quinta-feira, maio 31, 2007

Words...

Quando veio a noite, adormeci,
sabendo que assim a escuridão entraria no meu ser.
A escuridão perdida há algum tempo,
a companheira que abandonei e que traí.
Mas tu conheces bem o teu domínio,
moves-te com elevada precisão dentro de mim,
e novamente instalas toda a tua sabedoria.
Custa-me no início retomar-te, envolver-te.
Talvez que na verdade até sentisse a tua falta
mas sem nunca disso me aperceber.
Penso talvez em expulsar-te mas não sinto forças,
sei que secretamente preciso de ti aqui.
Tu que ocupas os meus espaços agora vazios,
tu que me levas aos locais que deveria ter esquecido,
tu que manténs viva uma memória que teimo em apagar.
Consomes-me, mas ao mesmo tempo és quem me move,
porque sem ti ficava o nada, o vácuo,
ficava simplesmente o que não quero e nunca quis confrontar.
Sem ti ficava unicamente o que não conheço,
sem ti ficava... só eu...

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