmente não se podia afirmar, estava errado! Errado? Tantas vezes se questionara sobre esta simples palavra para nunca perceber a sua aplicabilidade. Inútil para si o seu significado. E assim, mantinha o dia a dia aborrecido da sua vida, sabendo que esperava sempre um milagre por acontecer (que nunca aconteceria), por pessoas que há muito se extiguiram (e que também já pouco lhe diziam), por todas as coisas pelas quais sempre lutou mas nunca alcançou. Cumprira quase todos os objectivos propostos, sem nunca se aperceber que estes nunca tinham sido impostos por si... aguarda pelo dia de acordar do sonho em que, por breves instantes que fosse, controlasse um pouco mais o seu destino e tudo aquilo que acontecia à sua volta. Fora abandonado muito antes de nascer enquanto ser individual, apenas amado até ao dia em que, por motivos inexplicáveis, decidira usar a mente para pensar sem se subjugar aos desejos daqueles que diziam amá-lo tanto quanto à sua própria vida...

sábado, agosto 13, 2005

pedaços

Já tinha esperado o amor de tantas formas. Quase tantas como as formas com que tentara iniciar as relações. Nunca conhecera o sucesso neste campo, embora de resto não se pudesse queixar. Esperava talvez por um sinal, uma diferença qualquer, sabendo que isso não aconteceria assim. Os dias passavam iguais, sem diferenças, sem sinais. Afirmava ser indiferente ao amor, que não necessitava disso para nada, afinal "antes só que mal acompanhado". Por dentro sofria, doíam-lhe os vários fracassos, a falta de esperança que se começava a instalar. As dores talvez nem fossem profunda, talvez nem fossem fortes, mas eram moínhas que todos os dias cresciam, que todos os dias o consumiam. Parou. Gritou para si próprio que chegava de tantas lamúrias, que ninguém merecia o seu sofrimento. Foi no dia em que se matou, não fisicamente, mas no seu interior, o dia em que decidiu abandonar o amor...
Assim, aprendeu a amar como se cada início fosse a sua primeira vez. Talvez se não se entregasse não sofresse, mas sabia no seu interior que no dia em que assim o fizesse, deixaria de sentir, de ser capaz de amar... atirou-se de cabeça ao mar esperando chegar a uma praia qualquer onde, por fim, encontrasse o seu sonho, atingindo o paraíso...

sexta-feira, julho 29, 2005

sem outro assunto qualquer

Os seus corpos tocaram-se. Por momentos pensou sentir uma emoção com o toque daquele corpo que nunca ousara conhecer, o toque suave do corpo bem delineado da sua amiga de há tantos anos fez com que, sem compreender bem os motivos, se instalasse alguma tristeza em si. Estavam de fato de banho e tinham acabado o seu treino de natação, ela despedia-se sabendo que aquela seria a última vez que iria ver muitos dos colegas presentes. Sem querer, sentiu as lágrimas tão próximas que mal conseguiu esconder o nervosismo. Agarrou-a, tinha-se apercebido que esta seria a única forma de lhe acalmar a dor dilacerante daquela separação, do término de uma etapa que sabia que para ela era quase tudo o que tinha. Mas entre eles a separação não era possível, ele não seria, jamais, capaz de um adeus. Após perceber que, de alguma forma, a tinha acalmado, deu-lhe dois beijos na face e foi-se embora. Vai dando notícias, foi a frase que deixou no ar à sua partida, voltando-lhe costas e entrando no balneário.
Foi nessa altura, ao entrar no balneário, que ele se apercebeu do que deixara para trás, ali ficara muito mais do que uma amiga. Ficou alguém que ele sabia tê-lo amado e que, apesar da sua sexualidade não ir de encontro das desejos da bonita rapariga, ele também tinha amado, sentido até alguma curiosidade de cariz mais sexual. Espantou-se ao perceber que tal era possível, mesmo que já antes tivesse sentido alguma curiosidade por algumas raparigas, ali ficara uma possibilidade mais forte. Sabia-o, mas sabia também que não seria algo que conseguisse controlar por muito tempo e, talvez pela felicidade de ambos, arranjou-se e foi-se embora. Até um outro dia qualquer... este foi o pensamento que ficou marcado no seu coração e lhe permitiu algum alivio à sua própria dor... uma vez mais não proferiu o adeus que ficou preso na sua alma.

quinta-feira, julho 28, 2005

quase quase oficial

Pois é, hoje recebi uma boa notícia! Embora ainda seja provisória a minha nota de estágio deve ser um simpático 17 (pronto, sou egocêntrico e depois? lol), falta uma reunião entre os supervisores das àreas e a confirmação na pauta (se quiserem subir para 18 eu não me importo... será que eles me ouvem? lol). Quando à cadeira que faltava tive um 16, o que foi mais do que estava à espera, mas ainda bem.
Conta feitas (ainda que com os valores algo por alto, porque tenho de confirmar a nota de algumas cadeiras) a minha média final deve ficar perto do 15. A minha felicidade prende-se com o valor em si (embora ache que não me vá servir de grande coisa ser este ou outro qq), mas sobretudo por ser um valor acima do que me tinha proposto alcançar. É sempre bom quando nos superamos a nós próprios :D
E pronto, viva um post centrado e mim e à minha boa auto-estima momentânea. Espero que estejam todos bem e desejo a melhor sorte do mundo aos que estão a trabalhar para terem as suas recompensas em Setembro (estou convosco de coração e alma). Beijos e abraços.

terça-feira, julho 26, 2005

Magia

Olhava pela janela pintada de branco. À sua frente a enormidade do mar azul enchia-lhe o espírito com um toque suave de nostalgia fazendo com que se sentisse meio embriagado com aquele cheiro salgado do ar. Era Primavera e as andorinhas já andavam freneticamente preparando os seus ninhos nos parapeitos e rebordos dos tectos brancos daquelas moradias que ficavam um pouco mais ao fundo e para a esquerda. Sentia o calor agradável desta manhã como quem está na praia ao final do dia quase adormecido com o som suave das ondas a bater na areia. Promessas de novidades enchiam o ar que respirava dentro daquela casa, a mesma casa onde em tempos tão longínquos sentira as modificações da sua breve adolescência, onde conhecera outros amores, outras desventuras.
As férias que decidira tirar naquela altura demonstraram-se muito necessárias ao pouco equilíbrio que lhe restava no momento. Mais ainda, fundamental para tentar salvar o que restava da sua tão longa relação. Para muitos, dez anos poderiam não significar nada, poderiam ser apenas uma pequena parte de uma vida, porém para Guilherme não era assim. Até conhecer o Gabriel nunca se tinha envolvido tão seriamente com ninguém, nunca sentira ser uma pessoa dedicada ao amor ou a uma relação a que pudesse chamar de "duradoura". Era uma pessoa livre, independente, sem nunca ter sentido grande ligação a nada nem a ninguém. Com Gabriel as coisas foram diferentes, demasiado diferentes. Por vezes pensava ainda estar a viver um tipo de sonho do qual teria de acordar, mas não queria, não queria jamais ter de acordar se todos esses anos fossem apenas um banal sonho. Sabia que não eram, obviamente. Mas como vocês, também o Guilherme sentia a insegurança de quem ama, de quem muitas vezes não compreende o porquê de ser amado.
Saiu da janela e foi para a cozinha, pairava ainda o cheiro suave do jantar do dia anterior, algo que Gabriel tão entusiasticamente tinha preparado e que se revelara algo divinal. Ficou parado ao sentir o agradável odor a invadir as suas narinas, de repente sentiu uma necessidade imensa de voltar ao quarto e beijar o seu amado. Não o fez, não o queria acordar e sabia que se o fizesse poderia assustá-lo sem necessidade. Manteve-se ali, inalando o cheiro e sentindo, com todo o seu coração, que amava mais do que conseguia entender e que no fundo do seu ser não desejaria que isso se mudasse por, pelo menos, mais dez anos. Estava na altura de começar a fazer o pequeno almoço, sabendo que o seu principal ingrediente estava intacto bem no fundo do seu coração...

domingo, julho 24, 2005

Um passado presente...

Entrei naquela casa antiga, onde tantas vezes habitara em criança com as minhas brincadeiras, com o meu crescimento natural, com a descoberta do meu ser. Foi talvez por isso que se tornou difícil esta nova visita, sabendo que seria um tipo saudoso de despedida ao meu antigo abrigo. Olho em redor e o abandono entranhado nas paredes assalta-me com uma culpabilidade estranha, fétida. Desejava gritar tantos anos de desespero contidos em mim quantos os anos de abandono daquela residência, mas não consegui! As palavras ficaram presas num sítio, de onde sei agora, que jamais conseguirão passar. Rumino a raiva e tristeza que ao longos destes anos cresceram em mim na esperança de conseguir digeri-las para o meu próprio alívio.
Chego ao espaço que em tempos foi o meu quarto para descobrir bocados do estuque caídos no chão, sinto que algo ali corresponde um pouco ao que fui noutros tempos e os pedaços no chão têm a ligação a tudo aquilo que fui abandonando no caminho, a tantas coisas que de uma estranha forma sinto que perdi. Paro à entrada, uma cama ainda feita como uma promessa de que um dia voltaria para nela me deitar, nunca voltei, esqueci o espaço de refúgio como quem esquece alguma coisa de que não gosta, mas no entanto eu sei que gostei, que gosto. Talvez seja o fruto de tantas desavenças ocorridas por sua causa que me deixem esta sensação de amnésia. O meu antigo desejo de voltar a habitar aquele espaço quando regressei a esta cidade, sem a necessidade de ir tomar a vida de outros como minha, vida na qual nunca realmente me integrei.
Procuro nas gavetas as recordações que sei terem ficado ali retidas, presas com o pó que agora se acumula sobre os móveis, sobre a cama. A máquina de escrever em cima de secretária, os livros da primária dentro de uma gaveta qualquer. Sei que foi ali, naquele canto que aprendi tantas coisas e, no entanto, ali deixei tantas outras coisas que decidi apagar para sempre da minha recordação. Abro o armário para ver que neste diminuto espaço estão ainda uma calças e dois robes, o seu tamanho torna-se ridiculo face ao tamanho que o meu frágil corpo apresenta hoje em dia.
Voltou-me para sair, deixando o espaço antigo para trás como o fizera há tantos anos atrás. Desejo rapidamente guardá-lo novamente no doce sabor do esquecimento, de quem nunca ali antes tinha feito a sua vida. Olho para a mesa do hall de entrada onde antigamente, um pouco acima, um espelho estivera pendurado, hoje está partido em cacos aos pés dessa mesma mesa. Descubro que em cima desse pequeno móvel se encontra uma placa, tento lê-la com a pouca luz que entra para aquele espaço. Fazendo um esforço lei-o com alguma dificuldade Vende-se, seguido de um nome de uma qualquer imobiliária. Naquele momento parece que o mundo pára de girar, dá-se um aperto que não sentia há tanto tempo e fico ali, também eu parado a um ritmo de uma melodia inaudível. Viro-me, desta vez direito à porta, pronto para sair. Dou um relance à placa em cima daquela mesa e apercebo-me que não é só uma casa que ali está à venda, é um pouco do que fui, um pouco de uma felicidade que ali conheci em tempos, sabendo que nunca mais voltará a repetir-se com a mesma inocência que aconteceu quando dali saí com uns singulares 10 anos. Fechei a porta, sabendo agora com toda a certeza do meu ser que aquele tinha sido um adeus definitivo a uma parte, ainda que pequena, da minha vida.

Recordações

Algures nos agradecimentos que fiz no primeiro volume do meu relatório de estágio lia-se algo semelhante ao seguinte:
"Aos meus colegas, com quem ao longo de cinco anos pude rir, chorar, brincar, partilhando emoções que me permitem compreender melhor aqueles a quem tento ajudar. Em especial à Cristina, à Cátia Jóia, à Cátia Peralta, à Marisa, à Nádia e ao Ruben."
......
Embora soubesse que nunca iriam ler isto directamente no meu relatório não poderia deixar de vos fazer este agradecimento do fundo do meu coração. Foram vocês que em tempos de extrema precisão (e também de carência muitas vezes) me deram o que necessitei para continuar o meu caminho. Espero de alguma forma ter contribuído para vos ajudar nos vossos caminhos também.
Talvez a principal razão deste post seja para dizer que continuo aqui para todos, que vos amo da mesma forma e que tenho imensas saudades. Embora os meus horários continuem complicados temos de nos encontrar antes que eu morra de saudades, please. Espero continuar a sentir aquilo a que a Katux tão correctamente chamou no seu blog de "toque", porque foi esse vosso toque que fez de mim grande parte do que sou hoje. Mesmo que possa parece mais longe, mesmo que não ligue como devia, mesmo se calhar não sendo o amigo ideal ou prototípico, AMO-VOS.
E pronto, antes que fique lamechas demais (se não está já), beijinhos e abraços a todos.

quinta-feira, julho 21, 2005

Novidades ou talvez nem tanto :P

Ora bem, o primeiro dia de liberdade... mesmo assim pensei que ia ficar bastante mais feliz e alíviado com a entrega do relatório. Ainda assim, estou feliz. Principalmente porque hoje me fui inscrever na carta e para a semana já vou começar as aulas de código, weeee (Marisa confessa que tinhas saudades das minhas expressões eufóricas, lol). Penso que talvez a euforia do final de curso me venha com a nota do estágio (mesmo que esta não seja mt boa), porque aí haverá realmente o sentimento de dever cumprido :D
Falta-me saber uma nota mas até ao momento ainda não saiu (viva ao Branco Vasco). Espero que esteja tudo bem com todos e peço desculpa por não dar mtas notícias mas este novo horário do trabalho corta-me o dia todo... espero conseguir estar com todos em breve.
Muitos beijos e abraços, com saudades...

domingo, julho 17, 2005

Concretizações

São concretizações aquelas que agora se aproximam na minha vida, etapas que por fim vejo concluídas com uma alegria desconhecida e que me permitem talvez, recuperar um pouco da paz perdida. Fazendo um balanço da situação falta-me apenas saber uma nota da cadeira optativa para terminar o que há cinco anos comecei. Claro está que falo das cadeiras porque falta ainda o mais importante, o mais imponente, o Sr. Relatório de Estágio. Mas também este está em fase final, decrescente. Dois de três volumes concluídos, esperando-se que o terceiro o fique amanhã, ou pelo menos, perto da sua finalização. É curioso olhar para os dois calhamaços que já concluí e pensar que no final esta minha criação será a maior que alguma vez construí, a menos que me falhe a memória, nenhum outro trabalho se tinha aproximado das 200 páginas como vejo probabilidade deste se aproximar (e quem sabe até ultrapassar). Mas resta saber se o mais importante corresponde ao seu volume, ou seja, se o conteúdo vale o tamanho das palavras.
Quanto às minhas duas cadeiras posso dizer que estou muito feliz, tive mais um 16 e, surpresa das surpresas, um 18 (o único solitário da minha vida de estudante universitário). Vejo finalmente o fim próximo desta batalha que travei...
As mudanças adiaram-se para finais de Agosto, só nessa altura irei realmente para casa da minha irmã (um grande bem haja) e provavelmente ficarei por lá até ter o meu irs e assim, poder alugar a minha casa com subsídio. Entretanto também a carta foi adiada, mas tenciono para a próxima semana iniciar essa nova aventura... e pronto, penso que não existem mais novidades para já...
Com saudades de todos vocês, com muitos abraços e beijinhos

Perdi-te

Foi no silêncio de tudo aquilo que não dissémos
que te perdi ao reclamar a tua indiferença.
Tantas vezes pedi que me dissesses
tudo aquilo que te ia pela cabeça,
o que sentias, o que amavas, o que temias
mas o teu silêncio foi maior que o oceano
e foi criando em mim o desespero.
E sei hoje que foi talvez amor o que sentias,
um amor proibido por tantos que te rodeavam
e que por um só era reprimido...
E eu era uma ameaça e talvez um desafio,
era uma espécie de fruto proíbido, o intocável.
Foi então que te aproveitaste de uma situação
para concluir com a ameçava que eu representava,
ficaste na sombra largando-me a um abandono
que sabias que me levaria a dizer tudo,
tudo aquilo que eu não queria!
E assim criaste o monstro em mim,
e assim criaste o teu próprio alibi.
Foste embora deixando-me no vazio desta lembrança,
de outros tempos felizes que vivi
contigo, convosco a meu lado.
Hoje vejo tudo à distância e sinto apenas pena
por tudo aquilo que disse e não senti...

A alguém que sei que talvez não compreenda, que talvez já nem leia este blog, que talvez tenha virado costas dizendo baixo "até sempre".

domingo, julho 10, 2005

onde foi que?

Onde foi que desaprendi o amor? Em que me deixei levar por esta falta de vontade de reagir, de sobriviver? Olho para as coisas que têm agora significados tão diferentes, mais vazios, quase ocos, sem perceber muito bem onde foi que realmente as abandonei. Oiço vozes que com razão reclamam a minha antiga presença, e no entanto, mesmo sabendo que as deveria escutar, ignoro-as tão dentro de mim que se tornam abafadas, inexistentes. Os dias fazem-se de altos e baixos onde a euforia e a tristeza são patamares que se alternam, como ondas de uma qualquer frequência que não sei como acompanhar. Percebo agora a minha pouca resistência a este tipo de distress, sem nunca acreditar que algum dia chegaria a este ponto. Vivo na indiferença do que possa acontecer, porque os dias são igualmente diferentes e as coisas tornam-se todas coloridas num único padrão. Sei agora que nunca fiz o que queria, sempre na expectativa de alcançar os ideais construídos por outros, outros que me desapontaram, outros que me levaram a tantos becos sem saída.
Onde foi que desaprendi o amor? Em que as coisas simples perderam a sua importância, em que eu perdi o significado... agarro-me ao trabalho como uma forma de fugir ao que tenho tanto receio de enfrentar. Mas de que tenho de facto medo? Medo de deixar cair todas as máscaras? De demonstrar que neste momento me estou a borrifar? Sei que durante demasiado tempo tudo foi uma história bonita, em que eu era tudo o que se podia desejar. Chegou o tempo em que quero ser mais eu e não sei para onde me posso virar! E este é um vício que se instala tão devagar e que nos consome, até o dia em que não mais saberemos como o enganar.

terça-feira, julho 05, 2005

Actualizações - II

Existem alturas em que pensamos que já nada nos surpreende, mas descobrimos que não é bem assim. Existe sempre algo, coisas grandes ou pequenas, que acabam por nos surpreender. Ontem em conversa com a minha tia, e contando-lhe os meus planos, ouvi esta frase "então mas se é para ires para casa da tua irmã durante dois meses para juntar dinheiro isso é uma parvoíce. Por dois meses ficas aqui, não morre ninguém...". Confesso que fiquei baralhado, de alguma forma já me tinha mentalizado que me vinha embora e agora sinto-me um bocado desorientado. Fico, vou, se vou, vou para onde? para casa da minha irmã? tento alugar qq coisa? enfim... isto numa altura em que a data de entrega do relatório de estágio se aproxima torna-se complicado, demasiado complicado.
Mas a surpresa maior estava por vir. Hoje no trabalho descobri que o IGAPHE (para quem não sabe é o subsídio de ajuda para pagar a renda) pode ser pedido com o IRS dos pais (porque existem os descontos específicos das nossas despesas escolares e assim que são tidas em conta para a atribuição do subsídio). Vendo uma luz ao fundo do túnel, corri a telefonar para a minha mãe... "pois, mas o teu pai não tem entregue o IRS..." Silêncio "o quê? porquê?" silêncio "não sei..." silêncio silêncio silêncio "realmente não vale a pena... vou voltar para o trabalho, adeus" - fim de chamada. E então um tunel que tinha luz ao fundo desmoronou-se e voltaram todas as dúvidas...
Ponto da situação - ganho mal, não tenho casa, o meu curso não me serve para nada neste momento (já que fui mt inteligente em não ir para social - só tenho visto qq coisa como 3 anúncios novos por dia a pedir psicólogos de social ou das organizações)... Sinto-me perdido e bastante desiludido. Não era suposto os nossos pais serem uma ajuda? porque se tornaram nos últimos anos um obstáculo tão grande...
Enfim... se isto é a vida acho que preciso de férias...

domingo, julho 03, 2005

Actualizações

Bem, há já alguns dias que não escrevia aqui nada. Quase tantos quantos aqueles com que não falo com ninguém. Assim sendo acho que vou utilizar este meio para dizer tudo a todos em vez de dizer a cada um em separado. Não, não vou fazer nenhum post de comentários a vocês, lol, vou só dizer o que tem acontecido na minha vida ultimamente:
1º) Já estou a trabalhar no full-time portanto agora entro à 13h e saio às 22h (sim, o meu tempo está muito limitado) e passei para o HelpDesk (apoio à internet);
2º) Continuo a fazer estágio às 2ªs, 4ªs e 6ªs de manhã (percebem agora a limitação);
3º) Continuo a fazer o relatório de estágio sem grande vontade e já não tenho muito tempo. Ai Ai ai, é desta que me afundo, lol;
4º) Continuo solteiro e bom rapaz (ou não tão bom quanto isso, mas isso não interessa nada);
5º) Continuo gordo, feio, mau e corcunda;
6º) No final deste mês mudo-me para casa da minha irmã;
7º) Vou começar a tirar a carta (ALELUIAAAAAAA);
8º) Continuo fulo com os paspalhos dos meus pais;
9º) Tenho de ir ver se já sairam as minhas notas (só espero não me assustar);
10º) Sinto-me isolado e isso só me chateia porque sei que magoo os outros...
E pronto, acho que não tenho mais nada a declarar... Uma optima semana a todos.
Beijos e abraços.

terça-feira, junho 21, 2005

tocou-lhe...

Tocou-lhe. Ao de leve com as costas da sua mão como se o contacto fosse de facto desnecessário. Era a alma que desta forma tocava e acariciava. Olhou-o com o mesmo amor que sentira ao longo destes anos, sentiu a aspereza da sua barba e isso soube-lhe bem. Significava fim de semana, pois a barba jamais estaria por fazer noutra altura. Levantou-se. Estava uma temperatura amena, muito agradável que lhe permitia andar nu sem que tivesse qualquer sensação de desconforto. Olhou novamente para a cama. Como amava aquele corpo, o tom moreno daquela pele deitada, contrastando com um fino lençol branco que agora fugia para o lado, descobrindo algumas partes do corpo ali deitado. Abriu ligeiramente a janela, corria uma brisa refrescante na qual se deixou estar de olhos fechados. A sua mente vagueava... estava ausente. Encontrava-se perdido nos seus sonhos, nas suas fantasias. Acordou! Acordou pelo suave beijo que sentiu no seu pescoço, pela mão que delicadamente estava pousada na sua barriga e lhe subia pelo peito até se transformar num abraço, num virar suavemente do seu corpo e num beijo prolongado. Silêncio. Olharam-se como tantas vezes antes, partilhando tudo aquilo que sabiam ser tão seu, quase irreal, quase indestrutível... quebrou-se então este silêncio com as palavras que ecoaram pelo quarto: "bom dia meu amor".

segunda-feira, junho 20, 2005

tantas coisas por dizer e no entanto...

Olho para o vazio pensando em como o preencher. Sei agora que me deixei levar num suave abandono das palavras, fugi para um mundo em que nada se expressa, nada se fala, nada magoa... mas em que nada se partilha. Afasto-me. Dou comigo de novo neste barco que me leva para longe, demasiado longe. Não que quebre algum tipo de relação, não que deseje de facto distância de alguém. Talvez seja a minha forma de restauro, talvez seja a minha forma de descobrir a falta que me faz, ou talvez simplesmente, seja a necessidade de me isolar para me definir. Leio coisas que na altura me atingem e no entanto estão certas. Sou um ser imperfeito, com demasiadas arrestas por limar, mas fico feliz. Feliz porque assim sei que posso falhar, assim sei que há mais a descobrir, mais a melhorar.
Esta foi mais do que uma ausência, foi uma descoberta, um reencontro comigo mesmo. Foi um restauro pelas pessoas que perdi, pelas desilusões que tive e que causei, foi a descoberta do meu lado mais humano, mas também mais afirmativo. Caíria na repetição de dizer que cresci, mas penso que em crescimento estou eu sempre, em cada respiração, em cada interacção com os outros... Tive a minha incredulidade nas minhas potencialidades, vi demasiadas exigências à minha volta às quais não sabia responder, vi a depressividade que aos pouco me batia à porta e, de repente, tudo mudou, teve de mudar. Tenho agora tantos planos mais imediatos por cumprir, tantas coisas para partilhar. Sinto-me finalmente a viver a vida que antigamente me passava ao lado... será que vai continuar?

quarta-feira, junho 01, 2005

Ausência

Vou estar longe durante uns tempos, não se admirem... é sobretudo devido às muitas coisas por fazer e talvez para organizar ideias quanto ao futuro. Claro que não quer dizer que estou indisponível, posso é não estar tão presente como é habitual. Mensagens, tokes e telefonemas são bem vindos à mesma ;)
Jokinhas e uma boa semana.

domingo, maio 22, 2005

Closer

Tantas coisas para escrever e, no entanto, tão pouca paciência... ultimamente este é o sentimento que pauta principalmente os meus dias, uma certa falta de vontade, como um tipo estranho de exaustão que me rouba todas as energias! Talvez esteja a ceder ao peso final desta etapa, à espera da pressão que me faça trabalhar melhor, e viva ao espírito tuga. No entanto não me sinto triste, nem nada disso, apenas cansado, dava tudo por uma férias por aí, a passear...
Este fim de semana foi contudo preenchido por uma boa surpresa, por alguém que me marcou de alguma forma, como há muito tempo não acontecia. Obrigado, e é tudo o que tenho para dizer por enquanto deste assunto. O estágio continua a decorrer, com mais casos, mais trabalho, mas isso também era de esperar... mas estou a gostar da experiência, espero não me partir antes de acabar lol. Assim mais novidades só o facto de que se calhar a minha prima vai trabalhar comigo e que tenho milhares de coisas para fazer (isto não é novidade pois não? paciência)...
Uma óptima semana a todos!!! Um beijo especial...

terça-feira, maio 10, 2005

esperanças

Olhava-o, mesmo sabendo que nunca lhe poderia tocar da maneira que desejava. Nos últimos tempos alimentava uma esperança infundada de que a sua simpatia, a sua aproximação, fossem uma forma subtil de lhe dizer que também gostava dele. Nunca antes se sentira assim! Um desejo profundo de um simples toque, como se esse toque fosse uma forma diferente de amor... no entanto sabia-o impossível, nunca poderia arriscar. Achava-o imaturo, mas demasiado sedutor, achava-o rígido e no entanto encatador, vivia nestes constantes conflitos de sentimentos tão opostos por vezes, que não percebia como se podia sentir assim... assim... apaixonado, compreendera por fim.
Tantas vezes tentara ignorá-lo, como se o evitamento resolvesse o problema... mas como evitar algúem que se sentava ao seu lado, cujo perfume, todos os dias, podia cheirar, alguém que na sua inocência tinha consigo tanta afinidade. Sentia-se ambíguo, por vezes tinha quase certeza de que aquele olhar que ele lhe fizera significava muito mais do que a amizade e, no entanto, outras vezes apenas falava das suas conquistas, das mulheres. E punha o seu ar babado quando passava uma rapariga em especial... E então sentia ciúmes. Que estupidez, dissera tantas vezes para si mas algo se mantinha a martelar, porque me sinto assim? Aproveitava todas as oportunidades para lhe tocar, pelas simples brincadeiras de colegas que convivem todos os dias, nunca deixando mostrar que aquele toque suave na sua pele para si representava um mundo...
Quis dizer-lhe tantas vezes o que lhe ia na alma, e tantas vezes lhe faltou a coragem... tantas vezes o quis beijar apaixonadamente sem se preocupar com as consequências, tantas as vezes que já nem as sabia contar... preferiu então manter esta forma de amor, porque o amor também pode ser silencioso e por ser tão mudo é por vezes maior do que as coisas, maior do que os homens... e com isso sentiu-se feliz, feliz por todos os dias se poder sentar ao lado do homem que amava, e amava mais do que tudo, mesmo que no final do dia, muitas vezes, nem lhe tivesse podido tocar.
E é assim que o amor tem razões que a própria razão desconhece......................................

quinta-feira, abril 28, 2005

A ti Velhice...

Hoje vi-te uma face diferente,
vi-te a juventude desgastada pelo tempo,
as rugas marcadas pela idade,
e falavas num sofrimento emergente...
Disseste-me olá uma vez mais,
demonstrando que me aguardas calmamente,
que esperas que um dia eu te alcance.
Neguei-te novamente sentindo-me impotente,
sabendo que serás tu a minha sorte!
Sorriste-me, percebendo o meu doce desespero,
o meu medo em alcançar-te...
Perguntaste-me, calma, se temia a morte,
disse-te que não, que não era esse o meu medo.
Olhaste-me com os teus olhos já vazios,
procurando em mim uma nova solução,
uma resposta que fosse em tudo diferente...
e eu olhei-te nos olhos friamente,
e disse-te: não te quero em meu horizonte
porque para mim não és mais,
em nada diferente, desse monstro chamado solidão...


Por estranho que pareça, mais do que à doença, no meu local de estágio vejo demasiado sofrimento ligado à velhice, a esta fase que deveria ser totalmente diferente, que não deveria significar o abandono a que vejo delegada tanta gente mas sim uma partilha de conhecimentos acumulados numa vida... mas como se transmite conhecimento se não há quem o receba? se aqueles que mais amámos durante anos se afastam por cada nova ruga que aparece?... às vezes tenho medo de chegar a esta fase, medo de todas as perdas que ela representa, medo de chegar a um ponto onde não possa ser auto-suficiente e me aperceba, aí sim, da minha imensa solidão...

quinta-feira, abril 14, 2005

quem diria...



Your Brain is 46.67% Female, 53.33% Male


Your brain is a healthy mix of male and female
You are both sensitive and savvy
Rational and reasonable, you tend to keep level headed
But you also tend to wear your heart on your sleeve

quarta-feira, abril 13, 2005

Retrospectivas

Olho para todas as coisas que escrevi nos últimos tempos e percebo um pouco mais os sentimentos que me consumiram e me consomem ainda hoje. Tento exteriorizar uma indiferença que não convence, nem a mim, e no entanto, dizer-me que sinto a falta de tantas coisas do passado custa-me ainda mais, demasiado. Talvez tenha sido eu a expulsar algumas dessas coisas da minha vida, talvez tenha sido eu a ficar cansado e saturado de tantas outras mas que muda isso de facto? Dizem-me que os sentimentos não deveriam ser estes, que se fosse o que supostamente aparentava não deveria ser assim. Pois lamento, mas não concordo. Era por ser tão verdadeiro, por ser tão importante para mim que os sentimentos são assim. Foram de desilusão, foram de mágoa e agora, mais que tudo sei que são de raiva, de vontade de desistir e acabar com tudo aquilo que anda num impasse, numa terra de ninguém. Reafirmo muitos sentimentos percebendo agora aquilo que não avancei, a mágoa que ainda em mim habita, mas noto que as consequências são diferentes... e nada me afecta da mesma forma.
Como tudo tem um lado positivo, nada do que aconteceu nos últimos tempos poderia ser diferente, fez-me crescer, e muito. Fez-me deixar de viver em fantasias, porque o eram de facto, talvez até mais que isso, talvez fossem patalogias latentes, a irromper. Não deixei de amar ninguém, como já tantas vezes o afirmei, mas as coisas mudam e sejamos francos, tudo mudou. As pessoas, os sítios, as interacções. E talvez isso até nem seja negativo, pelo contrário, ficam aqueles que querem e podem ficar, vão-se aqueles que não querem ou não podem ficar e a vida continua e como li algures há pouco tempo alguns utilizarão outras forma de fazer as despedidas dizendo simplesmente, "até sempre".
Como também já disse a algumas pessoas talvez eu deturpe algumas coisas, talvez até chegue a dramatizar umas tantas outras. Esta é a minha forma de sentir, a minha forma de viver. Quando me dou, dou-me de coração aberto, dou-me na totalidade do que sou. E, talvez por isso, quando me sinto de forma diferente tenda a ser bastante radical nas minhas formas de expressão, nas palavras, nas acções. Relendo alguns comentários acho importante dizer duas coisas mais. Sim, eu digo coisas sérias a brincar (e isso é algo que estou a aprender a não fazer, cada vez mais tentarei abolir esse comportamento por todos os disabores que já me trouxe), mas já expliquei o porquê num outro post e portanto não desenvolvo mais essa questão. Quanto às desculpas, não tenho desculpas a pedir neste momento, pedi-as a quem senti que devia pedir e, em alguns casos, até o fiz mais do que uma vez, mas existem diferenças. Existe o pedido de desculpas e existe o deitar-me no chão para passarem por cima, a segundo não o faço mais, já o fiz em tempos e mantenho apenas ilusões de amizades e carinhos que de facto não existem... não vou mais arrastar-me pela amizade de ninguém, porque a amizade não é moeda de negócio ou de troca, é algo que se dá de livre vontade a quem se quer, a quem se estima, eu vejo as coisas assim e talvez esteja errado, talvez...
Peço desculpa, mais uma vez, por voltar a estes temas, mas apeteceu esclarecer algumas coisas por conversas que ocorreram e por comentários que reli aos posts anteriores... enfim, talvez tenha ficado centrado neste tema, será um trauma que me vai acompanhar mas que prometo não voltar a mencionar aqui para quem lê (até porque não tenciono ficar com ele para sempre)... Abraços e beijos a todos... e até sempre (e espero que o sempre seja breve, em cada dia para todos aqueles que amo, como sempre amei...). Já agora soube bem esta última catarse...

terça-feira, abril 12, 2005

Mudanças pelo tempo

Hoje todo o mundo se mudou,
o sol brilhou de forma diferente
e a tua falta esteve tão patente...
Senti hoje o real fosso
que entre todos se criou,
entre o passado e o presente
e de como tudo de facto se alterou.
Quis voltar atrás no tempo.
refazer tudo de forma diferente
e, no entanto, tão impotente,
incapaz de alterar as marcas,
profundas cicatrizes que o tempo nos criou.
Relembro a inocência que tinhamos,
as mágoas que em conjunto adquirimos
e o tão pouco que hoje somos em comum.
Todos os momentos que passámos,
as situações que prolongámos pelo prazer
de tudo aquilo que nunca seremos,
mas agora somos o que nunca antes fomos,
hoje somos livres no nosso amor...
e se... será que podemos

terça-feira, abril 05, 2005

Novidades

Queria só dizer duas coisas, uma é que o post anterior chama-se desejos porque está dentro do meu desejo de que se pudesse fazer mais para evitar esta infecção crescente pelo HIV. A segunda é que há bem pouco tempo chamaram a minha atenção (obrigado Marisa) para o novo link que está ali inserido no lado direito, mas que vou aqui indicar http://verdadeiroeu.blogspot.com/ para ser mais fácil. Adorei, e devorei, tudo o que este jovem rapaz escreveu/escreve na sua página, nesta sua auto-biografia em que nos guia por uma história de vida muito pessoal e muito sentida. Não só acho importante ler para ter noção das realidades alheias, mas principalmente porque nos permite aprender muito mais do que isso. Como futuros profissionais na área de psicologia, muitos dos que lêem este blog o são, é importante pensarmos qual seria a nossa reacção se pais, como os ali relatados, viessem ao nosso encontro e nos pedissem para "curarmos" o seu filho homossexual. Infelizmente esta realidade não é assim tão improvável e toca-nos a todos.
Na minha opinião pessoal não acho que pudesse sequer trabalhar esta questão dado que provavelmente a minha vontade seria de ofender os pais e chamá-los retrógrados. Claro que não o faria desta forma, mas seria complicado, muito complicado, pela forma como o tema de toca... acho que como psicólogos temos a obrigação e dever de pensar nisto. Bons pensamentos!

segunda-feira, abril 04, 2005

Desejos

Hoje apercebi-me da necessidade de falar das coisas que são tidas quase como tabus, dos pensamentos e crenças erradas que ainda "passeiam" pela nossa piscina cultural e são, erradamente, transmitidas de boca em boca. Vem com esta noção um certo sentimento de impotência, de como fazer chegar a informação de uma forma diferente, de uma forma que não só entre, mas que plante uma semente e que esta cresça e venha a dar frutos, ou neste caso, sabedoria indispensável. O HIV é um inimigo silêncioso, demasiado pacato para que possamos utilizar os seus sinais ou sintomas como alerta ou aviso e, no entanto, ele existe e não é uma realidade que nos passa ao lado! Como em várias outras coisas é mais uma bola que passamos para um campo que não o nosso, num campo onde nós não jogamos ou nos limitamos a ficar nas bancadas a ver a acção a decorrer, e isto é uma segurança tão ilusória. Com quantas pessoas infectadas já estivemos mesmo ao nosso lado, sentadas connosco no metro, num restaurante, sem qualquer possibilidade de lhe conhecermos este rosto mais sombrio. O HIV não se vê, demora a manifestar-se e é importante desmitificá-lo como algo inerente apenas a grupos de risco. É importante saber que em Portugal, embora os números mais elevados sejam nos utilizadores de drogas injectáveis, os heterossexuais são um grupo em iminente crescimento (não que isto desresponsabilize todos os que não pertecem a nenhum destes dois) e que têm de aprender novas formas de protecção e negociação da sua própria vida. Sei que este talvez não seja um tema que interesse às pessoas que aqui passam, mas achei importante deixar o alerta. Não ignorem este inimigo que existe, não lhe dêem mais uma vantagem de se considerarem invulneráveis à sua força silenciosa e, por isso, lhe abrirem portas com comportamentos de risco. O prazer não paga uma vida e essa vida pode ser a vossa... uma boa semana, uma semana de comportamentos seguros.

segunda-feira, março 28, 2005

Reflexões

Começo a nunca saber muito bem se me faz bem ou mal ir a casa. Volto sem grande vontade de sair do modo "férias" mas também não tenho vontade de ficar e entrar em modo "pasmaceira". Cada vez mais tenho a certeza de que os meus pais vivem num mundo paralelo, em que a realidade é barrada à entrada, e a fantasia do resolver as coisas quando elas estão à nossa frente entra em vigor e em exclusividade total. Canso-me de lutar com uma maré que nem percebo bem onde começa, mas que sei bem onde termina, e termina num sítio onde eu não quero ir parar. Aproximam-se tempo engraçados, desafios, frustrações, e entristece-me apenas não me sentir com a energia necessária para os enfrentar ou fazer deles coisas positivas, mas cá estarei como sempre estive antes.
Quanto ao último post e aos comentários que daí surgiram... sim, talvez seja defeito meu mas sempre disse as coisas em tom de brincadeira, talvez porque detesto magoar as pessoas, magoar-me a mim também e sempre senti que as mensagens lá chegam mesmo que sejam ditas de forma mais "suave". Compreendo agora a necessidade de deixar de parte este tom de brincadeira ou esta forma de dizer as coisas mais levianamente, mas estou cansado. Acho que nos últimos tempos tentei apenas que as pessoas se apercebessem que eu não sou uma pessoa sem defeitos e que, consequentemente, também não sou uma pessoa sem necessidades. Sentia-me a dar demais e a receber pouco, sinto que já apoiei demasiadas pessoas e que me esqueci de mim, fiquei algures pelo caminho e que isso também não é correcto. Várias coisas me magoaram nos últimos tempos mas evito dizê-las porque as pessoas tendem a assumir o papel de magoadas ou ofendidas com o que faço e digo em vez de tentarem resolver o que se passa. Não nomeio nomes porque isto dirijo a todos os que quiserem ler e se identificarem com o que digo. Se se sentiram ofendidos ou magoados lembrem-se apenas que eu também me senti, que me senti perdido e que me desiludi tanto ou mais do que vocês.
Cheguei talvez à conclusão que não sou único que foge dos problemas, acho que todos preferiram afastar-se a encarar as coisas de frente, todos usámos a falta de tempo como desculpa para não resolver o que necessitava demasiado de resolução e talvez tenhamos todos acordado tarde demais. Sinto-me cansado, já o disse, e como tal tenho menos paciência para andar atrás das pessoas ou a dar provas do meu amor ou amizade (como lhe queiram chamar), mais ainda quando sei que para outras pessoas tal não se torna necessário... Como sempre existem excepções a tudo aquilo que aqui disse, pessoas com quem sinto que as coisas não mudaram, mas também essas não acho correcto nomear...
Termino apenas a agradecer os comentários, mesmo os que se mantiveram anónimos. Para ti Cris, eu sei o que sentes em relação a tudo isto e sei que provavelmente te faz tanta ou mais confussão do que me faz/fez a mim agradeço estares sempre por aí a bater-me na cabeça, também faz falta, sabes (espero eu) que te adoro. Beijos grandes para ti.
Até à próxima a todos ;)

sexta-feira, março 25, 2005

palavras ao vento

Tantas vezes imaginei que me perguntarias o porquê de tantas coisas, que quererias saber porque tudo se mudou e como poderia ser solucionado. Nunca quiseste de facto saber, escudado na tua posição de pessoa ofendida e muito magoada com as palavras que se calhar, de tão reais, te foram tão difíceis de ler... Imaginarias que eu morreria sem te ter aqui? O teu egoísmo não te permite ver além da suposta mágoa e isso entristece-me. Como nos tapamos nas desculpas mais diversas, de um tempo que escasseia, para não dizermos que na realidade o que falta é a vontade, o desejo, a paixão. Pensarás ser um ser perfeito? Um amigo sem falha? E, no entanto, tantas vezes me falhaste, sem que eu nunca percebesse até agora. Tantas vezes estendi a mão para que encontrasse um vazio, o vazio deixado pela tua ausência e tantas vezes reprimi o conhecimento deste facto dentro de mim, afirmando que estarias numa próxima vez... nunca estiveste! Como também não estás agora! Apenas uma coisa se alterou desde então, eu não preciso do teu ser, serei suficiente para me construir e ser mais forte, nem uma lágrima derramarei sobre o teu leito. Sim, sobre o leito que em mim existe da tua morte, porque essa é a única justificação da tua ausência, a única que me permito aceitar. Despeço-me de ti, a quem nunca realmente conheci, questionando-me de qual terá sido a minha utilidade para o teu ser, sentindo-me utilizado por todo o apoio que te dei e nunca recebi, mas acima de tudo magoado, destroçado, não porque isso seja o conveniente (como foi para ti), mas porque é uma realidade que tu jamais alcançarás... Adeus amigo, as palavras estão gastas e as almas demasiado afastadas para se unirem outra vez... palavras ao vento, para um vento que as apanhe...

segunda-feira, março 14, 2005

só porque me apetecia escrever...

Sento-me e olho o mar. Que saudades deste movimento deveras simples, mas com tanto significado. Vejo todos os sítios onde já estive, aqueles para onde gostaria de ir, todos os que já visitei e cresce em mim uma vontade imensa de me instalar em todos aqueles que já antes conheci. É como se sentisse medo deste infinito, destas novas cores, como se tivesse medo de não controlar o barco em que navego, e olho o mar... está calmo, as pequenas ondas rebentam na areia lisa, sem conchas, onde tantas vezes me deitei. Oiço agora o seu rebentar, acompanhado daquela espuma branca que recordo como refrescante, há quanto tempo não vou ver o mar! Sinto que volto novamente ao que conheço, e já antes esqueci, como um jogo viciado que não tem forma de ser quebrado... Sou uma criança e como uma criança olho o mar...

quarta-feira, março 09, 2005

um mundo...

Queria ter tantas coisas para dizer,
tantas histórias para contar,
tanto feitos por vangloriar,
e fico aqui, sem a capacidade do fazer.
Resta-me contar toda esta evolução,
as alterações de que sofri
e me levaram à tão grande transformação,
quase tão grande que me perdi.
Hoje encontro-me onde antes me esqueci,
acho-me no tanto que apaguei
sempre para me achar tão longe daqui,
sem nunca perceber realmente onde fiquei.
Estou aqui, onde em tempos comecei
volto assim à estaca zero (re)aprendendo
tudo aquilo que esqueci, que aniquilei
ficando mais seguro no que vou conhecendo...
Sou quem fui mudando e mudando assim cresci

segunda-feira, março 07, 2005

Estou Up-To-Date e isso é tão bommmmmm

Os relatórios foram todos enviados ao professor um dia antes de acabar o prazo que ele nos deu (a mim e à minha colega). Sinto-me extremamente aliviado e com muito mais esperança de conseguir acabar as coisas dentro dos prazos de 1ª época o que me deixa mt mais contente do que andava ultimamente.
De resto ando melhor, abri o meu coração e isso aliviou-me bastante. Talvez tenha aberto o coração à possibilidade de algumas pessoas poderem não querer mais fazer parte dele e isso também me aliviou. As amizades também são efémeras e, às vezes, mais importante do que serem para a vida toda é que, enquanto duram, sejam o mais sinceras e melhores possíveis.
E agora podem convidar-me para cafés e coisas assim, I'm Back to the World (pelo menos até ao próximo Domingo, lol).
Apenas para informação geral:
Consultas de Triagem psicológica efectuadas até ao momento: 27
Reavaliações psicológicas efectuadas até ao momento: 49
Consultas de acompanhamento psicológico até agora: 8
Total: 84 Consultas!
Beijos e abraços a todos vocês.

quinta-feira, março 03, 2005

Porque sabia que um dia isto iria chegar

Tentei por demasiado tempo evitar algo que sabia que não poderia ser evitado. Calei principalmente porque sei que o que vou dizer vai magoar as pessoas de quem gosto (e sim, gosto mesmo). Mas não posso deixar de dizer, mesmo sendo acusado de não o dizer directamente, não que para alguns isto seja novidade, mas nunca fui bom a dizer coisas cara a cara ou olhos nos olhos. Talvez porque sou pouco assertivo, e como tal, fico sempre com tudo por dizer, ou suavizo tudo para que não me pareça que estou a fazer mal ou, pelo menos, para que não me sinta como uma pessoa horrível. Perdoem-me à partida se assim o quiserem fazer, se o vosso coração assim o deixar...
Não posso deixar de olhar à volta e sentir-me demasiado só, de ver que aquilo que considerava ser um mundo social bem construído não precisou de muito para se partir em bocados, para como, tão bem alguém o disse, ruir tão facilmente. Sinto que todos me faltaram quando mais precisei de apoio e sinto-me incontornavelmente só. Talvez seja injusto, talvez veja neste afastamento todas as razões erradas mas isso pouco importa. A verdade é apenas aquilo que sinto (e também isto pode ser muito criticado, não é verdade meus amigos psicólogos?), este é actualmente o meu mundo de significados. Custa-me partilhar-me com pessoas que antigamente me diziam tanto, com quem por tantas vezes bastava apenas um olhar mais profundo para sentir que toda a minha alma tinha sido decifrada. Hoje olham, vêem apenas o vazio e nem com isso parecem muito preocupados, certamente não quero que ninguém deixe de dormir por isso, mas às vezes uma palavra bastava para que tudo fosse, talvez, diferente. Compreendo a ocupação de todos aqueles que antigamente eram muito mais disponíveis, também eu o era e repito, era. Porque sou tão criticado por não estar presente se essa presença implica um tempo que não possuo?? Às vezes sinto que as pessoas se esquecem demasiado rápido daquilo que fizeram ou então talvez tenham tido uma experiência muito diferente da minha e não compreendam as exigências a que estou exposto neste momento. Apetecia-me parar, desaparecer, desistir de tudo isto. Isto que já não me faz sentido, isto que me tem deixado preocupado. São tantos os sonhos que uma pessoa constroí para ver deitados por terra, tantos os projectos por realizar e tão poucas perspectivas de os poder levar um pouco mais adiante...
Custa-me ver que muitas coisas não são também partilhadas comigo como eram antigamente, custa-me sentir que fui substituído agora que estão presentes elementos que talvez ocupem parte do meu espaço, ou terei sido eu a ocupar o espaço desses elementos em falta? Perco-me, sem me encontrar como encontrava antigamente. Cada vez mais cresce em mim um sentimento de não precisar de ninguém, de não querer ninguém. Meu Deus, e isto dói. Dói porque eu sempre fui tão ligado a todos os que me rodeavam, porque sempre disse que uma pessoa precisa de ter pessoas à volta para poder ser feliz. Sinto que estava errado, demasiado errado talvez, claro que as pessoas são precisas, fazem parte do mundo em que vivemos, mas a nossa felicidade não se constrói delas. A música que pus no post anterior tem muito a ver com este sentimento, cada vez mais constato que sou eu e mais ninguém, que tenho de ser eu o meu melhor amigo e que tenho de quebrar com aquilo que fiz durante tantos anos, apagar-me para satisfazer todos os outros. Talvez a sistémica explique este meu cansaço, talvez outras ciências o expliquem, não sei, talvez a dinâmica ou talvez a psicologia explique demasiado pouco. Porque são teorias, são técnicas e esquecem demasiado a pessoa... Sei hoje que não vou ser rico como sonhei em criança, que não vou ser sempre feliz como até há tão pouco tempo pensava possível, sei apenas que sou mais humano, que sou um ser com muito mais defeitos, mas também como muito mais veracidade do que antes. Não peço que compreendam, não peço sequer que aceitem esta mudança por talvez me fosse difícil para mim aceitá-la noutra pessoa, peço-vos apenas um coisa: lembrem-se sempre da forma como afectei a vossa vida, como marquei bons e maus momentos porque são esses que são importantes...
Só para finalizar, ponho de parte o aceitar de desculpas de falta de tempo, de falta disto e daquilo, eu sempre tive tempo para os amigos (pelo menos até recentemente) e talvez tenho sido a falta deste feedback que me tenha levado a ponderar muitas coisas, a sentir tanto esta necessidade de mudança. São poucas as coisas que estão ao meu alcance mudar, posso mudar-me a mim, talvez. Talvez tudo não passe de uma necessidade imensa de mudança, ou não fosse eu um ser nómada, ou não fosse eu um gémeos convicto, ou não fosse eu tudo aquilo que sou. E sou, agora cada vez mais meu...
Peço desculpa se magoei, mas já me magoei demasiado a mim com tudo aquilo que tenho calado. Vocês também não são perfeitos e eu aceitei sempre isso com o coração aberto, porque sempre acreditei, e acredito, que são as diferenças que nos fazem crescer... não percebo que se deixe de gostar de um amigo de um dia pro outro, eu nunca o consegui (Embora o consiga mtas vezes a níveis amorosos, o que me leva a questionar até onde realmente me entrego nos diferentes tipos de relação). Acho que me fico por aqui... agradeço a quem teve a paciência de ler tudo. Até sempre, seja este sempre amanhã ou daqui a alguns anos... the world it's a small place after all

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Me, Myself And I

Gosto desta música, não me perguntem porquê, porque não sei responder, gosto e ponto final. Estou bem e, embora cheio de trabalho, não tenho mais nada a dizer. Deixo-vos a letra:
All the ladies if you feel me, help me sing it now...

I can't believe I believed
Everything we had would last
So young and naive for me to think
She was from your past
Silly of me to dream of
One day having your kids
Love is so blind It feels right when it's wrong

I can't believe I fell for four years
And I'm smarter than that
So young and naive to believe that with me
You're a changed man
Foolish of me to compete
When you cheat with loose women
It took me some time but now I moved on

Cuz I realized I got
Me, myself and I
That's all I got in the end
That's what I found out
And it ain't no need to cry
I took a vow that from now on
I'm gonna be my own best friend
Me, myself and I
That's all I got in the end
That's what I found out
And it ain't no need to cry
I took a vow that from now on
I'm gonna be my own best friend
So controlling , you said that you love me
But you don't
Your family told me one day
I would see it on my own
Next thing I know I'm dealing
With your three kids and my home
I've been so blind
It feels right when it's wrong

Now that it's over
Stop calling me
Come pick up your clothes
No need to front like you're still with me
All your homies know
Even your very best friend
Tried to warn me on the low
It took me some time
But now I am strong

Because I realized I got
Me, myself and I
That's all I got in the end
That's what I found out
And it ain't no need to cry
I took a vow that from now on
I'm gonna be my own best friend
Me, myself and I
That's all I got in the end
That's what I found out
And it ain't no need to cry
I took a vow that from now on
I'm gonna be my own best friend
Me, myself and I
I know that I will never disappoint myself
All the ladies if you feel me
Help me sing it now
Ya, you hurt me
But I learned a lot along the way
After all the rain
You'll see the sun come out again
I know that I will never disappoint myself
[Repeat to end]

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Segundo li no jornal...

"A Falta das coisas que não temos procede o pouco valor que damos áquilo que já possuimos"
Pois, parece básico mas é, de facto, bastante real. Tentarei valorizar cada vez mais aquilo que já tenho para sentir cada vez menos falta daquilo que me falta.
Devo aqui deixar os meus PARABÉNS ao meu amigo Manelito pelo curso concluído e por já ser, neste momento, um Sr- Engenheiro. Boa amigo!!
O momento deradeiro chegou, foi-me dado um prazo para a entrega dos relatórios em atraso, acho que vou morrerrrrrrrrrrrrrr. Se o meu telemóvel tiver alguma mensagem do género: "lamentos, mas o cliente para o qual ligou está em estado histérico e não pode, neste momento, atendê-lo" não se preocupem, a partir de dia 7 as coisas melhoram (ou será que não??? ai, tenho medo, lol).
Por fim, obrigado Nokitas, eu sei que tu está sempre por !!
Jokinhas e abraços a todos e, se não morrer entretanto (para os mais mórbidos, eu estou a brincar ok???), vemo-nos em breve (ou não... lol)
Somos um livro em branco
escrito por um tempo que marca,
Somos um barco vazio
cheio pela gente que passa.
Somos mundos e, no entanto, pequenos.
Somos micróbios e, por vezes, gigantes,
somos quem pode fazer toda a diferença,
somos quem vive, quem avança.
Sou muito mais do que posso gerir,
muito mais do que a mente alcança,
sou assim, e não pretendo mudar,
mudo apenas quando a mudança me chama,
e, como a chama, renasço da cinza,
feito um novo ser, uma nova esperança.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

So Little

E foi preciso tão pouco, tão pouco
para que todo o mundo se desmoronasse.
Foram tão poucas a palavras, as acções,
tão ínfimas que mal consigo identificar
os motivos desta ruína...
mas hoje resta este aglomerado do passado
em que nos movemos individualmente,
resta tudo o que foi vivido e sobra este imenso,
o desmesurado, que ficou aqui parado por viver.
Mais que a perda, lamento o futuro que nos foi roubado,
as alegrias e tristezas que não nos foi permitido partilhar
e vagueio pela imaginação de tudo o que seria, mas não foi.
Apaziguaram-se os corações e as mágoas,
as pessoas e as palavras, e sobrou o nada.
Este nada em que nos (des)encontramos,
este nada em que nunca antes nos vi viver.
Espero hoje como sempre até aqui esperei,
pela salvação de algo que sei que se mudou,
talvez demasiado, talvez de forma imperceptível,
talvez para demasiado longe de qualquer um de nós...
Como antes sinto que falta aqui algo, que me falta aqui alguém...

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Soft despair

É engraçado este sentimento de começar um novo semestre sem sentir que o outro tenha de facto terminado. Ou será que um fim-de-semana é o tempo indicado para a separação destes dois períodos?? Mais ainda me tem alegrado este sentimento de desespero que se vai instalando em mim sempre que vou a mais uma apresentação de uma cadeira. As avaliações são tantas que me pergunto onde afinal irão eles encaixar a matéria... mas já estou como é hábito do bom povo português: o tempo o dirá. Se chegar vivo ao final, menos mal. Vale-me o facto de não me poder queixar do semestre anterior (ou devo chamar-lhe trimestre? Na realidade tanto o anterior como este são de 3 meses, mas pronto, quem sou eu para contrariar os senhores não é?) já que tive 16 às duas cadeiras obrigatórias do meu núcleo (digam lá que não gostam destes meus momentos de vangloriação). Falta-me saber a nota da optativa que era/é a que me provoca mais curiosidade, quero mesmo saber como nos safamos àquilo, a ver vamos... E pronto, é sempre bom ter um semestre de 3 meses que acaba no dia dos meus anos e aumenta a pressão de tudo aquilo que vou ter de fazer para estas novas cadeiras (recalcando completamente tudo o que se prende ao relatório de estágio). É bom este sentimento de "soft despair" que das duas uma, ou me vai ensinar a gerir muito bem o meu tempo ou me vai levar a sofrer de crises agudas de stress, mas isso agora não interessa nada...

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

E pronto, é assim

surprise
You have a surprise kiss! Your partner is always
pleasantly pleased to have you jump outta no
where to dote them with a fun peck on the cheek
or more passionate embrace. super markets and
work places are your favorite places to attack
your loved one with all your love =p

What kind of kiss are you?
brought to you by Quizilla

Férias, esse ser desaparecido

E pronto, hoje finalmente fui entregar o último trabalho deste semestre e do qual tenho discussão na Sexta-Feira. Embora desapareça um peso de cima, por sentir concluído, suponho eu que com alguim sucesso, este semestre aparece o espaço para outro tipo de preocupações, nomeadamente, com o meu relatório de estágio. Não é que não tenha já lido coisas para a parte teórica e não tenha montes de informação para a parte prática, mas começá-lo... espero conseguir de facto iniciá-lo neste fim de semana.
Estou contudo mais descanso por me parecer que as coisas não correram assim tão mal. O estágio parece correr normalmente, sem grande sobressaltos e as cadeiras vão-se fazendo o melhor possível. Embora não saiba ainda a nota de nenhuma as prespectivas são positivas, pelo menos eu sinto assim, a ver vamos.
Sinto falta de não poder estar mais com as pessoas de quem gosto por questões de falta de tempo, mas nem sempre é possível desdobrarmo-nos em dois ou três, é pena. Contudo, transporto todos no coração.
Assim de repente não me ocorre mais nada para escrever, portanto acho que me fico por aqui. Espero apenas que também comentem os pots positivos e não apenas aqueles em que a via dramática é de cortar as veias :P
Façam o favor de ser felizes!

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Incapacidades

Por vezes somos incapazes de dizer determinadas coisas, incapazes de perceber outras tantas e parece que nada faz sentido. É como se as palavras não conseguissem conter os sentimentos, esta coisa enorme que são as emoções e, por tudo isso, quase parecessem rídiculas quando as tentamos utilizar para explicar o que quer que seja que tenha sido muito mais emocional que outra coisa. E, no entanto... são as palavras que nos permitem comunicar, ter uma pequena percepção do mundo, dos outros. Como saber o que se passa se não existirem estes pequenos módulos de ligação entre o interior e o exterior? Faltam-me hoje as palavras como já antes me faltaram noutras situações. Parecem apenas ocorrer quando já não são precisas ou já não fazem qualquer sentido. E, no entato... sem elas como seria possível viver? Possível compreender, explicar e, até mesmo, sentir. Porque por vezes tudo começa com a falta de uma frase, com a falta de um olá que signifique muito mais que isso, que signifique "olha eu estou aqui e amo-te". Por vezes partimos do pressuposto que tal não é preciso, que está implícito ou assegurado pelo conhecimento que existe, pela confiança, pelo próprio historial de partilhas que já aconteceram mas estamos errados! Há momentos em que isso é muito mais que necessário, é fundamental! E contudo, ficamos sentados à espera que tal aconteça, que chegue ao pé de nós essa palavra e se ela não chega sofremos, sem capacidade de perceber o porquê de tanta mágoa pela sua ausência, mas ela existe e está lá. E esta mágoa faz estragos, como é tão tipicamente seu, e é preciso pará-los, pará-la a ela que nos consome. E consome por vezes muito mais do que lhe pretenderíamos conceder...
Foram talvez estas palavras que faltaram entre nós, talvez esta a mágoa que, perceba-se lá porquê, se instalou dentro de mim. Esta a mágoa que espero hoje ter parado e que nunca volte, porque tudo isto se resumiu a algo que talvez não tenha partilhado contigo, que talvez não tenha sido capaz de dizer na tua cara. Tudo isto se resume ao imenso medo de te perder, porque para mim não és apenas um amigo, és um irmão e, talvez por isso, tudo o que fazes possa ter mais impacto do que aquele que seria expectável se fosses apenas um amigo... junta a isso o medo de perder alguém que sinto nunca ter chegado a conquistar (penso que percebas de quem falo) e tens talvez os dois motivos mais fortes da minha reacção...
Hoje estou feliz embora algo nostálgico por sentir que de alguma forma perdi mais um pouco da minha inocência, mas ter-te ao meu lado sempre mais importante e crescer é o fim último de toda a nossa existência...
(gostava só de dizer a quem lê, e leu, o meu blog que nem tudo o que escrevo é literal. A minha capacidade "dramática", se assim lhe quiserem chamar, sempre foi mais acentuada na escrita, muito mais do que na realidade quando se convive comigo... talvez seja a minha forma de introduzir algum valor literário às balelas que para aqui escrevo, lol. Gostava também de agradecer, contudo, a preocupação que houve de muitas pessoas em saber se estava tudo bem. Está, agora sim, está tudo muito melhor, principalmente se ignorar que tenho um relatório de estágio todo por escrever, mas como diria a outra, isso agora não interessa nada. Façam-me o favor de ser felizes!)

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Músicas à mistura

Nunca um café me soubera tão amargamente, nunca as saudades me tinham atacado como agora e logo eu que sou o ser vivo das saudades, que respira um passado tão presente. Oiço as músicas vezes sem conta na esperança de que não se apliquem tanto à situação actual, aos sentimentos, às pessoas... penso que talvez não seja bom continuar a ouvir estas músicas que eram tão minhas, mas não a minha realidade... hoje são!
Como ignorar as frases que saem cantadas desta voz que tanto adoro sem me identificar com elas, como se houvesse tanto de mim ali, presente em cada letra, em cada palavra... i'm the sacrificed! Será que um dia também vocês acordarão dessa apatia gritando: isn't someone missing? ou será que apenas posso esperar que me tenham esquecido "long ago". Como me tornei tão pouco importante? Tão insignificante? Isn't someone missing? Isn't something...
No entanto apenas esta certeza: you won't try for me, not now! E, enquanto isso, vou sangrando... I'm the sacrificed and I know that you don't care. Continuo porque apesar de tudo respiro e estou feliz. Chego a outra conclusão, de facto someone was missing and that person was me! Apaguei-me na esperança que este amor amigo substitui-se o que, até então, nunca tinha conseguido no outro tipo de amor. Enganei-me, convinced myself that I was sick forever, I wasn't... E agora tudo faz muito mais sentido. Curei-me desta cegueira em que não era a mim que amavam, mas sim ao reflexo que criei para que amassem. Estava tão cansado de estar aqui e nem me tinha apercebido, suprimido por todos estes medos infantis, por essa solidão que sempre pensei ser monstruosa! But your presence still lingers here! There's just too much that time cannot erase...
Chego aqui, a um ponto em que nunca antes estive, à percepção de uma capacidade de amar que julgava ter perdido no percurso, afinal não perdi! Continuo agora outra batalha, trying to convince myself that you are gone, e custa, muito mais do que alguma vez imaginei mas, no entanto, hoje digo: please, please forgive, but I won't be home again...
(talvez isto seja estúpido mas as três músicas que estão aqui misturadas inspiraram-me para escrever este texto, porque diziam muito do que sinto, porque são uma voz interior que encontrou uma forma de expressão... acho que este texto não é dirigido a ninguém em especial num sentido negativo, de crítica. É, talvez, dirigido a todos os que me fazem falta porque, de uma forma ou de outra, estão mais longe hoje do que estavam no passado. Se quiserem, é uma forma de dizer o quanto sinto a falta, o quanto amo! Só para informação as músicas referidas são todas dos Evanescence: Missing, Breathe no more e My Immortal).
P.s. - adoro-te Marisa (e tu sabes porque digo isto...)

Missing - Evanescence

Já há muito tempo que não postava nenhuma música (ou pelo menos a mim parece-me ter sido há mt tempo). Para mim esta música não é novidade embora oficialmente o seja com o DVD da banda, mas pronto... pormenores à parte sempre foi uma música que eu gostei muito. Em alguns aspectos hoje faz-me mt sentido :). Deixo-vos a letra na esperança que oiçam a música...
Missing
Please, please forgive me,
But I won't be home again.
Maybe someday you'll look up,
And, barely conscious, you'll say to no one:
"isn't something missing?"
You won't cry for my absence, I know
You forgot me long ago.
Am I that unimportant?
Am I so insignificant?
Isn't something missing?
Isn't someone missing me?
[chorus]
Even though I'm the sacrificed,
You won't try for me, not now.
Though I'd die to know you love me,
I'm all alone.
Isn't someone missing me?
Please, please forgive me,
But I won't be home again.
I know what you do to yourself,
I breathe deep and cry out:
"isn't something missing? Isn't someone missing me? "
[chorus]
And if I bleed, I'll bleed,
Knowing you don't care.
And if I sleep just to dream of you
And wake without you there,
Isn't something missing? Isn't something...
[chorus]

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Ás vezes não me ouves mas não faz mal...

Sempre ouvi dizer que errar era humano e perdoar, divino. E descubro cada vez mais a minha incapacidade para ser divino. Não é que não perdoe, já perdoei muitas coisas, mas por mais que tente não consigo esquecer... são fantasmas que me perseguem, por assim dizer. Gostava de ser capaz de dizer, magoaste-me, mas não faz mal, porque eu consigo ultrapassar e voltar a confiar, mas ainda não consegui. Olho para nós agora como estranhos que mantêm o contacto por simples cortesia e sinto, a cada dia que passa, que me evitas cada vez mais. Antigamente ter-me-ias convidado a sair mais cedo para te acompanhar na curta viagem do comboio, pelo simples prazer daqueles minutos de convívio, das conversas triviais porque o tempo não permitiria muito mais... agora despedes-te, dizendo que tens de te pisgar, demonstras uma pressa em que quase me custa acreditar, e isso entristece-me! Mas talvez eu até seja divino porque o meu coração grita o teu perdão, quase grita que ultrapasse todos os orgulhos e te procure, mas não posso. Não posso porque isso seria demonstrar-te uma dependência que não existe de facto, seria reforçar-te o abandono, seja psicológico ou mais que isso, a que me votaste, seria... seria a necessidade enorme de calar este sentimento e te dizer: miss you, miss you like hell.
Uma vez mais estou feliz, com a diferença de não te ter aqui agora para partilhar essa felicidade. É como se vivesse um luto por alguém que está vivo e considero que me tem custado muito mais do que os lutos que fiz por aqueles que perdi efectivamente no caminho. Vivo aquele que era o meu pesadelo, a confirmação da indiferença de um e o arrasto acomodado do outro... perco dois de uma só vez, mas, não é mesmo assim a realidade actual? Nada acontece hoje de forma singular...

quarta-feira, janeiro 26, 2005

time goes by...

Parece que foi ontem que tudo aconteceu, que a faculdade começou, que conheci novas pessoas, que vim para Lisboa, entre mil e uma coisas que foram acontecendo ao longo destes últimos anos. E existe, como sempre existiu em mim, um certo saudosismo de coisas passadas, de acontecimentos, de pessoas. Mas nem tudo se faz do passado, aliás o passado não é mais que isso mesmo, algo que não podemos modificar, algo que não podemos reviver e, digo eu, ainda bem!
Actualmente sou diferente do que era quando aqui cheguei, mais seguro em alguns aspectos da minha vida, com mais maturidade noutros enfim, pode dizer-se que cresci! Mas também penso que todos mudamos, essa é uma das condições inerentes ao ser humano e, uma vez mais, ainda bem.
Foi também essa mudança que tenho conhecido com novas pessoas, mais estabilidade, mais capacidade de superar dificuldades e, infelizmente, maiores desilusões. Inflexibilidades que não são próprias de pessoas ainda tão novas e que no entanto sempre soube estarem lá, que sempre soube serem incontornáveis. Algo que adiei dentro de mim sabendo que não poderia ignorar para sempre. chegou o dia que tanto temi sabendo sempre que não o poderia evitar. O que fazer? Bom, quando não são as pessoas por si que valem mais o que se poderá realmente fazer? Eu diria que pouco, demasiado pouco. Dispenso felicidade alheia pela minha felicidade actual quando essa felicidade não se partilha e é cada vez mais distante. Dispenso mais conversas filosóficas sobre coisas que no coração do outros não parece mais ter outra solução porque a decisão foi tomada no início, sem hipóteses. Acima de tudo dispenso mais lágrimas porque essas foram as que me habitaram ontem o meu ser e que hoje teimaram em cair durante alguns períodos...
Sim, apesar de tudo estou feliz, concretizado. Pena que isso tenha tido um preço tão grande, mas as decisões foram tomadas e desta vez não me podem apontar o dedo a mim...
Eternamente vosso, mas sempre meu!

Um desabafo disconexo, possivel nesta altura. Não tentem compreender nem analisar pois não vão conseguir. Se alguém conseguir serão apenas aqueles a quem a mensagem principal se destina, mas talvez também disso eles se queiram distanciar... but that's not really important at this point................. and so the time still go on passing

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Poema solto

Das imagens fiz palavras escritas,
sonhos transpostos num papel,
procurando-te sem nunca percerber
por detrás de qual imagem te encontrar.
Fiz dos sonhos uma cama confortável,
um repouso para os dias cansativos,
a fuga predilecta de ilusões já construídas
tão reais como as letras que unia.
Olho tantas vezes as figuras,
os contrastes e as cores tão nitídas
com uma sensação estranha, quase irreal
como se elas fossem o que não existe
e tu presente, sólido, real.
Acompanho-te hoje de forma diferente,
já não és apenas uma ilusão contida em mim
porque de todos esses sonhos que vivi
transformei-me no ar que te acompanha,
na alma que incorporea pode enfim estar aqui.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

To many time trying to forget

Bom, acho que nunca tinha passado tanto tempo sem escrever aqui! Ou talvez já tivesse passado, mas recalcado, tentando esquecer a minha própria ausência. As festas passaram-se uma vez mais, foram boas e espero que as vossas também, ao fim e ao cabo desejo apenas que este ano seja sempre uma nova oportunidade para coisas boas acontecerem a todos e que nos permita, acima de tudo, ter saúde e crescer.
E tento esquecer, por vezes nem sei bem o quê, mas sempre tive esta tendência. Um novo ano sempre representou deixar tanta coisa para trás, ou tentar, porque nunca fui muito eficaz, vivo de saudades de coisas esquecidas... se é que me faço entender. Mas afinal é um novo ano, um conjunto de trezentos e muitos dias novinhos, por estrear e tanto, tanto que pode acontecer. É um entusiasmo timido, uma esperança envergonhada, é um viver cada vez mais saboreado porque afinal, ao lidar com a morte de perto (para quem não tenha percebido refiro-me ao meu estágio) aprendemos muito o valor da nossa vida, da nossa saúde e no entanto... e no entanto tento esquecer, coisas que ficarão para sempre no meu coração...