quarta-feira, setembro 05, 2007

...

Peguei no livro e sentei-me para o ler calma e confortavelmente recostado no sofá. Sei que lá fora o mundo avançava pelos barulhos que me chegavam pela janela aberta mas não os via devido à persiana corrida até abaixo, apenas com os buraquinhos para "respirar". Estava numa pernumbra agradável, apenas com a luz suficiente para me embrenhar no livro aberto à minha frente, pronto para me deixar levar na história e viver cada momento como um acontecimento real da minha vida. E de repente apareceste tu. Vindo não se sabe bem de onde nem porquê. Entraste sem pedir licença e por mais que desejasse sabia que não partirias facilmente. E então fui invadido pela melancolia, pela saudade. É realmente curioso que tenhamos saudades de momentos em que não eramos felizes, nem sequer nos sentiamos completos. Mas cá estou eu novamente preso a ti. Faço um esforço, já que invadiste o meu espaço, para me lembrar de coisas boas, de bons momentos que passámos juntos. Temos alguns, reconheço finalmente. Não muitos, mas alguns. E sorrio. Tento imaginar como estarás agora, mais magro, mais gordo? com melhor ou pior aspecto? mais feliz, mais triste? Não importa. Pelo menos não agora. Lembro-me das noites deitado ao teu lado e olhar para os buracos da persiana através do cortinado, imaginando que não desejava que começasse um novo dia porque assim não teria de sair do teu lado. Lembro-me do teu braço por cima do meu corpo, do teu cheiro. Lembro-me de te fazer festas no cabelo, de te beijar as costas. Lembro-me do meu amor por ti! Olho a capa do livro e pouso-o na mesa da sala, passou-me a disposição para a leitura. Pego no leitor de mp3 e oiço música. Estendo-me novamente no sofá de onde tinha saído e estico-me até encostar a cabeça num dos braços. Perco-me no espaço e no tempo. Viajo. Sinto que algo quente desce pelas minhas faces mas ignoro. Continuo a minha viagem. E volto então ao ponto de partida. Abro os olhos e descubro que já é noite, evaporou-se a luz que anteriormente cubria a sala de sombras. Penso um pouco mais em tudo o que aconteceu no tempo em que vivi por ti e para ti. De forma geral aprendi a minha lição e não me arrependo. Volto a sorrir porque no final chego sempre a uma única conclusão: é uma pena que não tenhas sabido aproveitar o meu amor...
Voce desperdiçou o amor
partiu e nunca mais ligou
Voce me complicou, usou
fugiu com a minha paz
é assim, so ilusão
a sina de quem ama e se entrega á paixao
destinos que se atraem
pra desencontrar
segredos que se escondem
pra tudo acabar
Voce desperdiçou
a sua indiferenca calou a paixão
(Excerto de Desperdiçou - Sandy & Junior)

8 comentários:

Anónimo disse...

Texto curioso... mas fica-me a dúvida sobre quem é que realmente desperdiçou o teu amor... terá mesmo sido a outra pessoa? E se é essa a tua conclusão, como podes presumir que aprendeste a lição? Porque a verdade é que sabes bem que voltarás a cair no mesmo erro...

Unknown disse...

Seria complexo explicar o porquê da minha conclusão e implicaria expor aqui coisas que não quero e não devo por privacidade minha e da pessoa em questão. Aprendi a lição de que não se deve viver em função de uma pessoa, deve-se sim acompanha-la e viver com ela, mas não por ela ou para ela. Porque no fim são os amigos que ficam... e esses não podem ser "abandonados" devido a um amor que pode acabar...

Cláudia disse...

é assim mesmo, mike! primeiro nós e depois os outros! é uma lição que nunca se aprende tarde de mais! p.s. deves-me um café... e a tua prima um jantar!!!

Unknown disse...

LOLOL. Tens toda a razão linda. Que tal um jantar cá em casa com café incluído??

Anónimo disse...

Mantenho a afirmação e a dúvida... sabendo, como sabes, e eu sei que sabes, que o erro se vai repetir, não entendo como podes proclamar que aprendeste a lição. A verdade é que não a aprendes... por mais vezes que repitas o erro!

Unknown disse...

Não cometes o erro da mesma maneira. Espero bem voltar a amar e tudo o que isso implica. Mas tb espero que quando isso voltar a acontecer eu me saiba por limites e barreiras que não pus até aqui. Amar alguém não implica que nos anulemos e deixemos de ter vida e esse foi o meu erro. Essa foi a lição grande que tirei (e mais umas quantas pequeninas).

Anónimo disse...

Talvez tenhas razão... talvez não. Talvez o chegues a contar aqui quando acontecer... talvez não.

Unknown disse...

Talvez... quem sabe. Primeiro é necessário que aconteça! E não me parece que seja tão cedo...