domingo, setembro 26, 2004

Efemeridades

É como se um mundo me fugisse a meus pés,
sem um amanhã igual a tantos ontens,
sem as cores com que pintamos cada dia.
A ilusão de uma paisagem onde não estás
fica tão longe do meu possivel imaginário
em tons cinzentos, longinquos, apagados.
Não sinto ainda a hora desta despedida
sabendo, contudo, que pode não tardar...
Nunca me tinha apercebido do seu tamanho,
da realidade que se esconde a cada esquina
para me apanhar sem qualquer preparo.
Seremos como um relógio sem regras,
que toca quando menos se espera,
numa hora, num tempo tão profundo
que só ele pode conhecer...
E como daria todas a possiveis regalias
para lhe controlar apenas uns minutos,
manter-te um pouco mais perto de mim
e impedindo que toque a tua partida.
Com ele descobri tantos significados,
sentimentos que temos como garantidos
que se tornam esquecidos, vagos,
seguros dentro dos nossos corações
e não imaginamos que estes poderiam
ser a causa do nosso sofrimento.
Espera, peço-te apenas um segundo!
Não vás embora sem que possa estar por perto,
não me negues a possibilidade de um adeus,
mesmo que seja muito efémero
e a promessa que nunca partirás,
por viveres sempre em todos os corações
onde ao longo destes anos tocaste
com um pouco de magia...

Porque nem sempre podemos controlar o que acontece, porque existem situações que pensávamos estarem tão distantes e afinal podem estar aqui tão perto. Simplesmente porque é assim a vida e não a podemos controlar...

Sem comentários: