Onde foi que desaprendi o amor? Em que me deixei levar por esta falta de vontade de reagir, de sobriviver? Olho para as coisas que têm agora significados tão diferentes, mais vazios, quase ocos, sem perceber muito bem onde foi que realmente as abandonei. Oiço vozes que com razão reclamam a minha antiga presença, e no entanto, mesmo sabendo que as deveria escutar, ignoro-as tão dentro de mim que se tornam abafadas, inexistentes. Os dias fazem-se de altos e baixos onde a euforia e a tristeza são patamares que se alternam, como ondas de uma qualquer frequência que não sei como acompanhar. Percebo agora a minha pouca resistência a este tipo de distress, sem nunca acreditar que algum dia chegaria a este ponto. Vivo na indiferença do que possa acontecer, porque os dias são igualmente diferentes e as coisas tornam-se todas coloridas num único padrão. Sei agora que nunca fiz o que queria, sempre na expectativa de alcançar os ideais construídos por outros, outros que me desapontaram, outros que me levaram a tantos becos sem saída.
Onde foi que desaprendi o amor? Em que as coisas simples perderam a sua importância, em que eu perdi o significado... agarro-me ao trabalho como uma forma de fugir ao que tenho tanto receio de enfrentar. Mas de que tenho de facto medo? Medo de deixar cair todas as máscaras? De demonstrar que neste momento me estou a borrifar? Sei que durante demasiado tempo tudo foi uma história bonita, em que eu era tudo o que se podia desejar. Chegou o tempo em que quero ser mais eu e não sei para onde me posso virar! E este é um vício que se instala tão devagar e que nos consome, até o dia em que não mais saberemos como o enganar.
1 comentário:
honestly I'm speechless.that's all I have to say.the worst thing about break down and cry is when you're liking it.
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