E pronto, para quem não saiba estou de partida e só volto daqui a duas semanas. Se por acaso for à net ponho notícias aqui que o dinheiro tá parco para andar a mandar sms a toda a gente, sorry lá, lol. Espero que fiquem todos bem e que tenham todos mta sorte caso façam exames e coisas afins.
Fiquem todos bem
Jokinhas
Um espaço de sentimentos, um espaço de reflexões, um pouco do que sou ou do que pretendo alcançar. O meu ser sob a forma de palavras escritas... mas será que me saberei traduzir?
quarta-feira, agosto 25, 2004
terça-feira, agosto 24, 2004
uma coisa como outra qualquer
Tanto tempo esperara para demonstrar um simples afecto que sentia quase como se o tivesse esquecido. Estavam ambos deitados na cama, de lençois adocicados pelo cheiro do perfume de Pedro, agarrados como se o tempo pudesse fugir. E fugia. Haviam perdido tantas energias na tentativa de esconder os seus sentimentos que parecia que pouco sobrava para se amarem. Mário pensava, com uma ira que crescia baixinho, de dia para dia, porque teriam de esconder um sentimento tão bonito, algo que sentiam dentro de si como sendo correcto. Poderia ser que o amor podesse ser algo errado? Como seria possível ter de esconder algo que, nas suas almas, parecia tão claro como a própria água que corria nos rios? Não compreendia, mas não queria perder um só minuto do seu tempo com Pedro nesse tipo de divagação. Queria amá-lo! Saberia ele o quanto o amava? Teria ele dito vezes suficientes para que não ficasse em dúvida o que corria nas suas veias? Encostado ao seu ombro, afundado de nariz no seu pescoço, Pedro dormia um sono profundo. Mário afastou-o pousando-o delicadamente na almofada, precissava de o observar. A luz era ténue no quarto, mas conseguia ver perfeitamente cada linha do rosto do seu amado e como ficava bonito enquanto dormia, recuperava o ar inocente que se vai perdendo no tempo, pelas situações que a vida nos trás. Beijou-o, mesmo sabendo que isso o iria acordar, não resistiu. Pedro respondeu-lhe com um sorriso e Mário, passado uns instantes, percebeu que deixara de respirar, aquela beleza ainda hoje o parecia encantar. Aquele sorriso, a expressão de uma cara que nunca mais ousara esquecer mesmo quando anos mais tarde se lembrava daqueles momentos, era como um encantamento, uma magia, que não conseguira nunca apreender. Mas nem tudo é feito para ser compreendido, nem tudo é feito para pensar e foi assim, enquanto olhava para aquele que seria o seu companheiro, a sua cara metade até que a morte os separasse, que adormeceu num sono sem sonhos...
Alegria
Pois é, hoje acordei numa alegria esquisita, lol. Deve ser para compensar a parvoice de ontem, mas estou com aquela sensação de um dever cumprido. Só falta saber que dever é que foi... e mais uma vez a minha tia está de férias, uma semana com ela em casa, o que até tem sido agradável ;)
Definitivamente tenho que começar a ocupar melhor o meu tempo e este sábado adeus lisboa, olá Portimão, fériaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassssssssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!! WEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!! (ai de ti Marisa que digas que ando com frases bixas, lol)
Definitivamente tenho que começar a ocupar melhor o meu tempo e este sábado adeus lisboa, olá Portimão, fériaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassssssssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!! WEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!! (ai de ti Marisa que digas que ando com frases bixas, lol)
segunda-feira, agosto 23, 2004
Tempos Passados
Como continuar a amar-te depois de todo este tempo?
Como mantenho viva em mim uma chama que há muito devia ter morrido?
Mas vivo, como quem nunca deseja morrer,
como quem nunca poderá desistir,
vives em mim! Chama intensa,
que não sabes como morrer,
que não sabes a quem te dirigir.
Amo-te sem nunca te conhecer,
conheço-te sem nunca te ver e,
no entanto, existes pela dor que crias em mim,
pelo tormento deste amor nunca esquecido
que muda tudo o que há dentro do ser.
São estes castelos de nuvens
que construo sem ti,
sem qualquer base de conhecimento,
sem alicerces...
Morres dentro de mim para me dar uma vida
que pensava estar morta,
vives fora de mim, num espaço tão longinquo que não me permite viver,
mas vivemos! Num espaço e tempo
que não nos pertence
num amor que nunca iremos realizar.
Hoje, como há tempos atrás,
seria capaz de morrer só pelo beijo,
pelo cheiro e toque,
que nunca me foi permitido alcançar...
Voltou a mim esta poesia morta, de cheiros intensos, de palavras esquecidas num canto qualquer, de um coração moribundo que chamais poderia adormecer..
Como mantenho viva em mim uma chama que há muito devia ter morrido?
Mas vivo, como quem nunca deseja morrer,
como quem nunca poderá desistir,
vives em mim! Chama intensa,
que não sabes como morrer,
que não sabes a quem te dirigir.
Amo-te sem nunca te conhecer,
conheço-te sem nunca te ver e,
no entanto, existes pela dor que crias em mim,
pelo tormento deste amor nunca esquecido
que muda tudo o que há dentro do ser.
São estes castelos de nuvens
que construo sem ti,
sem qualquer base de conhecimento,
sem alicerces...
Morres dentro de mim para me dar uma vida
que pensava estar morta,
vives fora de mim, num espaço tão longinquo que não me permite viver,
mas vivemos! Num espaço e tempo
que não nos pertence
num amor que nunca iremos realizar.
Hoje, como há tempos atrás,
seria capaz de morrer só pelo beijo,
pelo cheiro e toque,
que nunca me foi permitido alcançar...
Voltou a mim esta poesia morta, de cheiros intensos, de palavras esquecidas num canto qualquer, de um coração moribundo que chamais poderia adormecer..
quarta-feira, agosto 18, 2004
lembranças e coisas assim
Volto hoje a ti, esquecido.
A ti que tanto quis deixar para trás,
Dispo o casaco e sento-me
aguardando que digas alguma coisa,
mas nada, nem uma única palavra!
Pensar que a alma poderia falar
é como uma criança que sonha,
acreditando num mundo melhor...
Porém estiveste sempre aí,
calada, muda, desprezada por mim,
quase esmagada pela loucura.
A vontade de uma libertação imatura
que nunca poderia existir,
pelo menos nunca da forma por onde segui,
pelos caminhos escuros que esquecem,
esquecem valores, pessoas, sentimentos,
mas sobretudo que se esquecem de ti.
Mas tu és mais do que uma moda,
és uma forma de ser, de existir,
serás talvez para sempre apenas minha,
a minha idealizada forma de amar...
A ti que tanto quis deixar para trás,
Dispo o casaco e sento-me
aguardando que digas alguma coisa,
mas nada, nem uma única palavra!
Pensar que a alma poderia falar
é como uma criança que sonha,
acreditando num mundo melhor...
Porém estiveste sempre aí,
calada, muda, desprezada por mim,
quase esmagada pela loucura.
A vontade de uma libertação imatura
que nunca poderia existir,
pelo menos nunca da forma por onde segui,
pelos caminhos escuros que esquecem,
esquecem valores, pessoas, sentimentos,
mas sobretudo que se esquecem de ti.
Mas tu és mais do que uma moda,
és uma forma de ser, de existir,
serás talvez para sempre apenas minha,
a minha idealizada forma de amar...
Porque há altura que voltamos atrás, que pensamos em tudo o que fizemos para fugir a algo que quase nos corre nas veias e chegamos à conclusão que nunca deveriamos ter tentado seguir por tal atalho. Terá valido a pena? Talvez, sempre se ganha experiência de vida, como costumo dizer, tudo vale a pena se envolver alguma aprendizagem. Aprendi, aprendi principalmente que desejo um tipo de amor que não se encontra parando em camas diferentes em tão pouco tempo. Talvez nunca o encontre [ao amor verdadeiro], é um facto, mas também não consigo esquecer a possibilidade dele existir...
sábado, agosto 14, 2004
sexta-feira, agosto 13, 2004
Ally Mcbeal
Pois é, não resisti e ando a sacar os episódios da série! Nada como reviver as aventuras (e desventuras) desta personagem que eu gosto imenso. Lembrei-me também do cd que tinha da banda sonora da série, cantado pela Vonda Shepard e, em especial, de uma música que adoro do cd que se chama: I Only Want To Be With You. Claro que nada bate a música do genérico da série (Searchin'My Soul), mas esta é uma música de amor mesmo muito bonita, deixo-vos a letra:
I Only Want To Be With You
written by Mike Hawker & Ivor Raymond
I don't know what it is that makes me love you so
I only know I never want to let you go
'Cause you started something, can't you see
That ever since we met you've had a hold on me
It happens to be true
I only want to be with you
It doesn't matter where you go or what you do
I wanna spend each moment of the day with you
Look what has happened with just one kiss
I never knew that I could be in love like this
It's crazy but it's true
I only want to be with you
You stopped and smiled at me, asked me if I'd care to dance
I fell into your open arms and I didn't stand a chance
Now listen honey, I just want to be beside you everywhere
As long as we're together honey I don't care
'Cause you started something can't you see
That ever since we met you've had a hold on me
No matter what you do
I only want to be with you
No matter what you do
I only want to be with you
I Only Want To Be With You
written by Mike Hawker & Ivor Raymond
I don't know what it is that makes me love you so
I only know I never want to let you go
'Cause you started something, can't you see
That ever since we met you've had a hold on me
It happens to be true
I only want to be with you
It doesn't matter where you go or what you do
I wanna spend each moment of the day with you
Look what has happened with just one kiss
I never knew that I could be in love like this
It's crazy but it's true
I only want to be with you
You stopped and smiled at me, asked me if I'd care to dance
I fell into your open arms and I didn't stand a chance
Now listen honey, I just want to be beside you everywhere
As long as we're together honey I don't care
'Cause you started something can't you see
That ever since we met you've had a hold on me
No matter what you do
I only want to be with you
No matter what you do
I only want to be with you
quinta-feira, agosto 12, 2004
Um dia como tantos outros e no entanto...
Sabem aqueles dias em que parece que mentalmente estamos muito activos, mas o corpo não responde? Pois, hoje é um desses dias, se me envolvesse em qualquer coisa acho que conseguiria ter um óptimo rendimento, mas o corpo tá numa moleza... acho que vou escrever, isso não exige mt da parte física. No entanto não é isso que me apetece, não sei o que me apetece fazer, que raiva LOL. Começo mesmo a achar que já não sei ter tempo livre... que nóia...
quarta-feira, agosto 11, 2004
Relembrar
Gravei quatro cds que me têm acompanhado nos últimos dias, Os nomeados dos Grammys 2004, Las mejores canciones del cine 1 e 2 e o cd da Stacie Orrico. O primeiro tem músicas muito actuais e que eu gosto bastante, os dois seguintes têm músicas que me relembram fases diferentes da minha vida, músicas que adorava antigamente e que já não ouvia a algum tempo. São daquelas músicas que nos põem a pensar em situação, pessoas, amores e que nos fazem bem, pelo menos a mim fazem. O último cd desperta uma vontade em mim de ir a cantá-lo no meio da rua, pronto, entusiasmo-me com a miúda será crime? Ela é maior não é? Ai, espero não entrar na onda da pedofilia :X Não quero ser notícia de telejornal, ihihihihi.
Pronto, já disparatei por hoje ao som de Gangsta´s Paradise (Mentes Perigosas remember?).
Com amizade me despeço (LOLOLOL)
Pronto, já disparatei por hoje ao som de Gangsta´s Paradise (Mentes Perigosas remember?).
Com amizade me despeço (LOLOLOL)
segunda-feira, agosto 09, 2004
Um tipo de confissão
Segredos são palavras que soltamos ao vento na esperança que nunca entrem pelo ouvido de alguém, segredos são palavras proferidas baixinho áqueles em quem confiamos, na esperança que sejam um tumulo vivo... segredos, são coisas que esqueci com o passar do tempo, talvez pela vontade imensa que tenho de gritar. Isto seria um tipo de confissão, não fosse escrita num blog, numa página aberta ao público e, pensando bem, qual público? Enfim, não foi esta a minha vontade de escrever. A vontade vem de um desejo imenso que parece crescer baixinho, como se fosse um segredo, dentro do meu ser. Esta solidão que consome os sonhos que nascem em plena alma que me pedem que encontre alguém que possa amar... mas como? onde encontrar um sonho tornado realidade? uma ilusão que vive apenas na minha mente? A confissão: um homem perfeito. Seria aquele que de uma forma qualquer me dissesse ao longo do dia que se lembrava de mim, que me fizesse surpresas, com quem podesse dormir sossegado, tranquilo e, acima de tudo, seguro. Seria um homem inteligente, não em demasia para que não me fizesse sentir estúpido, uma pessoa culta que tivesse alguns gostos parecidos aos meus (mas não todos para podermos ter identidades bem distintas). Seria aquele que me faria rir, chorar, corar, brincar, sorrir, que me fizesse amar.
Dizem vocês que o que desejo é um porto seguro! Bem, talvez, talvez seja apenas aquilo que não tive até hoje ou que se tive não soube aproveitar. O mais estúpido é o que vivo dentro de mim quando estou com alguém, um medo secreto de perder o que nunca se sente como seguro, uma tentativa de ser melhor do que sou sabendo que isso apenas me tornará um pouco mais parvo, mais inseguro... enfim, começo a pensar se o amor se esqueceu de mim ou se fui eu que nunca soube como o deixar entrar... continuo à espera que a campainha toque um dia e que ao abrir a porta tenha à frente um príncipe encantado, um sonho tornado real, feito de carne e ossos e um coração que saiba palpitar. Acima tudo um homem que saiba para que serve este órgão que bate várias vezes num só minuto e que se preocupe em saber como o usar... apenas sonhos? Bom, matem-me por ser um lunático ou então deixem-me sonhar...
Dizem vocês que o que desejo é um porto seguro! Bem, talvez, talvez seja apenas aquilo que não tive até hoje ou que se tive não soube aproveitar. O mais estúpido é o que vivo dentro de mim quando estou com alguém, um medo secreto de perder o que nunca se sente como seguro, uma tentativa de ser melhor do que sou sabendo que isso apenas me tornará um pouco mais parvo, mais inseguro... enfim, começo a pensar se o amor se esqueceu de mim ou se fui eu que nunca soube como o deixar entrar... continuo à espera que a campainha toque um dia e que ao abrir a porta tenha à frente um príncipe encantado, um sonho tornado real, feito de carne e ossos e um coração que saiba palpitar. Acima tudo um homem que saiba para que serve este órgão que bate várias vezes num só minuto e que se preocupe em saber como o usar... apenas sonhos? Bom, matem-me por ser um lunático ou então deixem-me sonhar...
quinta-feira, agosto 05, 2004
E pronto, fériasssssssssssssssssssss
Pois é, nunca se está realmente de férias até se saber as notas todas. Hoje soube as que me faltavam e está tudo feitinho, weeeeee. Melhor ainda foi ter ficado com uma média de 14,6 este ano, o que é mt bom para os meus objectivos, vamos lá ver... Pronto, eu sei que é egocêntrico mas apeteceu-me partilhar.
Boas férias a quem está de férias e bom trabalho aqueles que, como eu, têm desta coisa...
Jokinhas
P.S.- e as duas primeiras semanas de Setembro vou mesmo de féria, para longe... lol. As primeiras férias verdadeiras que vou ter em 2 anos... finalmente! lol.
Boas férias a quem está de férias e bom trabalho aqueles que, como eu, têm desta coisa...
Jokinhas
P.S.- e as duas primeiras semanas de Setembro vou mesmo de féria, para longe... lol. As primeiras férias verdadeiras que vou ter em 2 anos... finalmente! lol.
quarta-feira, agosto 04, 2004
Moon River - Barbra Streisand
É sabido que tenho uma certa tendência para gostar das músicas desda senhora, mas ultimamente voltei a esta, uma letra muito simples, uma música pequena, uma beleza enorme...
Moon river, wider than a mile
I'm crossing you in style someday
You dream maker
You heart braker
Where ever you're going i'm going your way
Two drifters of to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end
Waiting round the bend
My huckleberry friend
Moon river and me
Moon river, wider than a mile
I'm crossing you in style someday
You dream maker
You heart braker
Where ever you're going i'm going your way
Two drifters of to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end
Waiting round the bend
My huckleberry friend
Moon river and me
domingo, agosto 01, 2004
O que poderia ser o início de um livro e nunca foi...
Como dizer-lhe que não queria mais? Que aqueles movimentos tão ocos de sentimento lhe causavam uma sensação de enjoo, tão vazios que eram de significado... Queria libertar-se da futilidade em que caíra, mas que era tão viciante... não conseguia, já tantas vezes o tentara antes, tantos insucessos, estes quase já tão ocos como os próprios movimentos.
Pedro chorava, não que caissem lágrimas dos seus olhos, mas por dentro mais um pouco se partia, se afogava. Relembrava com saudades os velhos tempos em que soubera o que era amar, em que vivera essa emoção. Sentia agora como se não soubesse mais amar, como um adolescente que descobre o próprio corpo, que encontra a sua alma. Alma? Como esta perdera o seu sentido pelo tempo, gasta em tantos desamores, esvaída de cor, de sonhos, aqueles sonhos que mantêm vivo o ser. Não é que não sonhasse, sonhava! Mas mesmo estes sonhos pareciam ser em tons de sépia, antigos como o próprio corpo que os continha.
Acordou com o barulho do telefone, aquele som que nos rouba de um espaço quase espiritual, sem objectos, sem forma ou consistência. Atendeu, do outro lado uma voz metálica sua conhecida, era a mãe "Pedro ainda a dormir a estas horas?" perguntou-lhe ela com um tom quase de castigo. "Mãe estive a trabalhar até tarde, não me chateies tá bem?", "Pronto, pronto, que bom humor... realmente és igualzinho ao teu pai!". A ironia e reprovação contida nas palavras saturavam-no, cansado desta monotonia repetitiva, sem graça. Desde que se separaram que o Pedro não aguentavam estar muito tempo com qualquer um dos pais, fartava-se das constantes acusações agudas que lhes saíam boca fora, até porque quando se cansavam de se acusarem um ao outro viravam-se para ele, que falta de paciência... Era por este motivo que pensava cada vez mais que nunca haveria de casar. Não que na realidade este facto fosse muito provável, sendo bissexual sempre tivera mais tendência para sentir-se atraído pelo corpo masculino, e como tinha saudades de estar protegido em braços fortes. Fazia hoje três anos que estava sozinho, três anos em que soubera, naquele fatidíco dia, da traição do Miguel. Nunca tinha chorado tanto como nesse dia, lembrava-se de ter chegado à faculdade e ao encontrar a Cátia, sua amiga desde do primeiro ano do seu curso de línguas contemporânes, agarrou-se a ela e chorou. Demorou cerca de vinte minutos até se acalmar sentido-se irritado pela demonstração de emoções que acabara de viver em pleno bar da faculdade. Pouco se importava, já antes tinha aguentado a má lingua e sabia bem como se defender. Tinha acabado o curso há um ano, mas nunca conseguira esquecer este dia. Ainda hoje Pedro sentia que esta ferida estava aberta, havia ainda muita mágoa e aprendera que o ditado estava errado, o tempo não cura tudo e nem todas as feridas podem ser fechadas. Percebera que estas feridas eram, por vezes, o que nos fazia sentir vivos, relembrar-nos a nossa condição humana. "Pedro???", durante minutos a mãe falara e ele não ouvira uma só palavra, também não se importava "mãe, ligou-lhe depois" e desligou, sem esperar por uma resposta.
Agora acordado na sua cama pensava como havia de terminar a relação "colorida" que mantinha com o João, não que esta não fosse agradável ou que o João não fosse uma pessoa especial, mas não aguentava mais esta situação, estava cansado de não construir nada, de não avançar. Queria assentar, queria um futuro ao lado de alguém que fosse mais do que um corpo deitado na sua cama, queria... tantos sonhos que afinal ainda existiam por realizar. Sentia neste momento que não iria levar esta situação por muito mais tempo, não iria aguardar, como tantas vezes o fizera, por uma chamada que dissesse "vem ter comigo, tenho saudades tuas". Sabia, como sempre o soubera, que isto significava satisfazer as carências do João e, pela primeira vez em muito tempo, respondeu "Não!".
Pedro chorava, não que caissem lágrimas dos seus olhos, mas por dentro mais um pouco se partia, se afogava. Relembrava com saudades os velhos tempos em que soubera o que era amar, em que vivera essa emoção. Sentia agora como se não soubesse mais amar, como um adolescente que descobre o próprio corpo, que encontra a sua alma. Alma? Como esta perdera o seu sentido pelo tempo, gasta em tantos desamores, esvaída de cor, de sonhos, aqueles sonhos que mantêm vivo o ser. Não é que não sonhasse, sonhava! Mas mesmo estes sonhos pareciam ser em tons de sépia, antigos como o próprio corpo que os continha.
Acordou com o barulho do telefone, aquele som que nos rouba de um espaço quase espiritual, sem objectos, sem forma ou consistência. Atendeu, do outro lado uma voz metálica sua conhecida, era a mãe "Pedro ainda a dormir a estas horas?" perguntou-lhe ela com um tom quase de castigo. "Mãe estive a trabalhar até tarde, não me chateies tá bem?", "Pronto, pronto, que bom humor... realmente és igualzinho ao teu pai!". A ironia e reprovação contida nas palavras saturavam-no, cansado desta monotonia repetitiva, sem graça. Desde que se separaram que o Pedro não aguentavam estar muito tempo com qualquer um dos pais, fartava-se das constantes acusações agudas que lhes saíam boca fora, até porque quando se cansavam de se acusarem um ao outro viravam-se para ele, que falta de paciência... Era por este motivo que pensava cada vez mais que nunca haveria de casar. Não que na realidade este facto fosse muito provável, sendo bissexual sempre tivera mais tendência para sentir-se atraído pelo corpo masculino, e como tinha saudades de estar protegido em braços fortes. Fazia hoje três anos que estava sozinho, três anos em que soubera, naquele fatidíco dia, da traição do Miguel. Nunca tinha chorado tanto como nesse dia, lembrava-se de ter chegado à faculdade e ao encontrar a Cátia, sua amiga desde do primeiro ano do seu curso de línguas contemporânes, agarrou-se a ela e chorou. Demorou cerca de vinte minutos até se acalmar sentido-se irritado pela demonstração de emoções que acabara de viver em pleno bar da faculdade. Pouco se importava, já antes tinha aguentado a má lingua e sabia bem como se defender. Tinha acabado o curso há um ano, mas nunca conseguira esquecer este dia. Ainda hoje Pedro sentia que esta ferida estava aberta, havia ainda muita mágoa e aprendera que o ditado estava errado, o tempo não cura tudo e nem todas as feridas podem ser fechadas. Percebera que estas feridas eram, por vezes, o que nos fazia sentir vivos, relembrar-nos a nossa condição humana. "Pedro???", durante minutos a mãe falara e ele não ouvira uma só palavra, também não se importava "mãe, ligou-lhe depois" e desligou, sem esperar por uma resposta.
Agora acordado na sua cama pensava como havia de terminar a relação "colorida" que mantinha com o João, não que esta não fosse agradável ou que o João não fosse uma pessoa especial, mas não aguentava mais esta situação, estava cansado de não construir nada, de não avançar. Queria assentar, queria um futuro ao lado de alguém que fosse mais do que um corpo deitado na sua cama, queria... tantos sonhos que afinal ainda existiam por realizar. Sentia neste momento que não iria levar esta situação por muito mais tempo, não iria aguardar, como tantas vezes o fizera, por uma chamada que dissesse "vem ter comigo, tenho saudades tuas". Sabia, como sempre o soubera, que isto significava satisfazer as carências do João e, pela primeira vez em muito tempo, respondeu "Não!".
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