sexta-feira, outubro 28, 2005

Fantasia

Como se esquecera de dizer o que sentia? Como se fechara ao outros desta forma sem se aperceber sequer da mudança até ao ponto de lha atirarem à cara com todas as letras? Onde deixara esquecida a sua capacidade de expressão emocional... Havia apenas escuridão no local onde se encontrava e, no entanto, não sabia se desejava sair de lá. Tornara-se tudo aquilo que prometra a si e ao mundo nunca vir a ser, um fantoche que passeia entre a casa e o trabalho e não vive, alguém que se isola do mundo porque o seu próprio mundo nunca fez sentido. Como explicar a frustração de tudo aquilo que sentia? Como explicar que não se encontrava tão feliz como era suposto por ter cumprido um dos seus maiores objectivos? Acabara um curso, mas não mais do que isso, UM curso... como expor o seu desalento perante toda a excitação daqueles que o rodeavam? Recolhia-se ferido na sua própria amargura para que esta não perturbasse mais ninguém. Mantinha apenas aquilo a que se conseguia agarrar e sonhava que um dia, apenas um dia qualquer, as coisas poderiam vir a melhorar...

1 comentário:

Anónimo disse...

A olhar pelo que acabo de ver descrito em tão poucas palavras, num contexto abstracto, indirecto mas perceptivel aos olhos de quem minimamente o conhece,fiquei no minimo surpreendido com o que li.
Ás vezes de onde menos esperamos surgem dizeres que nunca esperavamos ouvir ou ler.
Também às vezes, no minuto mais inesperado eis que nos toca à porta a razão, confirmação de um futuro risonho consequencia de um passado trabalhoso.
O principal está conquistado, num ser que de tudo tem para brilhar.
Infelizmente vivemos numa sociedade que parecemos, sim utilizarei a palavra que descreveste, "fantoches", vivemos num mundo onde casa trabalho é dos percursos que fazemos de olhos fechados. Parecemos fantoches porque nem sempre somos aceites numa sociedade mediocre ou com falta de tempero. Mas a nosssa vida, ou mundo como lhe quiseres chamar, esse só a nós nos diz respeito. Somos nós que no caminho de casa o traçamos , o desenhamos como queiramos e bem entendermos. Por isso se ele não é pintado da côr que tu gostas, apaga e desenha aquilo que queres e que sentes. Depois pinta-o com ou sem a ajuda de quem te quer bem ou de quem tu queres.
Só assim, vivendo cada dia que passa, tornando realidade os traços que desenhaste no papel, poderás, tu e todos, deixarem de ser fantoches e saltar o palco para viver como seres felizes naquela que é a nossa realidade.

Pedro