sábado, fevereiro 07, 2004

Saudades

Saudades desses dias de encanto,
das pequenas coisas que me fascinam,
que me fazem perder na fantasia,
essas crenças de criança em que tudo é possivel.
Escondo em mim a essência de outros tempos,
em que de cabeça me dava a toda a alegria
de acreditar em sonhos tão incertos
mas que afastavam tanto a solidão...
Perdido na minha imensa apatia vejo um mundo diferente,
diferente daquele que conhecia, que respirava
neste mundo não há sonhos, não há paixão,
mas tu apareceste, vindo de um nada distinto deste meu.
Vieste com um instinto salvador, como o gémeo que me falta
lembrar-me deste mundo de sonho, de amor
em que tão fielmente eu acreditava...
Permitiste-me ver que não morrera ainda,
não tirei de mim esta vontade, vontade imensa de vencer,
de amar por toda a eternidade.
Sei que algures, no meu interior, vive ainda essa criança
para a qual tudo é possivel, tudo é real...
para a qual o pôr do sol à beira mar
é ainda uma das suas grandes alegrias.

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