terça-feira, junho 21, 2005

tocou-lhe...

Tocou-lhe. Ao de leve com as costas da sua mão como se o contacto fosse de facto desnecessário. Era a alma que desta forma tocava e acariciava. Olhou-o com o mesmo amor que sentira ao longo destes anos, sentiu a aspereza da sua barba e isso soube-lhe bem. Significava fim de semana, pois a barba jamais estaria por fazer noutra altura. Levantou-se. Estava uma temperatura amena, muito agradável que lhe permitia andar nu sem que tivesse qualquer sensação de desconforto. Olhou novamente para a cama. Como amava aquele corpo, o tom moreno daquela pele deitada, contrastando com um fino lençol branco que agora fugia para o lado, descobrindo algumas partes do corpo ali deitado. Abriu ligeiramente a janela, corria uma brisa refrescante na qual se deixou estar de olhos fechados. A sua mente vagueava... estava ausente. Encontrava-se perdido nos seus sonhos, nas suas fantasias. Acordou! Acordou pelo suave beijo que sentiu no seu pescoço, pela mão que delicadamente estava pousada na sua barriga e lhe subia pelo peito até se transformar num abraço, num virar suavemente do seu corpo e num beijo prolongado. Silêncio. Olharam-se como tantas vezes antes, partilhando tudo aquilo que sabiam ser tão seu, quase irreal, quase indestrutível... quebrou-se então este silêncio com as palavras que ecoaram pelo quarto: "bom dia meu amor".

1 comentário:

rapazdosul disse...

oi Mike!

Gostei mto deste texto. Também escreves muito bem! ehehehe

Um abraço e continua assim! :)