Por vezes somos incapazes de dizer determinadas coisas, incapazes de perceber outras tantas e parece que nada faz sentido. É como se as palavras não conseguissem conter os sentimentos, esta coisa enorme que são as emoções e, por tudo isso, quase parecessem rídiculas quando as tentamos utilizar para explicar o que quer que seja que tenha sido muito mais emocional que outra coisa. E, no entanto... são as palavras que nos permitem comunicar, ter uma pequena percepção do mundo, dos outros. Como saber o que se passa se não existirem estes pequenos módulos de ligação entre o interior e o exterior? Faltam-me hoje as palavras como já antes me faltaram noutras situações. Parecem apenas ocorrer quando já não são precisas ou já não fazem qualquer sentido. E, no entato... sem elas como seria possível viver? Possível compreender, explicar e, até mesmo, sentir. Porque por vezes tudo começa com a falta de uma frase, com a falta de um olá que signifique muito mais que isso, que signifique "olha eu estou aqui e amo-te". Por vezes partimos do pressuposto que tal não é preciso, que está implícito ou assegurado pelo conhecimento que existe, pela confiança, pelo próprio historial de partilhas que já aconteceram mas estamos errados! Há momentos em que isso é muito mais que necessário, é fundamental! E contudo, ficamos sentados à espera que tal aconteça, que chegue ao pé de nós essa palavra e se ela não chega sofremos, sem capacidade de perceber o porquê de tanta mágoa pela sua ausência, mas ela existe e está lá. E esta mágoa faz estragos, como é tão tipicamente seu, e é preciso pará-los, pará-la a ela que nos consome. E consome por vezes muito mais do que lhe pretenderíamos conceder...
Foram talvez estas palavras que faltaram entre nós, talvez esta a mágoa que, perceba-se lá porquê, se instalou dentro de mim. Esta a mágoa que espero hoje ter parado e que nunca volte, porque tudo isto se resumiu a algo que talvez não tenha partilhado contigo, que talvez não tenha sido capaz de dizer na tua cara. Tudo isto se resume ao imenso medo de te perder, porque para mim não és apenas um amigo, és um irmão e, talvez por isso, tudo o que fazes possa ter mais impacto do que aquele que seria expectável se fosses apenas um amigo... junta a isso o medo de perder alguém que sinto nunca ter chegado a conquistar (penso que percebas de quem falo) e tens talvez os dois motivos mais fortes da minha reacção...
Hoje estou feliz embora algo nostálgico por sentir que de alguma forma perdi mais um pouco da minha inocência, mas ter-te ao meu lado sempre mais importante e crescer é o fim último de toda a nossa existência...
(gostava só de dizer a quem lê, e leu, o meu blog que nem tudo o que escrevo é literal. A minha capacidade "dramática", se assim lhe quiserem chamar, sempre foi mais acentuada na escrita, muito mais do que na realidade quando se convive comigo... talvez seja a minha forma de introduzir algum valor literário às balelas que para aqui escrevo, lol. Gostava também de agradecer, contudo, a preocupação que houve de muitas pessoas em saber se estava tudo bem. Está, agora sim, está tudo muito melhor, principalmente se ignorar que tenho um relatório de estágio todo por escrever, mas como diria a outra, isso agora não interessa nada. Façam-me o favor de ser felizes!)
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