Lembro-me de dias assim em que tudo parece tão correcto como o pôr do sol. Lembro-me que era assim que me sentia o ano passado no final deste mês que agora iniciamos...
Tenho saudades dos tempos da inocência, dos tempos da felicidade ignorante de criança, tenho saudades simplesmente porque não posso ter, e a saudade é um pouco mais do que o sentimento egoísta sobre algo que perdemos...
Pus os pés na areia e toda a vida correu em mim. Trouxe-me à memória momento e partilhas, recentes e mais antigas. Trouxe-me a alegria e a tristeza, trouxe a nostalgia amiga... Deite-me ao sol e apaguei para o mundo. Deixei-me levar num sono calmo, envolvente, com o mar como música de fundo. E era assim que gostava de ficar. Longe. Longe de tudo aquilo que não posso ou consigo controlar. Do que me causa dor e, até por vezes, do que me causa demasiada alegria.
Lembro-me do dia em que tive a confirmação de uma má notícia. Não houve choque, não houve surpresa. Durante o dia tudo correu como normalmente, até talvez com redobrada energia. E no final do dia veio o que o dia conseguiu calar. Ao falar com duas pessoas tudo o que havia contido explodiu, saiu em agonia. E tu levaste com a minha mágoa e foste mal tratado. E tu levaste com a minha compaixão, a compreensão que durante anos me faltou compreender do tipo de amor que transmitias. Estou desadequado a este mundo, estou desenquadrado desta pintura que tem demaisadas cores para a minha compreensão... Can I just be normal for a bit??
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