O relógio marcava uma hora que os seus sentidos não conseguiam assimilar, sabia que era tarde mas não porque realmente conseguisse saber com exactidão que horas eram naquele momento. A sua confusão não era de estranhar após tão poucas horas de sono, mas mesmo assim havia algo estranho na sua forma de estar. Levantou-se, desconhecendo por completo o tempo que fazia lá fora, mas sentia ainda a magia que lhe corria pelas veias. Por vezes sentia-se velho para aqueles rituais, a sua energia já não lhe permitia manter os feitiços e a magia presentes durante tanto tempo. Mas cada novo ritual era uma nova onda de energia, era um novo conhecimento do seu ser e das suas capacidades, era um pequeno renascer.
Quem olha-se para si via apenas umas ténues rugas que lhe marcavam o rosto, não deixando adivinhar a sua avançada idade, uma idade até agora impossível para qualquer outro ser, mesmo para os seus pares na magia. Nenhum outro mago tinha sobrevivido tanto tempo e, era esse um dos motivos, que fazia de si o mais respeitado de todos os mágicos do seu tempo. Mas havia outro motivo para que tivesse uma tão longa vida, Arianroth sabia que ao partir o seu segredo seria revelado, um segredo demasiado bem guardado para que não fosse transmitido correctamente para uma nova geração, um segredo que podia mudar toda a percepção que existia do mundo, um segredo que podia facilmente destruir tudo e todos... Arianroth não podia simplesmente morrer, se o fizesse o seu espirito ficaria preso neste planeta até que o mal que isso provocasse pudesse ser reparado ou até que todo o planeta ficasse completamente irreparável. Não, não podia morrer, mas era urgente procurar novas soluções...
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