Hoje apercebi-me da necessidade de falar das coisas que são tidas quase como tabus, dos pensamentos e crenças erradas que ainda "passeiam" pela nossa piscina cultural e são, erradamente, transmitidas de boca em boca. Vem com esta noção um certo sentimento de impotência, de como fazer chegar a informação de uma forma diferente, de uma forma que não só entre, mas que plante uma semente e que esta cresça e venha a dar frutos, ou neste caso, sabedoria indispensável. O HIV é um inimigo silêncioso, demasiado pacato para que possamos utilizar os seus sinais ou sintomas como alerta ou aviso e, no entanto, ele existe e não é uma realidade que nos passa ao lado! Como em várias outras coisas é mais uma bola que passamos para um campo que não o nosso, num campo onde nós não jogamos ou nos limitamos a ficar nas bancadas a ver a acção a decorrer, e isto é uma segurança tão ilusória. Com quantas pessoas infectadas já estivemos mesmo ao nosso lado, sentadas connosco no metro, num restaurante, sem qualquer possibilidade de lhe conhecermos este rosto mais sombrio. O HIV não se vê, demora a manifestar-se e é importante desmitificá-lo como algo inerente apenas a grupos de risco. É importante saber que em Portugal, embora os números mais elevados sejam nos utilizadores de drogas injectáveis, os heterossexuais são um grupo em iminente crescimento (não que isto desresponsabilize todos os que não pertecem a nenhum destes dois) e que têm de aprender novas formas de protecção e negociação da sua própria vida. Sei que este talvez não seja um tema que interesse às pessoas que aqui passam, mas achei importante deixar o alerta. Não ignorem este inimigo que existe, não lhe dêem mais uma vantagem de se considerarem invulneráveis à sua força silenciosa e, por isso, lhe abrirem portas com comportamentos de risco. O prazer não paga uma vida e essa vida pode ser a vossa... uma boa semana, uma semana de comportamentos seguros.
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