sábado, agosto 13, 2005

pedaços

Já tinha esperado o amor de tantas formas. Quase tantas como as formas com que tentara iniciar as relações. Nunca conhecera o sucesso neste campo, embora de resto não se pudesse queixar. Esperava talvez por um sinal, uma diferença qualquer, sabendo que isso não aconteceria assim. Os dias passavam iguais, sem diferenças, sem sinais. Afirmava ser indiferente ao amor, que não necessitava disso para nada, afinal "antes só que mal acompanhado". Por dentro sofria, doíam-lhe os vários fracassos, a falta de esperança que se começava a instalar. As dores talvez nem fossem profunda, talvez nem fossem fortes, mas eram moínhas que todos os dias cresciam, que todos os dias o consumiam. Parou. Gritou para si próprio que chegava de tantas lamúrias, que ninguém merecia o seu sofrimento. Foi no dia em que se matou, não fisicamente, mas no seu interior, o dia em que decidiu abandonar o amor...
Assim, aprendeu a amar como se cada início fosse a sua primeira vez. Talvez se não se entregasse não sofresse, mas sabia no seu interior que no dia em que assim o fizesse, deixaria de sentir, de ser capaz de amar... atirou-se de cabeça ao mar esperando chegar a uma praia qualquer onde, por fim, encontrasse o seu sonho, atingindo o paraíso...

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