Um sentimento de desintegração
percorre o meu ser tão levemente,
como uma pena solta na agitação
de asas que se abrem amplamente.
Sinto-me longe deste mundo
a cada instante,
a cada dia que avança,
como se nunca dele tivesse feito parte.
E talvez não faça, porque me corrói,
mata-me um pouco mais a cada evento
sem possibilidade de retornar.
Mas nem aqui a raiva vem ver o seu triunfo,
apenas a tristeza invade um pouco mais
este reino há tanto perdido na maldade...
Humanidade que avanças em leves sobressaltos,
em fins marcados, aguardando pela morte
de ti vão-se os justos para ficarem os pecadores
de quem será um dia todo o mundo...
Perdidos, não eles mas nós, que não soubemos
avançar com a corrente, que não ousámos arriscar!
O sono invade-me, como se um sonifero aplicado
por uma seringa no meu sangue, e domina-me,
as palpebras pesam demasiado para as aguentar
e no fim de mais um dia sem aviso,
o mundo pára por umas horas a repousar.
Adormeço para não mais vir a acordar...
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