Toco-te. No silêncio das palavras escritas como tantas vezes antes te toquei. Sei que o sentes, o imiscuir da minha mensagem em ti e nem sequer o evitas. Olho-te, percorro-te uma vez mais pela minha imaginação, sabendo que provavelmente já não serás como te penso. Tê-lo-ás sido alguma vez? Não importa! Não neste momento em que a tua imagem me pertence. Pensarás em mim da mesma forma que eu me perco em ti? Tantas vezes te sonhei que sinto conhecer-te ao mais infimo pormenor, quase decor. Todos os contornos, todos os gestos e odores. Acordo com a imagem desvanecida da tua presença em mim. Pensas-me, consigo senti-lo, sei que não me conseguiste vencer. Mas será tudo isto uma batalha? Terá sido alguma vez algo diferente? Silêncio. O silêncio que há muito me abarca, me acolhe. Tornou-se confortável com o passar do tempo e desejo hoje que não parta. Talvez sejamos actualmente muito mais do que antigamente, muito mais que simples seres que se cruzaram. Somos certamente diferentes dos restantes mortais com que nos cruzamos, porque crescemos, morremos e resnascemos... Hoje somos o que nunca antes houveramos sido, corações em silêncio falantes, um fogo vivo esbatido, dois seres em quietude expectantes. Somos os que acordaram o que o tempo há tanto tinha adormecido...
Um espaço de sentimentos, um espaço de reflexões, um pouco do que sou ou do que pretendo alcançar. O meu ser sob a forma de palavras escritas... mas será que me saberei traduzir?
quarta-feira, maio 24, 2006
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