segunda-feira, julho 02, 2007

Espaços

Agarrou-lhe as mãos que há tanto tempo não tocava. Recordando-se de cada sensação que aquele toque lhe trazia, as memórias... olhou-o nos olhos perdendo-se naquela alma que não conseguira tocar da forma que sempre desejou. Por um momento houve dor no seu peito, a sensação de angústia pela situação inacabada, pelo tanto que sentia que ficara por dizer. Mas passou. Porque descobrira que no fundo a sua crença não estava errada. O amor era suficiente e podia vencer tudo, vencia incluisivé a sua mágoa. Retornou ao seu olhar expectante. Tocou-lhe a cara numa carícia tão comum no antigamente, a mão em concha que deslizava da altura dos seus olhos até culminar no movimento quase rente ao queixo. Pareceu-lhe que por momentos ele se aninhou na sua mão, mas podia ser apenas imaginação, um reflexo de um desejo seu. Então houve o sorriso que ele gentilmente lhe entregou. Pensou para si em como era incompreensível a sua situação, que o tempo não levasse a mais lado nenhum. Pareceu-lhe que todo o mundo parara, um segundo que a si lhe parecera uma eternidade! Então percebeu que ali não havia mais nada a fazer. Por mais tempo que passasse, por mais anos que a sua vida lhe oferecesse aquele seria sempre um grande amor, aquele seria sempre um mundo inteiro de significado, uma fonte interminável de saudade...
Não agradeças o que não tem agradecimento possível e não penses por um segundo que te esqueci... no meu coração o sentimento manterá sempre a mesma intensidade e se algo mudar será a minha forma de lidar com a situação. Parabéns ao tu...

Sem comentários: